sexta-feira, 20 de junho de 2025

CIDADE DAS UTOPIAS: BASE DE FOGUETES EM SANTUÁRIO ECOLÓGICO? E o que diz a Marinha?


Em mais um sonho utópico, o prefeito de Maricá, Washington Siqueira (o Quaquá), voltou a falar sobre seu projeto de transformar o município em referência aeroespacial. Em publicação nas suas redes sociais, na sexta-feira (13), ele disse ter recebido o presidente da AEB - Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon, para discutir a criação de um Centro Aeroespacial nas Ilhas Maricás (SANTUÁRIO ECOLÓGICO) — arquipélago a cerca de 5 km da costa de Itaipuaçu, sob jurisdição da Marinha do Brasil, ou seja, para que algo seja feito no local, primeiro precisará combinar, ouvir, e dizer amém para a Marinha do Brasil. 

A reunião que aconteceu na sede da CODEMAR - Companhia de Desenvolvimento de Maricá mas curiosamente não foi registrada na página oficial da AEB (https://www.gov.br/aeb/pt-br), com a presença do presidente Celso Pansera, do secretário de Governo Arlen Pereira e do vice-prefeito João Maurício (finalmente ele apareceu).

As ilhas têm uma posição geofísica privilegiada — daqui, os foguetes usam menos combustível e chegam mais rápido ao espaço (n.r.:????)

Por que isso é bom pra cidade? São mais empregos diretos e indiretos. Um centro desses, para o lançamento de satélites pequenos de comunicação, por exemplo, exige moradia para os funcionários, alimentação, toda uma logística que devolve recursos para Maricá!

Falamos também sobre a criação de um polo de formação de engenheiros aeroespaciais. Como vocês sabem, meu lema é: ‘foguete não dá ré’ (*). E, em Maricá, eles vão voar alto e longe!”, escreveu o prefeito em seu perfil no Instagram.

O encontro contou com a apresentação de imagens das ilhas ao presidente da AEB, mas nenhum detalhe técnico ou institucional foi divulgado até o momento.

Apesar de parecer inusitada, a proposta não é nova. Em outubro de 2024, o prefeito já havia anunciado, durante uma coletiva de imprensa, o desejo de instalar uma base de lançamentos de pequenos satélites em Maricá. À época, Washington Siqueira (o Quaquá), deputado federal licenciado - argumentou que o município reúne características estratégicas para o setor aeroespacial: localização privilegiada, proximidade com o mar e espaço para pesquisas científicas e tecnológicas. Apenas esqueceu de citar ser o local um santuário ecológico e ter que antes de mais nada conversar com a Marinha do Brasil, responsável pelo local.

Maricá pode entrar para o circuito global de lançamentos de pequenos satélites. Isso movimentaria a economia, atrairia investimentos e posicionaria a cidade como referência em inovação”, declarou em 2024 e então deputado federal.

A ideia, segundo ele, seria atrair universidades, centros de pesquisa e empresas ligadas ao setor de tecnologia espacial, gerando emprego qualificado e diversificando a matriz econômica da cidade — hoje fortemente dependente dos royalties do petróleo.

Apesar do entusiasmo do prefeito, o projeto ainda esbarra em diversos desafios:

- o aval da Marinha, 

- questões ambientais envolvendo a proteção das Ilhas Maricás 

- a viabilidade técnica de implantar uma estrutura desse porte no local.

Segundo a ambientalista Flávia Lanari há uma série de aspectos que são exigidos para os locais de lançamento, inclusive não serem rotas de voos comerciais, terem um 'céu de brigadeiro', ou seja, sem muita bruma etc e sim boa visibilidade, e o local precisaria ser de fácil acesso, e praticamente todos estes pontos não 'rolam' aqui nas ilhas Maricá, que depende do mar pra se atracar.

"A umidade do ar aqui e grande, o que causa muita bruma e por aí vai. Pra mim esse é mais um factoide do prefeito do que qualquer outra coisa. Ele fica levantando cortinas de fumaça pra gente não prestar atenção no que realmente está acontecendo por aqui", pontou Flávia.

E como sempre, até agora, na cidade das Utopias, não há cronograma oficial ou projeto público detalhado da proposta.

(*) PREFEITO, FOGUETE AGORA DÁ RÉ SIM!!!

Honda testa foguete reutilizável que dá ré e faz pouso em solo

A Honda, segunda maior fabricante de carros do Japão, realizou um teste bem-sucedido com um foguete experimental reutilizável na terça-feira (17/6).

O voo durou 56 segundos. O foguete subiu a uma altitude de 271 metros e depois retornou à base, pousando no solo a apenas 37 centímetros do alvo previsto.

O foguete, que tem seis metros de altura, foi lançado na cidade de Taiki, na ilha de Hokkaido, no Japão.

O teste teve como objetivo principal avaliar as tecnologias essenciais para a reutilização de foguetes, como a estabilidade de voo durante a ascensão e descida e a capacidade de pouso.

O pouso do foguete diretamente para o solo é um dos caminhos para que ele se torne reutilizável e reduza custos para os voos espaciais.

SpaceX

Além disso, a SpaceX, do bilionário Elon Musk, já testou uma tecnologia ainda mais avançada, pousando o foguete da nave Starship diretamente na plataforma de lançamento, capturado diretamente no ar por braços mecânicos.