O calendário de vacinação de primeira dose contra a Covid-19 por idade será interrompido em Maricá nesta quinta-feira (15/07) em razão da quantidade insuficiente de remessas enviadas para a cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a aplicação da segunda dose será mantida. As 1.990 doses recebidas na quarta-feira (14), também destinadas à primeira dose, foram todas utilizadas e desde o início da semana, maricaenses sofrem nas enormes filas, com muita aglomeração e desorganização. Ainda segundo o órgão, a vacinação será reiniciada logo que seja entregue uma quantidade compatível com a necessidade da população.
A subsecretária Solange Oliveira afirmou que a aplicação da segunda dose está mantida e garantida pelas reservas feitas pelo município, conforme as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI), mas reforçou que a continuidade da vacinação depende do recebimento das doses, fornecidas pelo Ministério da Saúde (MS) e distribuídas pela Secretaria Estadual de Saúde.
“Maricá vem conduzindo a campanha de vacinação contra a Covid-19 de forma criteriosa e responsável, seguindo as diretrizes do PNI e da Vigilância do Estado, sempre garantindo a vacinação completa, com duas doses, dos grupos inseridos no calendário. Finalizamos a vacinação dos profissionais de saúde e dos idosos, além dos trabalhadores dos grupos prioritários, como os das forças de segurança, professores, motoristas, aeroviários, comunicação, correios e bancários. Conseguimos avançar no calendário de idades e as pessoas sem comorbidades de 39 anos ou mais estão vacinadas. Mas tudo isso depende da chegada de uma quantidade suficiente, o que não vem ocorrendo ultimamente”, reforçou Solange.
Esta não é a primeira vez que a imunização é paralisada no município por causa da pouca quantidade de doses. Em abril, a aplicação também parou por três dias, também pelo mesmo motivo: remessa de doses incompatível com as necessidades da cidade. A origem do problema está no critério que o estado vem utilizando para estabelecer o quantitativo de doses. O PNI estabelece que as remessas sejam entregues às cidades de acordo com o critério demográfico e o estado, desde o início da vacinação, vem usando o Censo de 2010 do IBGE para definir quantas doses virão para os municípios.
No caso de Maricá, a defasagem de onze anos vem inviabilizando uma maior aceleração da vacinação, já que o cálculo é feito sobre 124 mil habitantes, conforme o Censo. O IBGE, porém, já atualizou a população da cidade, passando para 164.500 habitantes no ano passado. Embora o município venha desde o início cobrando a atualização, até hoje esta ainda não aconteceu.