Multidão em Copacabana contra a corrupção e a afavor da LAVA JATO |
Manifestantes tomaram as ruas, neste domingo, em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e outras cidades brasileiras para protestar contra a corrupção, com foco em parlamentares e no presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e numa demonstração de apoio à operação Lava Jato.
Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 15 mil pessoas estiveram presentes na manifestação ocorrida na Avenida Paulista, em São Paulo. Manifestantes declararam apoio à Lava Jato e ao pacote de medidas de combate à corrupção apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF) ao Congresso Nacional, proposta que foi alterada pelos deputados federais nesta semana.
O fim do foro privilegiado, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também estavam na pauta dos protestos. Às 17h40, os manifestantes começaram a se dispersar do local.
No Acre, terminou o protesto em Rio Branco. A chuva que cai na tarde deste domingo (4) acabou atrapalhando o ato, segundo a organização, que estima ao menos mil participantes. Durante a ação eles lavaram bandeiras do Brasil enquanto liam os nomes dos deputados federais que votaram a favor das mudanças no pacote anticorrupção. A Polícia Militar não acompanhou o protesto, organizado por membros do Movimento Vem Pra Rua e membros do Ministério Público do Estado.
No Mato Grosso do Sul, as manifestações já foram encerradas nas cidades de Campo Grande e Dourados.
Floripa |
Em Florianópolis, a manifestação foi encerrada às 19 horas. Uma hora antes, uma passeata passou por uma faixa interditada da Avenida Beira-Mar Norte. A organização diz que havia 10 mil participantes, mas a PM estimou o número em 4 mil.
Fortaleza |
Em Fortaleza, no Ceará, o ato a favor da Lava jato na Praça Portugal, a 1,5 km da orla, terminou por volta das 18h30, sem caminhadas. Os organizadores dizem que 5 mil pessoas participaram e a PM não irá divulgar uma estimativa.
Em Guarapuava, na região central do Paraná, a manifestação começou às 16h na Praça Cleve, no Centro. Os manifestantes vestiam verde e amarelo e levavam faixas com frases contra a corrupção, pedindo a aprovação do texto original das 10 medidas contra a corrupção, elaborado pelo Ministério Público Federal (MPF), e a saída do presidente do Senado Renan Calheiros. A organização informou que 800 pessoas participaram do evento, já a PM contou 250.
Por volta das 17h30 o grupo saiu em caminhada pelas principais ruas da cidade. O ato terminou por volta das 18h, na Rua XV de Novembro.
Manifestantes se reúnem, no Rio, em defesa da Lava Jato e contra a corrupção
Chuva e vento na manhã deste domingo (4) não intimidaram manifestantes que foram a Copacabana, Zona Sul do Rio, participar de um protesto em defesa da Operação Lava Jato, e contra as mudanças nas medidas propostas pelo Ministério Público Federal para combater corrupção.
"As principais [pautas] são: primeiro, defesa total à Lava Jato; as dez medidas sorrateiramente empurradas e modificadas; contra esse jogo sujo e antigo de fazer política, achando que é o quintal da casa deles e contra a corrupção em geral", disse uma das coordenadoras do Vem Pra Rua, Adriana Balthazar.
A concentração começou tímida por volta das 10h e, logo depois, se multiplicaram as camisas amarelas, guarda-chuvas e capas com as cores da brandeira brasileira.
Muitos dos que foram ao bairro da Zona Sul carioca exibiam cartazes com mensagens de apoio ao juiz Sérgio Moro, encarregado por julgar processos ligados à Lava Jato.
Ambulantes aproveitavam para vender "pixulecos", apelido dado a bonecos infláveis caracterizados como políticos. Entre os personagens, a tradicional representação dos ex-presidentes Lula e Dilma vestidos como presidiários. A inovação era um bonequinho do juiz Sérgio Moro vestido de super-herói.
No meio da multidão que se formava, um homem e um cavalo surgem e atraem os olhares de curiosos. O empresário Luiz Carlos Demoner, de 68 anos, e o cavalo Oásis já estiveram em outras manifestações este ano. Mais uma vez, o dono do animal diz ter vindo de Xerém, município da Baixada Fluminense, para fazer coro aos manifestantes que pedem a saída de políticos.
"O povo está muito humilhado, oprimido. Não tem emprego, não tem segurança, não tem trabalho, não tem nada. Nesse Brasil não tem mais nada. Esses políticos não têm vergonha na cara e infelizmente a gente está pagando o preço. Eu vou dizer uma coisa para você que é jovem [se referindo ao repórter]: eu tenho direito de fazer isso aqui, ó, montar nesse cavalo e vir aqui, em Copacabana. Eles [os políticos] não podem sair, ir a lugar nenhum", disse. Por volta das 14h, os manifestantes começaram a dispersar.