Em meio às dificuldades de articulação política do governo federal, o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, trocaram uma série de acusações nesta quarta-feira. A troca de farpas começou em uma entrevista à TV Band, em que Bolsonaro afirmou que Maia estava "abalado" após a prisão do marido de sua sogra, Moreira Franco. A declaração não foi bem recebida por Maia, que reagiu dizendo que o presidente precisava parar de "brincar de presidir o Brasil". Logo depois, em uma tréplica, Bolsonaro rebateu: "Não existe brincadeira de minha parte".
— Não existe brincadeira de minha parte. Muito pelo contrário. Quero não acreditar que ele (Maia) tenha falado isso — afirmou Bolsonaro.
O presidente comentou que as palavras usadas por Maia não eram as esperadas de alguém que ocupa a posição do deputado.
— Se foi isso que ele disse mesmo eu lamento. Não é palavra de uma pessoa que conduz uma Casa (legislativa).
Bolsonaro disse também que a aprovação da reforma da Previdência não é responsabilidade apenas dele ou do Congresso, mas de todos.
Maia afirmou que Bolsonaro precisa parar de "brincar de presidir o Brasil" depois que foi perguntando sobre uma frase dita por Bolsonaro em entrevista à TV Band, também nesta quarta-feira.
O presidente disse que Maia “está um pouco abalado com questões pessoais que vem acontecendo na vida dele” Bolsonaro se referia à prisão de Moreira Franco, marido da sogra do presidente da Câmara. Logo depois, Maia reagiu:
— Abalados estão os brasileiros que estão esperando desde primeiro de janeiro que o governo comece a funcionar. São 12 milhões de desempregados, 15 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza, capacidade de investimento do Estado brasileiro diminuindo, 60 mil homicídios... E o presidente brincando de presidir o Brasil — disse o presidente da Câmara.
O presidente desembarcou em São Paulo por volta das 13h. Ele iria visitar, na capital paulista, um laboratório de grafeno na Universidade Presbiteriana Mackenzie, mas optou por conhecer o projeto em outro lugar, o Comando Militar do Sudeste depois que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) identificou a ocorrência de protestos em frente à universidade .
Depois, o presidente seguiu para o hospital Albert Einstein para uma consulta. Segundo boletim médico divulgado no fim da tarde, o presidente está em "excelentes condições físicas". Ele passou por teste ergométrico e recebeu orientações sobre a dieta.
Por volta das 17h55, Bolsonaro chegou acompanhado pela primeira-dama, Michelle, para o evento beneficente. Ele deixou o evento cerca de uma hora depois.