quarta-feira, 7 de setembro de 2022

200 anos de independência e 100 de total e maravilhosa dependência: o rádio faz 100 anos no Brasil!

 100 anos de rádio no Brasil: história e importância


No dia 7 de setembro o rádio completa um século de chegada ao território nacional. O veículo foi inaugurado oficialmente em 1922, nas comemorações do centenário da Independência, com a transmissão da fala do presidente Epitácio Pessoa (foto abaixo) na abertura da radiotelefonia brasileira. 

Desde então, se consolidou como um dos mais importantes meios de comunicação da atualidade. Com o surgimento da televisão e o advento da internet, muitos acreditaram que o rádio seria extinto. No entanto, ele se adaptou às mudanças e continua sendo uma das plataformas mais consumidas pelos brasileiros.

Conforme o relatório da Kantar IBOPE Media de 2021, o consumo de rádio aumentou 186% nos últimos dois anos, com destaque para a Região Sul. Cerca de 85% das pessoas declararam que se informam e se divertem através da plataforma diariamente. Esse cenário continua forte devido a sua capacidade de se reinventar de acordo com as novas tecnologias.

Passados 100 anos, o rádio continua sendo hoje, o veículo de maior alcance em todo o território brasileiro, atingindo as regiões mais remotas do país e as mais diferentes classes sociais. Além disso, as emissoras têm passado por processos de digitalização que abrem novas dimensões em versatilidade, portabilidade e qualidade técnica das transmissões.

A transmissão foi possível graças a uma antena instalada no morro do Corcovado (um transmissor de 500 watts, fornecido pela empresa norte-americana Westinghouse), na cidade do Rio de Janeiro - que até então era nossa capital federal. A conexão à distância e sem fios alcançou outros 80 receptores em Niterói, Petrópolis e São Paulo. Além do discurso do presidente Pessoa, a obra “O Guarani”, de Carlos Gomes, foi transmitida direto do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

À frente da iniciativa estava o cientista e educador Edgar Roquette Pinto, considerado o pai da radiodifusão brasileira e criador da primeira emissora não amadora do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. De acordo com o historiador Milton Teixeira: “Segundo o depoimento do próprio Roquette, praticamente ninguém ouviu nada da transmissão, porque o barulho da exposição era muito grande. Os alto-falantes eram relativamente fracos, mas mesmo assim causou uma certa sensação a transmissão do discurso do presidente Epitácio Pessoa e das primeiras músicas”.

Para que o início da radiodifusão no Brasil virasse lei, foi realizada "apenas uma medida simples", com a presença do Rei da Bélgica. A partir daquele momento, a Repartição Geral dos Correios e Telégrafos, que era departamento do Ministério da Viação e Obras Publicas, ficava responsável pelas transmissões de radiotelegrafia e da radiotelefonia. Foram necessários mais seis meses para a homologação do regulamento dos serviços.

O funcionamento e transmissões regulares de rádio no Brasil começaram apenas em 20 de abril de 1923, com um transmissor doado pela Casa Pekan, de Buenos Aires, instalado na Escola Politécnica. Atualmente, a primeira emissora do país foi renomeada para Rádio MEC, que foi doada pelo próprio Roquette Pinto ao Ministério da Educação em 1936.

Rádio Nacional muda a história do rádio e populariza como o maior e melhor meio de comunicação até hoje no Brasil


Desse modo, o rádio se tornou o veículo mais popular da época. Em 1936 , surgiu a Rádio Nacional do Rio de Janeiro que se tornou a emissora mais importante do país, com programas jornalísticos históricos, como o Repórter Esso, e radionovelas de sucesso. Além disso, os programas musicais e de auditório conquistaram as massas.

Daí em diante a plataforma se consagrou como líder de audiências e se popularizou cada vez mais. No final dos anos 1990 as primeiras rádios surgiram na internet e em 2005 ocorreram as primeiras transmissões de rádio no sistema digital.