‘Nunca havíamos tido uma notícia como essa no pornô’. Dono da Brasileirinhas fala do alívio pela prisão de assassina de atriz
No ano passado (2020), o mundo dos filmes pornô brasileiros ficou em choque com a notícia da morte da atriz pornô Luane Honório de Souza, conhecida no mercado como Aline Rios.
Ela era uma estrela de destaque no segmento, estreando vários filmes depois de se destacar no reality show “A casa das Brasileirinhas”. A fama chegou rápido para ela, que no mesmo ano do reality, 2016, chegou a ser indicada ao lado do ator Brad Montana para o Prêmio Sexy Hot 2016, considerado o Oscar do pornô brasileiro, na categoria Melhor Cena de Fetiche. Luana foi esfaqueada dentro de casa, na Baixada Fluminense, por uma colega com quem dividia a residência.
Luane agonizou por várias semanas no hospital. A polícia conseguiu prender a assassina, Vitória Roberta Alves da Silva. Clayton Nunes, dono da Brasileirinhas, conta que Luana, ou melhor, Aline Rios, era querida por todos na produtora e um verdadeiro fenômeno no mundo pornô. Ele revela que a notícia da prisão da assassina foi um alívio para ele e os colegas de trabalho da atriz, que agora esperam que a justiça seja feita.
Como você e a equipe da Brasileirinhas receberam a notícia da morte da Luane?
Clayton: Ficamos todos muito abalados com a notícia, pois nunca havíamos tido uma notícia como essa no pornô.
Qual foi o último trabalho dela com vocês? Havia mais algum programado para ser feito?
Clayton: Nosso último trabalho com ela havia sido na gravação do carnaval de 2019 em fevereiro.
Como era a Luane no dia a dia das filmagens?
Clayton: Ela era muito na dela, só falava quando alguém puxava assunto. Ela participou do nosso reality show, “A casa das Brasileirinhas”, que é o local onde fazemos nossos filmes desde 2016. Ela mandou um e-mail pra gente, e como vi que se tratava de uma menina muito bonita de rosto e de corpo já combinei logo pra ela vir. E maior foi a minha surpresa porque ela era muito mais bonita ao vivo do que nas fotos que mandou. Realmente surpreendia pessoalmente, era muito tímida, só falava mesmo quando alguém perguntava , mas quando ligava as câmeras ela realmente se transformava. Ela era superprofissional e dava muita atenção a todos os assinantes, pois quem assina a casa conversa com as atrizes no nosso chat. Era realmente diferenciada, tanto que os internautas a elegeram a Miss Brasileirinhas logo de cara.
Entre a agressão e o falecimento da Luane, passou-se um período relativamente longo. Isso afetou o clima nos sets de filmagem?
Clayton: Nós não ficamos sabendo que ela havia sido agredida e estava internada, já ficamos sabendo pela mídia mesmo que ela havia sido assassinada. E foi uma surpresa muito grande pra todos nós porque ela é muito quietinha, realmente não faz sentido.
Como era a relação da Luana com os colegas de trabalho?
Clayton: Como eu falei nas gravações ela era bem fechada, ficava na dela, só conversava realmente quando alguém puxava assunto, caso contrário ninguém nem ouvia a voz dela, mas se preocupava demais em fazer um bom trabalho, realmente se dedicava muito.
Foi um alívio para vocês receber a notícia da prisão da assassina?
Clayton: A prisão foi um alívio e de certa forma uma surpresa, pois a gente sabe que menos de 30% dos assassinatos são resolvidos no Brasil "né"... esperamos que ela fique presa durante muito tempo e que não tenha sua pena reduzida como a grande maioria dos criminosos do Brasil, que cumprem sete, oito anos e já vão pras ruas.
De acordo com a TV Bandeirantes, Aline havia acolhido a amiga Vitória Roberta Alves da Silva no início deste ano de 2021 em sua própria casa em Nilópolis, na Baixada Fluminense, já que Vitória não tinha onde morar.
No dia 23 de maio, Aline e Vitória tiveram uma discussão e a atriz foi esfaqueada no pescoço. Ainda não se sabe o motivo da discussão que levou Aline à morte.
Prisão
Vitória foi encontrada em uma praça de Nilópolis na segunda-feira (7/6). De acordo com os policiais, a mulher confessou ter dado a facada em Aline, mas não demonstrou arrependimento.
“Vitória confessa que realmente deu uma facada na amiga”, contou o delegado José Moraes Ferreira, titular da 57ª DP. “Ela não esboça nenhuma reação. Ela ontem chorou porque estava sendo presa”, completou.
Ainda de acordo com as investigações, Vitória chegou a vender pertences de Aline após o assassinato da mulher que a ajudou.