sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

AÇÃO EM MARICÁ E SÃO GONÇALO MIRA MILICIANOS QUE PODEM ESTAR ENVOLVIDOS NA MORTE DE ROBSON GIORNO


Uma operação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público estadual (MPRJ) busca desarticular uma quadrilha de milícia que atua nos municípios de São Gonçalo e Maricá, na Região Metropolitana. São 52 mandados de busca e apreensão e 23 de prisão preventiva contra milicianos. De acordo com a polícia, até o momento são 15 presos. O bando age coagindo os moradores dessas localidades a adquirir serviços e produtos ilegais ou ilícitos em troca de vantagens financeiras, cometendo também homicídios.

De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), as investigações tiveram início em janeiro desse ano a partir de informações de inquéritos de homicídios em Neves. A apuração levou os investigadores à identificação de Felipe Raoni da Silva, conhecido como Mineirinho, como autor dos crimes e integrante do grupo de milicianos. A investigação apurou que a arrecadação da organização girava em torno de R$ 100 mil por mês, ou então R$ 1,2 milhão ao ano, já que os valores cobrados podiam chegar até R$ 12 mil por estabelecimento comercial.

O objetivo dessa operação é desarticular três milícias com comandos distintos, mas com integrantes com atuação em mais de uma delas. O primeiro é liderado por Anderson Cabral Pereira, vulgo Sassa, com atuação nos bairros de Porto Velho, Porto Novo, Pontal e adjacências, em São Gonçalo. A segunda milícia é chefiada por Luis Claudio Freires da Silva, vulgo Zado, com atuação nos bairros Engenho Pequeno, Zumbi e adjacências, também em São Gonçalo. O último grupo de milicianos é comandado por Wainer Teixeira Júnior, com domínio nos bairros de Itaipuaçu e Inoã, em Maricá.

Com base em interceptações telefônicas autorizadas pela justiça, o núcleo de inteligência da especializada constatou que Mineirinho prestava serviço para dois desses grupos. As investigações indicam que os grupos ingressavam no território a partir do assassinato de traficantes ou assaltantes e assumiam o domínio do local alegando que iriam trazer paz e tranquilidade. Após assumirem o controle, o que chamavam de “ganho de chão”, os milicianos faziam o “aumento da folha" iniciando a cobrança da taxa. Em alguns casos, eles expulsavam familiares de rivais tomando os imóveis para a organização criminosa.

Entre os principais integrantes da milícia comandada por Sassa aparece Rodrigo de Oliveira Silva, vulgo Negão, braço direito do líder. No caso da milícia dominada por Zado, aparece ao lado dele Gerson Batista Junior, vulgo Gecinho. Neste grupo, consta como braço operacional Adriano Silveira da Rosa, vulgo Vaco, André Silveira da Rosa, vulgo Chaveirinho, entre outros criminosos. Já a milícia liderada por Wainer tinha entre seus integrantes Francisco Ribeiro Soares Junior, Vulgo Chicão; Luiz Carlos Pereira de Melo, vulgo Russo; Lucas dos Santos Costa, vulgo Luquinha; e João Paulo Firmino – este último apontado como autor da execução dos cinco jovens num condomínio do programa Minha Casa Minha Vida, em Itaipuaçu, em 25 de março deste ano.