sexta-feira, 27 de junho de 2014

CONFUSÃO NO LANÇAMENTO DA CHAPA DE LINDBERG

Começa com confusão lançamento da chapa de Lindbergh ao governo do Rio

Fiscais do TRE tentaram impedir a entrada de pessoas sem filiação partidária no evento, e vai processar a deputada Jandira por descumprimento de ordem judicial


RIO — Começou com confusão o lançamento da chapa Frente Popular, do candidato ao governo do Rio Lindbergh Farias, do PT, durante a convenção do PCdoB, nesta quinta-feira, na casa de espetáculos Via Show, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Pelo menos 20 fiscais do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) foram ao local com uma decisão judicial para impedir que pessoas sem filiação partidária tenham acesso ao evento. O tumulto começou quando a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) tentou impedir a ação. Houve empurra-empurra. A deputada chegou a dizer que não vai cumprir a decisão judicial. Em nota, o TRE-RJ informou que vai processar a deputada federal por tentar impedir a fiscalização do evento.

— Eu sou deputada e conheço as leis. Aqui é uma convenção partidária que vai apresentar uma chapa do meu candidato ao governo. E eu convido quem eu quiser. No “Aezão” não teve isso. Aqui é uma ação política e não tem nada de ilegal — disse Jandira, referindo-se ao evento realizado pelo PMDB no Rio no dia 05 de junho, em prol da candidatura de Aécio Neves.

A decisão é da juíza Daniela Barbosa, coordenadora estadual de propaganda eleitoral do TRE. Segundo a nota divulgada pelo TRE, o ato foi convocado nas redes sociais, mas a legislação proíbe encontros partidários abertos ao público. A juíza já havia tomado a mesma decisão sobre uma reunião partidária de Anthony Garotinho no Riosampa, válida para todos os pré-candidatos. Ainda segundo a nota do TRE, os responsáveis pelo evento e a deputada incitaram “militantes a hostilizar fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, que vão ser processados por descumprimento da ordem judicial”. O texto ainda afirma que, por possuir mandato eletivo, Jandira não pode ser presa em flagrante. O relatório do TRE será encaminhado para o Ministério Público Eleitoral, que pode ajuizar ações por propaganda antecipada e abuso do poder econômico (leia a íntegra da nota aqui).

Cabos eleitorais dos partidos acusam os agentes do TRE de estar a serviço do PMDB, que lançou no mesmo horário a candidatura à reeleição do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Cerca de sete mil pessoas, entre vereadores e deputados do PT, PV, PCdoB e PSB participaram do evento.

Antes de chegar, Lindbergh questionou o por quê da ação do TRE não ter ocorrido na convenção do PMDB, que acontece no Centro do Rio:

— Eu só queria perguntar uma coisa. Houve o mesmo procedimento arbitrário do TRE na convenção do PMDB que aconteceu hoje? É um absurdo. Isso nunca aconteceu. Ninguém anda de carteirinha de partido em todos os lugares. Dois pesos e duas medidas — questionou o candidato petista.


Lindbergh chegou no evento ao lado do deputado federal Romário, candidato ao Senado pelo PSB na chapa do petista. Os dois foram recebidos por militantes do PT, do PCdoB, do PV e do PSB, por deputados, prefeitos e vereados. No discurso, Lindbergh fez ataques à gestão do ex-governador Sérgio Cabral, principalmente na área de segurança pública, e ironizou a aliança feita entre o PMDB e o DEM, que lançou o ex-prefeito Cesar Maia como candidato ao Senado.

O petista não citou a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, embora os telões do ato tenham exibido a imagem da presidente.

— Não é porque os nossos partidos (PT e PSB) vão lançar candidatos a presidentes diferentes (Dilma e Eduardo Campos) que nós deixamos de ser do mesmo campo político — afirmou Lindbergh, ressaltando que a aliança entre PMDB e Cesar Maia representa a “velha política”.

Já Romário convocou a militância para ir às ruas pedir votos para a chapa e ressaltou o apoio a Eduardo Campos para presidência:

— Nossa frente popular precisa tirar do poder essas pessoas (referindo-se a Cabral, Pezão e o PMDB) que não nos representam mais no estado. Temos candidatos a presidente diferentes. O meu presidente é o Eduardo Campos, mas no Rio de Janeiro estamos unidos.
Discursaram também a deputada federal Jandira Feghali, o presidente regional do PSB, o deputado federal Glauber Braga, e o presidente regional do PT Washington Quá Quá, todos eles com ataques a Pezão, Cabral e o PMDB.

O evento foi gravado pela campanha de Lindbergh e as imagens serão usadas nos programas eleitorais do senador petista.