quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

BARÃO DE INOHAN VIAJA NOS VERMELHINHOS E CONSTATA PROBLEMAS

Nossa reportagem constata que o que a prefeitura prometeu não foi cumprido, ônibus não tem a devida conservação e alguns motoristas estão despreparados para o serviço

Na manhã da terça feira 23 de dezembro, a reportagem do Barão de Inohan foi andar nos vermelhinhos para conhecer o serviço, ver os bônus e ônus para a população de Maricá.

Terminal do centro, terça feira dia 23 às 8:55 h
Pegamos um ônibus (número de ordem Mar 03.006) rumo a Ponta Negra via Barra no terminal rodoviário do centro às 8:55 h. Essa era a segunda viagem do veículo naquele dia e do atencioso motorista Emerson (41), rodoviário há mais de 10 anos, morador de Itaipuaçu há 2 anos.

Motorista Emerson com 10 anos de experiência como rodoviário

Notamos a imundice instalada no ônibus, com lixo e chão encardido (fato que nos faz afirmar que os veículos não são sequer limpos internamente e externamente (uma vez que no arremedo de garagem atrás do galpão da Defesa Civil, não há local para a limpeza externa dos veículos como acontece nas duas empresas concessionárias de Maricá e pelo jeito, nem mesmo um paninho molhado é passado no chão do veículo para amenizar a sujeira).
Falta de limpeza pode ser sinônimo de falta de manutenção

Antes da viagem, o motorista se apresentou aos passageiros já sentados (14 usuários) informando seu nome e a viagem que iriam fazer.
Motorista Emerson se apresenta aos passageiros.
Os motoristas da EPT fizeram dois cursos no SEST-SENAC:
direção defensiva e qualidade no atendimento aos passageiros

Além da sujeira dentro do ônibus notamos de imediato a forte vibração quando o veículo não estava em movimento, o que tornava a viagem extremamente desagradável. Essa forte vibração sumia quando o veículo trafegava (confira o video). A viagem foi concluída em Ponta Negra às 9:57h e pudemos observar um condutor solicito, alguns passageiros mal educados e ainda não preparados para embarcar e principalmente desembarcar nos pontos de ônibus, além de ser bastante zeloso com grávidas e pessoas de mais idade ou deficientes, só partindo depois que estes estivessem realmente sentados e acomodados. 32 passageiros fizeram uso do veículo.

Ao cruzar a pote da Barra, vimos que o motorista precisa ter muita cautela
devido ao erro grosseiro na construção da referida ponte, com curvas nas duas
extremidades sem a pista seja mais larga
O retorno feito pela RJ 106 começou às 9:59h e terminou às 11:01h no terminal do centro com 61 passageiros fazendo uso do veículo. Salvo a vibração, a sujeira e alguns passageiros mal educados, o serviço foi bem feito com um condutor exemplar.



PREFEITURA NÃO CUMPRE TRAJETOS INFORMADOS

Quatro linhas foram criadas pela EPT (sugestivo o nome não acham?) e em nenhuma delas aconteceu a promessa do prefeito de ligar as extremidades de Maricá, de Jaconé ao Recanto. As linhas partem de Ponta Negra indo até o Recanto, deixando os moradores de Jaconé mais uma vez esquecidos.
Acontece, que nem as quatro linhas criadas e fartamente anunciadas pela FSB (agência de notícias oficial da prefeitura e veiculada pela mídia que não comprovou a veracidade das informações) existem na verdade.
O que existem são apenas três linhas e todas elas circulares.
Uma delas é a Terminal Rodoviário do Centro até Ponta Negra via Barra e Cordeirinho e retorno pelo Bananal, Manoel Ribeiro, Condado fazendo o retorno na altura da Denifer, entrando pelo Flamengo, cemitério, hospital e terminando a viagem no terminal rodoviário do centro de Maricá. Esta viagem completa durou extamente duas horas e seis minutos.

Com apenas cinco dias de uso ao público alguns problemas já são notados
na conservação do veículo

A outra linha (também circular), começa no terminal rodoviário do centro, indo pelo Flamengo, RJ 106 (passando em frente ao Marques e Condado), Manoel Ribeiro, Vale da Figueira, Bananal e Ponta Negra. A volta é feita pela RJ 102, por Cordeirinho, Barra de Maricá, Guaratiba, Boqueirão, hospital, centro e terminal rodoviário do centro de Maricá. Este trajeto ainda não fizemos portanto não temos o tempo total da viagem, que deverá ficar próximo ao informado na linha acima.

TUMULTO NO TERMINAL DO CENTRO

Terminal do centro às 11 horas da manhã do dia 23/12
Ao chegarmos no terminal do centro por volta das 11 horas, vimos filas imensas e um tumulto generalizado, onde funcionários e fiscais da EPT batiam cabeça e tentavam colocar ordem nas enormes filas. Dos 10 veículos que estão trafegando, apenas 9 circulavam na terça feira, pois um deles estava sem motorista segundo informações de funcionários da EPT. Cinco faziam as linhas para Ponta Negra (3 por Cordeirinho e 2 por Manoel Ribeiro) e 4 faziam a linha para Itaipuaçu.
E foi nesta linha que entramos às 11:05h com o motorista que não vamos informar o seu nome. O veículo saiu do terminal após a apresentação do motorista com sua capacidade total de 43 pessoas sentadas e 43 em pé.
Em alguns momentos, ônibus trafegou com excesso de passageiros

Também muito sujo, o ônibus parou no ponto em frente a secretaria de turismo, onde 16 pessoas entraram no veículo deixando o mesmo com lotação maior do que a permitida e gerando inicio de tumulto dos passageiros que gritavam para não entrar mais ninguém.
E assim foi até o Parque Nancy, sem parar para embarque e somente para desembarque.
Em alguns momentos o motorista se mostrou despreparado para a condução de um veículo longo no trajeto a ele estabelecido e também por várias vezes usou o telefone celular durante a condução do ônibus com número de ordem Mar 03.004.

A camera que deveria ficar em cima do motorista ainda não foi instalada nos ônibus

O trajeto feito foi o seguinte:
Terminal do Centro de Maricá, avenida Francisco Sabino da Costa, retorno 29, RJ 106 passando por Itapeba, Parque Nancy, São José, Inoã, fazendo o retorno no km 13 (Calabouca), retornando à Inoa e entrando para Itaipuaçu pela rua Caio de Figueiredo, pegando a avenida Carlos Mariguela, rua 1 e parando fora do terminal rodoviário de Itaipuaçu que apesar de ser administrado pela prefeitura, não está recebendo os vermelhinhos. A seguir entrou na rua 34, avenida 1, praça do Barroco, estrada de Itaipuaçu, Recanto e colégio João Monteiro o ponto final onde ficou apenas dois minutos sem que o motorista sequer levantasse para esticar as pernas. 202 pessoas usaram o veículo neste trajeto e a viagem terminou às 13:12 h, cerca de duas horas e seis minutos após seu início.
Retornando (a viagem começou às 13:14h), o trajeto partiu do Recanto, estrada de Itaipuaçu, Barroco, avenida 1, rua 34, rua 1, estrada de Itaipuaçu (Carlos Mariguela), Inoã (Caio de Figueiredo), RJ 106, avenida Roberto Silveira, cemitério, hospital e terminal do centro. Na altura de São José, o veiculo com mais passageiros do que o permitido também não parou mais para embarque e só para para desembarque, só voltando a pegar passageiros no ponto próximo a Maminha de Ouro. A viagem terminou às 14:20h - cerca de 1 hora e oito minutos após seu início e com 191 usuários no trecho.
Vários usuários reclamaram da demora de um ônibus para outro dizendo que estavam a quase uma hora nos pontos aguardando a passagem do vermelhinho. De graça, o povo espera, mesmo reclamando. 
Um fato que verificamos é que com a capacidade além do limite, o ar condicionado não dá conta do recado e vai trazer problemas em dias de sol mais quente. Ontem (dia 23) a temperatura era amena, por volta dos 27 graus.
Este trecho aconteceram mais problemas do que soluções, com um motorista pouco preparado para o serviço.
Barão de Inohan
Próximo a rua 90 na Barra, pista estreita e muito movimento.
Com certeza no carnaval teremos problemas neste local.


SOBRE A OPERAÇÃO DA EMPRESA DE TRANSPORTE DE MARICÁ
Não se trata de revanchismo como apregoa S.Excia. Quaquá diante das minhas FUNDADAS denúncias. Evidente que o povo merece o melhor, mas a verdade é outra. Assessorado pela FSB por mais de R$ 7 milhões/ano e advogados caríssimos, ele sabe que está quebrando regras contratuais fixadas com as duas empresas de transportes após licitações em 2004. Duas delas: linhas concorrendo com as exploradas pelas duas concessionárias e por em risco o equilíbrio econômico/financeiro das operações concedidas. Trata-se de mais uma JOGADA para conseguir projeção política. Sabe que se arrisca a receber processos por parte das duas concessionárias, o que será explorado politicamente. Como sobra dinheiro, dá-se ao luxo de tocar o pau sem dó nem piedade. Se julga que há problemas nos serviços concedidos, que convoque as duas empresas e exija correção nos serviços. A prefeitura é o poder concedente. Fora disto é demagogia e mau uso dos impostos.

Texto de Ricardo Vieira Ferreira