Além do calor absurdo dos últimos dias (recorde do ano na quinta feira em Mangaratiba com 43,8 graus), partes do Rio e de cidades da Baixada Fluminense ainda estão sem água e a previsão é do retorno pleno somente na manhã do domingo. Paes critica concessionárias pela demora na normalização do sistema.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, criticou a demora da volta à normalidade do abastecimento de água na capital. Em uma postagem na rede social 'X', Paes disse que é absolutamente compreensível que o sistema de água da cidade do Rio de Janeiro tenha que passar por sua manutenção anual, mas que a lentidão em normalizar o serviço é inadmissível.
“Obviamente, o ideal seria que isso acontecesse no inverno, mas imagino que existam razões para que não aconteça assim. O que não dá para aceitar é que passadas as 24 horas dessa manutenção o abastecimento de água ainda não tem sido normalizado”, escreveu.
Na terça-feira (26/11), a Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) concluiu, às 22 horas, a manutenção preventiva anual do Sistema Guandu, que tinha começado nos primeiros minutos do mesmo dia.
O prefeito acrescentou que, “não bastasse o transtorno que está causando à população em várias áreas da cidade”, a falta de água prejudica também hospitais e clínicas. “Determinei ao Procon Carioca que tenha rigor em relação à concessionária para aplicar as devidas punições. Como todos sabem, o abastecimento de água e os serviços de esgoto são uma concessão estadual, mas o município tem meios e instrumentos para agir”.
Leilões
Após leilões de concessão, em 2021, a Cedae passou a ser responsável pelo serviço de captação e tratamento de água no estado e passou a distribuição para as concessionárias Águas do Rio e Iguá, além do tratamento de esgotos para a Rio+Saneamento.
Na postagem, Paes não deixa claro a quem está fazendo a cobrança: Águas do Rio e a Iguá atendem bairros da capital, municípios da Baixada Fluminense, São Gonçalo e Maricá. A Rio+Saneamento cabe atender os bairros da zona oeste.
Retomada gradativa
Cedae, em seu site, publicou nota informando que, após a conclusão da manutenção do sistema, a retomada do abastecimento é feita gradativamente.
“O sistema atingiu 100% da capacidade às 10:55h de quinta-feira (28), após a conclusão dos reparos das concessionárias responsáveis pela distribuição. O prazo para normalização do abastecimento nos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, São Gonçalo e Maricá deve ser informado pelas concessionárias Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento, de acordo com as respectivas áreas de atuação”, diz a companhia.
Apesar disso, moradores de vários bairros do Rio, de cidades da Baixada Fluminense além de São Gonçalo e Maricá, reclamam da falta de água, aliado ao absurdo calor dos últimos dias. O problema ainda foi agravado pelo rompimento de duas adutoras do Sistema Ribeirão das Lajes, no bairro de Rocha Miranda, zona norte do Rio, que ocorreu também na terça-feira.
O rompimento da adutora, por volta das 3:30h, causou desabamento de uma casa, matando uma mulher de 79 anos. A filha dela foi resgatada com vida mas sofreu ferimentos e foi atendida no local.
Águas do Rio
A Águas do Rio informou, em nota publicada em seu site, que “o prazo para a regularização do fornecimento em todas as localidades com o abastecimento impactado é de 72 horas”, ou seja, vai até este sábado (30), sem informar o horário.
A concessionária esclarece que o processo de “recuperação do sistema ocorre sempre de forma gradativa, podendo levar mais tempo em áreas elevadas, nas extremidades das redes de distribuição e onde houver ocorrências neste período”, explicou, porém até o fechamento desta matéria, a grande parte dos bairros da capital, de várias cidades da Baixada Fluminense, de São Gonçalo e de Maricá continuavam sem água.
Recomendação
Em função disso, a Águas do Rio recomenda que “os clientes sigam utilizando a água de cisternas e caixas d’água somente para as atividades essenciais, adiando tarefas que demandem alto consumo até a normalização do fornecimento”, mas na maioria destes locais, não há mais água nestes reservatórios.
Vários colégios, postos de saúde, hospitais e outros serviços tiveram que cancelar suas atividades na quinta e na sexta feira (28 e 29 respectivamente). Cirurgias eletivas foram canceladas na rede privada e pública destas cidades. Muitos tentam recorrer aos carros pipas, mas muitos denunciam que devido a escassez, estes só estão sendo encontrados com o pagamento de pelo menos R$ 3 mil reais.
A concessionária informou ainda que “o abastecimento alternativo, por meio de caminhão-pipa, está sendo priorizado para unidades de saúde, como hospitais e clínicas. A empresa segue à disposição através do 0800 195 0 195, que funciona para ligações gratuitas e mensagens via WhatsApp”.
baseado em matéria da Agência Brasil