segunda-feira, 23 de setembro de 2024

MPRJ denuncia Renato Machado por morte de Robson Giorno. Renato nega!

 Segundo a promotoria, Renato Machado (PT) foi o mandante do crime contra Robson Giorno, executado por homens encapuzados na noite de 25 de maio 2019, em frente a residência no Boqueirão. Renato Machado que na época ainda não era deputado, nega o crime!


O Ministério Público denunciou o deputado estadual Renato Machado (PT) como mandante da morte de Robson Giorno, proprietário do jornal O Maricá, em 2019. De acordo com a promotoria, Machado "foi o mandante do assassinato, planejando, determinando e dirigindo a atividade criminosa". Também há outras acusações do MP contra o parlamentar.

O político já havia sido indiciado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo pelo crime.

Além do político, outras 3 pessoas foram acusadas pela morte de Giorno:

- Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão;
- Davi de Souza Esteves, o subtenente Davi e;
- Vanessa da Matta Andrade, a Vanessa Alicate (por ter pernas arqueadas).

Os três chegaram a ser presos, mas estão em liberdade.

O crime

O MP afirma que Rodrigo Negão e o subtenente Davi foram os executores, e que o crime foi cometido por motivo torpe: vingança.

A denúncia cita que a morte foi encomendada por Renato Machado por causa de ataques à reputação dele, sobre uma relação extraconjugal com Vanessa Alicate e uma suposta gravidez.

O crime foi em 25 de maio de 2019. O jornalista foi assassinado com seis tiros na frente da esposa (Simone). Robson era empresário e dono do jornal "O Maricá".

Outras denúncias

Além da denúncia do assassinato, Renato Machado também enfrenta outras acusações do Ministério Público.

No início de setembro, o político virou réu depois que a Justiça aceitou uma denúncia criminal contra ele por desvio e lavagem de dinheiro – em uma investigação da Polícia Civil que envolve obras públicas.

Reginaldo Machado, primo do deputado, também virou réu.

De acordo com a investigação, Renato e Reginaldo integravam uma organização criminosa em Maricá entre 2019 e 2022, com o objetivo de subtrair recursos do município e destinar ao patrimônio deles. O deputado, segundo a denúncia, era o destinatário final do dinheiro.

Ex-secretário, deputado e pastor

Renato Machado é pastor evangélico e fez a carreira política em Maricá. Ele foi secretário de várias pastas da cidade e presidente da Autarquia Municipal de Obras, a Somar.

Em julho, o RJ1 mostrou que um terreno, onde hoje funciona um centro esportivo, virou alvo de investigação. O dono era o primo de Renato. O MP afirma que o parlamentar recebeu dinheiro para facilitar a negociação de venda para a prefeitura.

Segundo o MP, houve supervalorização do imóvel e prejuízo de mais de R$ 636 mil ao município.

O relatório indica que o primo, Reginaldo, recebeu pagamento da Somar e no mesmo mês repassou R$ 150 mil para Renato Machado.

O que dizem os citados

O RJ1 pediu uma entrevista ao deputado. No entanto, ele preferiu que sua defesa falasse. Renan Gavioli negou que Renato tenha envolvimento com a morte de Robson Giorno.

"O Renato nega firmemente qualquer envolvimento na questão do homicídio do jornalista Robson Giorno. Desde o início, Renato prestou depoimento para a Polícia Civil, assim que intimado, um longo depoimento, ele foi muito firme, muito lógico nas suas declarações, e sempre negou qualquer envolvimento ali. O que é a base dessa acusação é o depoimento isolado de uma única pessoa", disse o advogado.

Sobre a denúncia de peculato e lavagem de dinheiro, o advogado afirma que Renato Machado não participava da seleção de terrenos que receberiam obras em Maricá e que não recebeu dinheiro em negociação.

"O Renato nega totalmente a forma como foi colocada pelo Ministério Público, essa acusação dele, de peculato e lavagem de dinheiro. Também nos causou surpresa essa denúncia, porque o terreno envolvido nessa desapropriação já pertencia ao Reginaldo, primo do Renato, há mais de 30 anos. Então, a narrativa de que teria sido adquirido o terreno sabendo que haveria uma desapropriação não tem lógica".

Nota da prefeitura

A Prefeitura de Maricá informou que atua com foco total em transparência e na eficaz aplicação dos recursos públicos. O município disse que as operações da Somar seguem a legislação e atendem a todas as exigências, além de passarem por aprovação dos órgãos de controle.

O Partido dos Trabalhadores e Reginaldo Machado dos Santos não responderam aos questionamentos da reportagem.

O RJ1 não conseguiu contato com Rodrigo José Barbosa da Silva, Davi de Souza Esteves e Vanessa da Matta Andrade.

Morte de jornalista em Maricá teve trama de vingança e extorsões, aponta MPRJ


Vanessa atuava como informante de Robson Giorno, morto em 25 de maio de 2019. Depois de desentendimento, teria procurado suspeitos para cometer o assassinato. Segundo a promotoria, Renato Machado (PT) foi o mandante do crime embora este negue as acusações.

A denúncia do Ministério Público contra quatro pessoas pelo homicídio de Robson Giorno, em 2019, revelou uma trama de extorsões e vingança que culminou com o assassinato do proprietário do jornal O Maricá a mando do deputado Renato Machado (PT).

Vanessa da Matta Andrade, conhecida como Vanessa Alicate (por ter as pernas arqueadas), teria procurado dois amigos para serem os executores do crime, após não receber o pagamento de Giorno pelos seus serviços como informante. Ela era funcionária da prefeitura com acesso à várias informações importantes e relevantes.

O trabalho incluía a prática de extorsão para que determinadas reportagens não fossem publicadas. Giorno, segundo testemunhas, extorquiu dinheiro do deputado por diversas vezes. Na época, Giorno era sócio e proprietário do jornal "O Maricá".

O MP também cita que Giorno teria publicado notícias de uma gravidez de Vanessa, fruto de uma suposta relação extraconjugal com o deputado Renato Machado.

Por conta desses fatos, segundo a denúncia, Vanessa Alicate procurou Rodrigo José Barbosa da Silva, o Rodrigo Negão, e Davi de Souza Esteves, o subtenente Davi, para cometer o assassinato.

baseado em matéria do RJ1 e do G1 (Felipe Freire, Guilherme Peixoto)