Quebra da aliança é culpa do PT, diz Paes que promete todo apoio a Dilma
Em entrevista à rádio CBN, prefeito garantiu que usará sua força política para eleger a presidente e Pezão e evitou criticar Picciani
Quem desfez essa parceria no Rio de Janeiro foi justamente o PT do Rio, e o Quaquá foi um dos protagonistas (Eduardo Paes)
RIO - O prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB-RJ), que vem se aproximando de prefeitos do estado para reforçar a candidatura da presidente Dilma no terceiro maior colégio eleitoral do país, fez críticas ao PT fluminense e acusou o presidente regional da legenda, Washington Quaquá, de ser o responsável por desfazer a aliança com o PMDB do Rio, comprometendo a eleição nacional em prol do projeto no estado. Em entrevista à rádio CBN, Paes evitou criticar o presidente regional da legenda, Jorge Picciani, e negou que haja problemas entre ele e a ala do partido que articulou o movimento Aezão, de apoio ao senador Aécio Neves (PSDB) para presidente e ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) para o Palácio Guanabara. O prefeito colocou a dissidência dos peemedebistas na conta do PT.
— O presidente Picciani tem uma posição divergente da minha para presidente, respeito a posição dele, porque ela foi provocada pelo PT do Rio. O Picciani sempre defendeu a aliança com a presidente Dilma. O PMDB do Rio está absolutamente unido em torno do governador Pezão, e ele não vai se desunir. Não tentem intrigar uma aliança — disse o prefeito do Rio.
Defensor do “Dilmão”, movimento de apoio à reeleição de Pezão e Dilma, Paes disse que vai usar toda a sua força política para que seus candidatos sejam vitoriosos. Nesta terça-feira, o prefeito jantou com o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), e com o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PT):
— Vou usar toda a minha força política para que Dilma seja reeleita e o Pezão também. Quem desfez essa parceria no Rio de Janeiro foi justamente o PT do Rio, e o Quaquá foi um dos protagonistas. Tenho absoluta convicção de que eles estão preocupados com tudo, menos com a eleição da presidente Dilma. Botaram seu projeto individual no Rio acima de qualquer interesse — criticou, acrescentando que o possível convite de Quaquá para que Paes seja o coordenador de campanha de Dilma no Rio é um “não-convite”. Ele negou que será o coordenador da petista:
— Eu não sou coordenador da campanha da presidente, sou um defensor da candidatura de Dilma, aliada ao do governador Pezão. Ele (Washington Quaquá) não tem legitimidade para formular um convite desses, a não ser querendo soar como hipocrisia. Considero isso um não-convite, até porque ele não tem autoridade para isso, é uma pessoa sem força política para tal. Me considero muito mais legitimado do que ele para falar da campanha da presidente Dilma.
O prefeito do Rio comentou ainda a entrada do vereador e ex-prefeito Cesar Maia (DEM-RJ), seu padrinho político e maior desafeto, na chapa do PMDB fluminense, e a declaração de Maia de que Paes teria “saído de seu útero”.
— Não sabia nem que ele tinha útero, para mim é uma surpresa. Já deixei isso claro, entendo que parte do meu partido, estimulada com esse gesto do PT, acabou deixando de estar com a presidente Dilma. A candidatura dele (Cesar Maia) representa um pouco essa dissidência. Entendo, mas vou trabalhar muito pra que o Rio de Janeiro continue no rumo certo, que significa Pezão governador.