quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Jovem assassinada após briga de trânsito estudava para ser delegada

 


Calma e estudiosa foram os primeiros adjetivos escolhidos por Zelandia Oliveira para descrever a neta Larissa Duarte de Lima (23). A advogada foi morta na terça-feira 24/8 após uma briga de trânsito em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Com sonho de ser delegada da Polícia Civil, Larissa tinha se formado há dois anos e estava estudando para fazer o concurso.

Larissa estava em uma moto com o namorado, que arranhou sem querer o retrovisor de um carro. O arranhão motivou uma discussão com o motorista do veículo, identificado como Antônio Gabriel, que depois teria perseguido o casal e jogado o carro contra a motocicleta, segundo testemunhas, provocando a morte de Larissa. Ele foi autuado em flagrante por homicídio doloso (com intenção de matar). A Delegacia de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso.

A família da jovem passou toda a manhã da quarta feira 25 no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, para a identificação do corpo. Wallace Oliveira, primo de Larissa, garante que o motorista avançou em direção à moto do casal de propósito.

— Os policiais e os bombeiros me contaram que foi um caso pensado porque ele disse: ‘Eu atropelei e matei, sim’ — afirma Wallace: — Simplesmente acabou com a vida dela. Era uma garota que só vivia em estudo e em casa. Não gostava de farra, não gostava de sair. Vai ser um buraco que nunca mais vai ser preenchido.

Testemunhas impediram Antonio Gabriel de sair do local. Ele foi preso e levado para a 35ª DP (Campo Grande). Posteriormente, foi transferido para a DH da capital, na Barra da Tijuca.

— Será que essa lei não vai colocar esse bandido na rua daqui a pouco? Nós não temos lei neste país. Ninguém cumpre nada — disse Zelandia Oliveira, tia-avó da jovem, visivelmente abalada.

Larissa saía de Realengo, onde morava, para ir ao trabalho, em Campo Grande. Como tinha pouco tempo, precisou da ajuda do namorado para chegar ao local. Larissa iria morar com a família em uma nova casa no bairro, que estava sendo construída pelo pai. Com o quarto pronto construído por ele, a tia-avó diz que o pai, desde ontem, está à base de remédios.

— Os pais estão muito abalados. Precisaram de remédios para aguentar. A casa deles já estava toda pronta em Campo Grande. O quarto estava feito exatamente do jeito que ela queria, e ela não viu. Dói muito — contou Zelandia Oliveira.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Bangu divulgou uma nota de pesar pela morte da jovem.