Outro caso de intolerância religiosa, racismo e descuido com uma criança especial?
Ao que parece, todos os três problemas aconteceram em uma única tarde na escola municipal Carlos Manoel Costa Lima, localizado na entrada do Minha Casa Minha Vida de Itaipuaçu durante na quinta feira 07/12.
Uma criança que ao nascer teve paralisia cerebral, mas que vem superando esse obstáculo junto com sua guerreira mãe desde os 4 meses de vida, quando começou seu tratamento e hoje, consegue viver e se expressar bem (porém com algumas limitações decorrente do seu problema), mas que necessita na escola de um mediador (fato que não está ocorrendo), teria sido agredida com um soco na boca por uma aluna de uma série superior durante o período escolar da quinta feira 07 (esta menina fica na escola em período integral) por intolerância religiosa.
Segundo relatos à redação do jornal Barão de Inohan, ao pegar sua filha em sala de aula como de costume, observou que a criança estava com a boquinha inchada. Ao se abaixar para ver de perto o que havia acontecido, notou que além de inchada, a boquinha de sua filha estava cortada. Foi quando a menina relatou à mãe o que havia acontecido e imediatamente as duas procuraram a diretora da unidade escolar, Professora Bruna que disse não saber do ocorrido, que não havia nenhuma anotação nos cadernos da escola e que a mesma estava muito ocupada em função da formatura dos alunos na sexta dia 08.
Segundo Ray Silva (nome da mãe da criança), a diretora disse que em virtude da formatura, iria averiguar o fato na segunda feira dia 11, o que causou grande revolta da micro empresária de Itaipuaçu. Ao ouvir a história toda contada pela sua filha, ficou sabendo que a "coleguinha" a teria agredido com uma VASSOURA por ela ser "macumbeira" (umbandista, a denominação correta).
Ao saber da agressão com uma vassoura, a revolta de Ray aumentou e chegando em sua residência fez uma postagem (reprodução abaixo) em redes sociais, causando indignação de muitos. À noite, por volta das 22 horas, Ray recebeu uma ligação de outra diretora da unidade escolar - Professora Juliana - informando que estaria disposta a ajudá-la e esclarecer os fatos do que realmente havia acontecido.
Porém, revoltada e muito magoada com a situação de agressão por intolerância religiosa de sua filha "negra" e PCD, Ray informou que entraria na justiça para resolver o caso.
SEXTA FEIRA: ESCOLA E DELEGACIA
Com a cabeça menos quente, Ray retornou à escola na manhã da sexta feira 08 afim de elucidar os fatos e ao chegar à unidade escolar, encontrou a diretora que havia ligado para ela à noite, com uma equipe com quatro profissionais que simplesmente afirmaram que tudo passava de um grande engano, que na verdade o que teria acontecido, é que a "coleguinha" da criança agredida, a teria chamado de "cabelo de vassoura", e que não teria agredida a criança com uso de uma vassoura e que após o fato de imediato o professor havia socorrido a criança colocando gelo e dando os devidos primeiros socorros, história bem diferente da que foi contada na quinta no final do turno.
Segundo relatos de Ray, sua filha contou que a "coleguinha" de uma turma superior teria empurrado e quando esta caiu no chão teria sido chutada e que ela teria vomitado na escola e que apesar destas supostas agressões, a escola em nenhum momento teria entrado em contato com Ray: "Eu simplesmente fiquei indignada com a postura da escola em relação a isso, por que eu deixo minha filha lá, minha filha estuda em horário integral lá, então, a partir do momento que ela passa daquele portão para dentro, eu tenho a certeza de que minha filha está com profissionais aptos para cuidar da segurança dela, e eu chegar e saber que minha filha foi agredida a ponto de vomitar, sangrar e ninguém no momento soube me explicar o que, quem foi, aonde é que foi, que professor estava em aula, ninguém soube me explicar em nenhum momento.
Hoje (sexta feira 08) eles tem uma explicação ótima, porém no momento ninguém sabia dizer nada sobre o que foi que aconteceu com a minha filha dentro da escola. Hoje tive que resolver estes problemas, não fui trabalhar hoje, até por que minha filha está com medo de ficar sozinha e também por essa questão toda dela ter esse problema de saúde, eu tenho medo de deixar ela sozinha e ela ter uma crise, fui resolver uns problemas e estou indo agora para a delegacia de Maricá fazer um boletim de ocorrência e pedir se possível, um exame de corpo de delito e assim vou seguir com isso para ver com que autoridade, aonde eu vou conseguir um apoio, uma resposta, uma atitude a ser tomada por alguém, por que isso para mim não pode continuar" explicou emocionada e indignada Ray, mãe da menina agredida.
O boletim de ocorrência foi feito na manhã da sexta feira e Ray já está também com a solicitação do exame de corpo de delito que será realizado em Niterói.
A reportagem do jornal Barão de Inohan encaminhou o problema à secretaria de educação aguardando explicações e um posicionamento da mesma.
Cedemos o espaço que for necessário para que as duas diretoras citadas na reportagem, esclareçam os fatos ou passem as suas versões.
A matéria também foi encaminhada para a Ronda Escolar da Guarda Municipal de Maricá e para o CCS Maricá - Conselho Comunitário der Segurança.
Aguardamos uma breve e positiva solução, para que fatos como este, COM CRIANÇAS principalmente NEGRAS, PCDs não sofram nenhum tipo de agressão em função da sua escolha (ou da escolha religiosa de sua família.
Aproveitamos para enviar muito AXÉ para todos e que o respeito se faça em todos os lugares!