Em 11 de dezembro 1913, o transporte de cargas da indústria salineira da Região dos Lagos (Araruama, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio) teve sua meta conquistada através do ramal ferroviário que ligou Neves em São Gonçalo, na baia de Guanabara até a Lagoa de Araruama pela Estrada de Ferro Maricá. O transporte de passageiros teve também um ganho significativo para as pessoas que precisavam ir e vir aos grandes centros.
Também deve ser levado em conta que foi a partir deste acontecimento que a comunicação entre cidades melhorou significativamente dos correios ao telégrafo que caminhavam juntos com a chegada do trem nas cidades, como também os serviços que antes eram inexistentes ou até mesmo feitos de forma rudimentares com bastantes dificuldades.
O contato maior com a capital do Estado Rio de Janeiro (DF) passou a ser diário, além de notícias vindas através de jornais e revistas que tinham maiores frequências, e que, oralmente, eram feitas pelos caixeiros viajantes, informando as atualidades do momento dos grandes centros. Dentro do município, ela atendia as seguintes localidades através da estação e paradas: Ponte dos Leites, estação Araruama, parada do Km 126 e estação Iguaba Grande (que parte da localidade pertencia a Araruama e a outra parte a São Pedro da Aldeia). Esta estrada cortava o município numa extensão de 20 km.
O trem que atendia esse ramal era o SM-1 que partia de Neves, em São Gonçalo, com destino a Cabo Frio e o SM-2 que partia de Cabo Frio com destino a Neves. Estas composições tinham a letra “M” de misto, pois transportavam passageiros e bagagens. Dois vagões transportavam produtos como cereais, sal, cal, peixe, couro, ovos, salgado suíno e areia das dunas de Cabo Frio para a fabricação de vidros.
Foto: Arquivo Davi Monteiro Gomes
Edição: Cabo Frio dos Tempos de Outrora.