sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Prefeitura entrega 30 novas casas do programa Habitar. Problemas continuam no Condado! (vídeo)

 Imóveis visam garantir moradia digna a famílias retiradas de áreas de risco geológico e hidrológico na cidade


A Secretaria de Habitação e Assentamentos Humanos, entregou na quinta-feira (30/11) as chaves de 30 novas residências que fazem parte da política habitacional “Habitar Reassentamentos”, que visa retirar famílias que residiam em áreas de risco. 


As novas casas são compostas por dois quartos, sala, cozinha e banheiro e estão localizadas nos bairros do Condado, São José de Imbassaí e Itaipuaçu.  O prefeito de Maricá, Fabiano Horta, destacou a iniciativa em proporcionar dignidade de uma nova residência para a população que viviam em áreas de risco geológico e hidrológico.

“É um ato muito simbólico a entrega dessas casas. É a construção de sonhos porque juntos construímos uma cidade. Agora essas famílias não precisarão se amedrontar com as chuvas e os ventos. As casas devem ser um lugar de paz e seguro.  A casa da gente é o palco da nossa existência. Quando a prefeitura toma a decisão de construir um programa habitacional para que pessoas que moravam em lugares precários, sem condições de dignidade de habitação, e constrói um condomínio como esse aqui é um momento de muita emoção”, afirmou.

O secretário de Habitação e Assentamentos Humanos, Victor Maia, ressaltou a importância da entrega das casas à população. “A maioria da população tem o sonho da casa própria, o que a gente está fazendo aqui é dar dignidade as pessoas, para que elas tenham condições seguras, uma estética de casa boa, que possa chamar os vizinhos, os parentes que moram longe possam visitar em uma casa confortável, uma casa bonita em que as pessoas possam ser felizes. A casa não é só onde a gente mora. É um sonho e precisa ser seguro, para ser um lar, de fato”, destacou.

Novos Moradores

O casal Marcele Rejane (22) e Rafael Santos (24), morava em área de risco e hoje faz planos e comemora a entrega das chaves e o novo lar para a família. “Quando chovia, enchia muito e tinha muito mosquito, tínhamos sempre medo da enchente. Agora temos uma bebê de quatro meses e ela vai ter uma casa nova e sem riscos. Já estamos até pensando no quartinho dela, como vamos pintar”, explicou.

Mãe de três filhos, dona de casa Larissa Souza, de 27 anos, disse que sempre teve o sonho de ter sua própria casa. “Eu sofri na chuva de 2022 e recebemos um aluguel social e agora conseguimos a nossa casinha. Todo mundo tem um sonho de ter uma casa e eu estou tentando comprar uma casa há 8 anos e não consegui, mas os planos de Deus não é o nosso e agora a gente conseguiu ganhar a casa. O quarto das crianças vai ganhar papel de parede azul para o menino e rosa para as meninas”, contou.

Problemas no Condado

Criticado ao extremo pelos antigos moradores do Condado, o local (dois prédios com oito apartamento cada no final da Rua Eucalipto), é de difícil acesso para quem não tem carro próprio. Os atuais moradores terão que andar cerca de um quilômetro, para pegar o único transporte público que serve o Condado (a linha E17 Centro x Condado via Marquês). 

Outro grande problema (já existente para os antigos moradores), é a questão de água potável no local. Como não é servido por rede de água, o local só tem poços manilhados ou artesianos, onde os antigos moradores reclamam de escassez em vários períodos do ano. 

Saneamento Básico inexistente

O local só começou a ter urbanização após reclamação dos antigos moradores, onde foi providenciado rede de águas pluviais e colocação de meio fio, mas o asfaltamento ainda não chegou ao loca. Outro grande problema é na questão do saneamento básico, inexistente no local, onde todos, inclusive os apartamentos entregues na quinta feira dia 30/11, são servidos apenas por fossa séptica e sumidouro, onde o chorume resultante, com certeza será jogado na rede de águas pluviais indo direto para o Rio Itapetiú, que corta o bairro e está bastante assoreado. 

Outro grande problema confirmado pela reportagem do Barão de Inohan é a total ausência de transformadores no local. Os antigos moradores que já sofriam com piques de luz e por vezes falta da mesma pelos péssimo serviços da ENEL, estão dividindo a rede agora com mais 18 apartamentos sem que exista qualquer transformador no local.

Moradora antiga no local que teve casa bastante prejudicada durante a construção do condomínio, obteve promessa do prefeito que seu problema será analisado e resolvido

Uma antiga moradora, vizinha de muro do novo condomínio, teve a sua casa bastante danificada durante a construção do mesmo. Hoje, com diversas rachaduras e trincas dentro de casa, são poucas as portas que fecham. Já sem forças para pedir auxílio (já entrou em contato com a secretaria de Urbanismo, Defesa Civil e Habitação), a moradora procurou o jornal Barão de Inohan relatando seu problema que aproveitou a ida do prefeito Fabiano Horta na cerimônia de inauguração, para tranquilizar a moradora afirmando que irá analisar o problema, abrir um processo administrativo e resolver finalmente o problema e nós estaremos de olho!

Habitar Reassentamentos

A política habitacional Habitar Assentamentos foi criada com objetivo de realocar pessoas que viviam em áreas de risco (desabamento ou deslizamento) ou em terrenos públicos. Os cidadãos recebem aluguel social até que a nova residência fique pronta. Elas são realocadas em imóveis ociosos adquiridos pelo município, mas sem descartar a construção de novas unidades. O município mantém uma fila de prioridades no reassentamento, que caminha conforme a disponibilidade de novas residências.