Mês de referência à prevenção ao suicídio conta com ações de conscientização sobre o tema, entre essas, uma campanha digital sobre o uso das redes sociais
A Secretaria de Saúde de Maricá, está mobilizada na Campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio, cuja data internacional foi comemorada no dia 10/9. Durante o mês, ações com foco no bem estar da saúde mental da população de Maricá ocorrem nas Unidades de Saúde da Família (USF) e em outros serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), envolvendo profissionais de saúde e os usuários dos serviços de atenção psicossocial. O município também preparou uma campanha digital para abordar a importância do uso equilibrado e consciente das redes sociais.
As atividades em alusão ao mês de prevenção ao suicídio nas USF têm o papel de fomentar a conscientização sobre o tema e contribuem para afastar estigmas relacionados aos transtornos mentais. Elas estão ocorrendo nas salas de esperas e nos grupos de saúde de cada unidade. Além disso, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Maricá também estão mobilizados, desenvolvendo diversas dinâmicas que dialogam com a campanha, envolvendo os usuários dos serviços e os trabalhadores desses espaços.
Atividades para toda a população
Na quarta-feira (13/09), será promovido um grande “Encontro Saúde e Educação pela campanha Setembro Amarelo”. O evento será organizado pelas equipes dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade e ocorrerá no auditório do Banco Mumbuca (Rua Eugênia Modesto da Silva, 293, Centro). A programação conta com as seguintes palestrantes: Alessandra Branco Vallegas - gerente da Unidade de Saúde da Família (USF) Ponta Negra; Isabela Brito da Silva - psicóloga do CAPSi; Maurício Pereira de Mattos - coordenador da área técnica das equipes multiprofissionais de Maricá. A entrada é limitada ao número de lugares disponíveis.
No sábado (23/09), a partir das 8h, a Rede de Urgência e Emergência vai realizar a “Caminhada de Prevenção ao Suicídio”, na região do primeiro distrito da cidade. O ponto de encontro será a Praça Orlando de Barros Pimentel, no Centro. A caminhada vai percorrer até a Praça Tiradentes, em Araçatiba, onde será encerrada. As inscrições já estão abertas e poderão ser feitas pelo link: https://bit.ly/caminhadasetembroamarelo2023. Atividade física e saúde metal estão diretamente ligadas e seus benefícios são: sensação de bem-estar, injeção de ânimo, autoconfiança e autoestima.
Campanha digital
"Nem sempre é real!" é o nome da campanha digital promovida pela Prefeitura de Maricá no mês de combate ao suicídio. Criada para alertar sobre a positividade tóxica das redes sociais, que, segundo especialistas, muito interfere no bem-estar da vida real, a estratégia tem como principal objetivo mostrar que a “perfeição” vista nas redes não existe. Há ainda avisos de atenção aos gatilhos da ostentação da felicidade. Para acessar, basta seguir @prefeiturademarica no Instagram, Facebook e X (antigo Twitter).
De acordo com a secretária de Saúde, Solange Oliveira, dialogar sobre o tema e garantir políticas públicas que possibilitem apoio aos que necessitam de cuidados são fundamentais.
“O município está garantindo a construção de redes de apoio aos que necessitam de cuidados, tanto promovendo ações de conscientização, quanto garantindo a assistência daqueles que precisam. É muito importante criar políticas de visibilidade e discussão da depressão e do suicídio que, na grande maioria das vezes, pode ser evitado. Por isso, mais do que tratar sobre o tema, seguimos incentivando rede de cuidados à saúde mental”, destacou a secretária.
Números alarmantes e assustadores
Segundo dados da OMS - Organização Mundial da Saúde, mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100 mortes registradas. Ainda de acordo com a OMS, as taxas mundiais de suicídio estão diminuindo, mas na região das Américas os números vêm crescendo. Entre 2000 e 2019, a taxa global diminuiu 36%. No mesmo período, nas Américas, as taxas aumentaram 17%. Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás apenas de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
Saiba como procurar ajuda em Maricá
Os sinais mais comuns de quem precisa de ajuda são o isolamento e falta de interesse por coisas que gosta de fazer e por outras pessoas; não se importar mais com atividades diárias; dizer muitas frases relacionadas à morte; entre outros. Por isso, é muito importante que os familiares e amigos fiquem atentos e, percebendo os sinais de alerta, procurem ajuda profissional o quanto antes.
EMAPs e RAPs
Em Maricá, os moradores contam com acolhimento qualificado na RAPs - Rede de Atenção Psicossocial. A porta de entrada para os serviços de saúde mental é a Unidade de Saúde da Família (USF) de referência do usuário, ou seja, a mais próxima da sua residência. Entretanto, os CAPS também atendem por demanda espontânea, ou seja, é possível procurar esses locais sem necessidade de encaminhamento.
O município inaugurou este ano o Caps 3, que possui acolhimento multiprofissional 24 horas para pessoas de todas as faixas etárias com sofrimento psíquico grave e/ou persistente. Atualmente, 830 usuários estão em acompanhamento no local. No primeiro semestre de 2023, mais de 4 mil pessoas foram atendidas, 86% a mais se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados pouco mais de 2.300 atendimentos.
A cidade também conta com quatro EMAPs - Equipes Multidisciplinares de Atendimento Psicossocial que se dividem por distrito e operam de modo volante, em cada uma das USF de Maricá. Usualmente, as equipes de saúde da família das USF acionam os profissionais para apoiar os manejos de casos de moderada complexidade, quando considerados os sofrimentos psíquicos e os transtornos mentais, independente da faixa etária, sempre a partir da identificação das complexidades em saúde mental e da avaliação profissional.
Maricá também tem ainda o CAPS Álcool e Outras Drogas (CAPS AD), o CAPS infanto-juvenil (CAPS I), e três espaços do Serviço de Residência Terapêutica (SRT). Além disso, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Inoã e o Hospital Municipal Conde Modesto Leal são os pontos de atenção da RAPS, atuando na retaguarda à crise dos usuários, como em caso de tentativa de suicídio, por exemplo.