PF realiza operação 'Anáfora', que mira contratos suspeitos de desviarem quase meio bilhão de reais
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã do primeiro dia de setembro no Rio de Janeiro, com apoio da Controladoria Geral da União (CGU), a Operação Anáfora que tem como objetivo apurar um suposto favorecimento em contratos na área de saúde com uma cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no valor total de R$ 563 milhões em pouco mais de dois anos.
Cerca de 130 policiais federais e CGU saíram para cumprir 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias (3), Maricá (1), Angra dos Reis (2), Mesquita (1), Niterói (1), Nova Iguaçu (1) e na capital (18).
Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do RJ na chapa de Cláudio Castro (PL), foi um dos alvos da Operação Anáfora, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
Também é alvo Mário Peixoto, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) após a Operação Favorito, de maio de 2020. O empresário é apontado pela Justiça como beneficiário no esquema de corrupção do governo Wilson Witzel – que sofreu um impeachment com pouco mais de um ano de governo.
De acordo com as investigações, iniciadas em janeiro deste ano, a cooperativa pertence a uma organização criminosa estruturada e complexa, que vem operando no estado, praticando corrupção com desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde.
Os mandados de busca e apreensão são contra empresários, interpostos (laranjas), operadores financeiros e prováveis líderes do esquema criminoso.
Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz referência à figura de linguagem que utiliza a repetição de uma palavra em frases seguidas, para enfatizar o termo. Da mesma forma, a organização criminosa investigada repetia o modus operandi na constituição de empresas geridas por laranjas ou para fazer contratos com órgãos públicos.
Em Maricá, a PF esteve na secretaria de saúde, no prédio da Taco levando documentos e computadores.