quarta-feira, 13 de outubro de 2021

A FALTA DE OPORTUNIDADES PARA AS MULHERES TRANS


Mulheres negras infelizmente não tem o devido valor e além de serem vítimas de inúmeros preconceitos, quando conseguem empregos, acabam ficando à margem e sobrevivendo na verdade com empregos primários. As oportunidades são bem menores do que para mulheres brancas.

Agora, imaginem a situação: uma mulher negra, de classe menos favorecida, no Brasil e ainda po cima  TRANSSEXUAL?

As portas literalmente se fecham de um modo que elas acabam optando por "sub-empregos" e até mesmo para a prostituição.

E é isso que está acontecendo com uma jovem mulher trans da cidade de Maricá no estado do Rio de Janeiro. Seu nome: JADE RODRIGUES (34). Descobriu seu lado feminino aos 17 anos e começou a se cuidar como toda menina, mesmo com os poucos recursos que sua família tinha. No início a aceitação foi difícil, mas sua mãe e irmã mais velha, lhe deram total apoio. Hoje Jade é bastante conhecida e querida em Maricá e trabalha quando aparecem oportunidades como garçonete em festas e eventos. No período de pandemia foi um sufoco só, com a paralisação destes eventos.

"Já tive que me prostituir para poder comer e beber e por ser cortada dos trabalhos. Sempre gostei de atuar e já fiz várias figurações na Globo, mas quando era chamada para uma entrevista e falava que era trans, dificilmente conseguia a vaga. Em outros trabalhos, não conseguia nada após dizer que sou trans" desabafou Jade.

A dificuldade na sobrevivência, fez Jade fazer uma postagem forte, emocionante e num grande tom de desabafo em redes sociais: "Infelizmente vou ter que recorrer e me submeter a prostituição. Porque moro nesse país de merda chamado Brasil onde a mulher trans não tem vez em nada absolutamente nada. Uma droga de país que cada vez mais faz exclusão da mulher trans no mercado de trabalho. Temos que matar dez leões por dia pra tentar sobreviver nessa sociedade de gente preconceituosa, onde separam as pessoas por sua opção sexual, por sua cor e classe social. 

'Tô' extremamente revoltada. Mas enquanto tiver vida vou lutar por todos os meus direitos de mulher trans. Preciso desabafar e agir se não vou explodir."

Quando será que o preconceito em todos os sentidos irá acabar no Brasil?