foto meramente ilustrativa
Foi sepultada na manhã da segunda feira 12/4 no cemitério de Maruí em Niterói a jovem JULIANA RIOS DOS ANJOS (25) morta a pauladas pelo seu marido na noite da sexta feira 9/4 em sua residência em São José do Imbassai.
Segundo informações, a vítima foi agredida pelo marido com diversas pauladas na cabeça e em outras partes do corpo, sendo encontrada desacordada. Juliana foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Ainda segundo informações de vizinhos, o casal estava vivendo um relacionamento conturbado e violento por ciúmes do homem.
Agentes do Rabecão da Defesa Civil removeram o corpo da mulher para o Instituto Médico Legal (IML), no Barreto, em Niterói. Já os agentes da Divisão de Homicídios realizaram a prisão do companheiro acusado de ter cometido o crime. O homem permanecerá preso e o caso será investigado.
A Casa da Mulher e o secretário de Participação Popular, Direito Humanos e Mulher de Maricá, emitiram nota de repúdio e pesar:
*NOTA DE PESAR:*
Maricá presencia mais um caso de feminicídio. Desta vez, uma jovem de 25 anos.
Mais uma vida perdida para o machismo que assola nossa Sociedade e produz fatos hediondos.
Juliana Rios dos Anjos nunca foi atendida na Casa da Mulher. Talvez não conhecesse o nosso Serviço e nossa Rede de Apoio. No entanto, isso não exime a responsabilidade do Estado neste e em todos os crimes de feminicídio: muitas Instituições ainda banalizam a violência doméstica contra as Mulheres; desprezam a Lei Maria da Penha; negligenciam as denúncias de violência psicológica - que sinaliza o início do Ciclo de Violência (que é uma escalada rumo ao feminicídio).
Não podemos assistir passivamente estes casos que consideramos evitáveis.
Precisamos intensificar as Políticas Públicas de prevenção à violência contra as Mulheres, de apoio e proteção às Mulheres em situação de violência, de responsabilização dos agressores e de Instituições que não cumprem a Legislação que protege as Mulheres.
Precisamos ampliar o número de Serviços Especializados em Atendimento às Mulheres para ampliar o raio de ação desses Equipamentos. Juntamente, precisamos valorizar as profissionais que atuam hoje na Casa da Mulher e ampliar urgentemente o número atual da Equipe Técnica. Precisamos envolver todos os Setores da nossa Administração Municipal para um esforço permanente de tolerância zero à violência contra as Mulheres.
Precisamos intensificar o diálogo com a Sociedade Civil, especialmente com os Movimentos Sociais organizados, para que possamos desenvolver ações conjuntas que divulguem a Rede de Apoio às Mulheres; que denunciem os casos e encaminhe-os para este Atendimento Especializado; que sensibilizem sociedade e Instituições que a violência contra as Mulheres é crime e constitui violação dos Direitos Humanos.
Neste sentido, a Coordenação de Políticas para as Mulheres vê com entusiasmo a Campanha "Levante Feminista contra o Feminicídio" - que visa denunciar e buscar ações para mitigar esses crimes e os fatores que os desencadeia.
Toda solidariedade às familiares de Juliana Rios dos Anjos e a todas as Mulheres que neste momento estão sofrendo algum tipo de violência.
Repetimos: não se cale. Denuncie. Busque apoio.