terça-feira, 30 de abril de 2019

Grávida é terceira vítima de feminicídio no fim de semana em São Paulo

Crime aumentou 76% no 1º trimestre de 2019 no estado, segundo levantamento do G1 e da GloboNews.



Uma mulher de 24 anos foi achada morta neste domingo (28) em um terreno baldio em Perus, Zona Norte de São Paulo. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), este foi o terceiro caso de feminicídio registrado no fim de semana na cidade.

Segundo as investigações, Diana Pereira da Trindade, de 24 anos, estava grávida e foi esfaqueada até a morte por Aias de Souza Silva, de 35 anos. Eles mantinham um relacionamento havia mais de um ano.

Depois do crime, Aias foi agredido por moradores do bairro e deixado na linha do trem. O suspeito foi encaminhado à Santa Casa, onde permanece internado sob escolta policial em estado grave.

Segundo a família de Diana, o bebê que ela carregava na barriga era de Aias.

Feminicídio é o assassinato cometido contra a mulher pela sua condição de gênero, ou seja, simplesmente por ser do sexo feminino.

Outros feminicídios
Dois outros crimes deste fim de semana foram registrados como feminicídio pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), setor especializado em investigar assassinatos da Polícia Civil paulista.

A recepcionista Daniela de Jesus Martin, de 38 anos, foi morta dentro da própria casa, na Zona Leste.

O ex-companheiro da vítima foi preso e confessou o crime. Ele acrescentou que pediu a ajuda de um amigo, que também acabou detido, para retirar alguns objetos da residência.

O comparsa foi preso e indiciado pelo mesmo crime no 10º Distrito Policial (DP), na Penha.

Na madrugada de domingo (28), a operadora de caixa Raqueline Correia Cavalcante, de 41 anos, foi assassinada em sua casa, em Parelheiros, na Zona Sul da capital. Ela foi achada pelos filhos, de 20 e 17 anos, dentro do quarto, muito machucada e com um corte profundo no pescoço. Uma faca e uma marreta foram apreendidas no local.

Quando os policiais ainda estavam na casa, o ex-companheiro de Raqueline apareceu com um saco de pães. Os dois moravam juntos até que ele encontrasse outro lugar para viver.

Os vizinhos agrediram o homem, dizendo que ele seria o culpado. Policiais militares o prenderem e o levaram a uma delegacia, onde prestou depoimento, assim com testemunhas e vizinhos.

A Justiça decretou sua prisão temporária, por 30 dias, segundo a SSP.

Uma parente de Raqueline, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que o homem fazia ameaças. "E agressões leves, como empurrão, às vezes segurava o pescoço, sem apertar. Mas ameaçava muito em palavras. Diferentemente de outros casos de feminicídio que a gente vê, ele não a amava. Ele não dizia que a amava", disse.

"Ele dependia dela financeiramente, totalmente, e pedia um tempo para sair da casa dela porque não tinha para onde ir. Eles já não estavam juntos, teoricamente, mas estavam na mesma casa", contou.

Aumento dos crimes
Os casos de feminicídio aumentaram 76% no 1º trimestre de 2019 no estado de São Paulo se comparados ao mesmo período do ano anterior, de acordo com levantamento feito pelo G1 e pela GloboNews.

Nos primeiros três meses do ano, 37 mulheres foram vítimas de feminicídio. Em 2018, foram 21.