O presidente eleito Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta segunda-feira, no Twitter, a indicação do general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo . Ele irá ocupar o cargo de Carlos Marun, responsável pela articulação do governo com o Congresso.
Um dos principais auxiliares de Bolsonaro, que integra a equipe de transição, afirmou ao GLOBO que Santos Cruz não deverá cuidar da articulação política com o Congresso Nacional, tarefa que deverá ficar com Onyx Lorenzoni, que ocupará a Casa Civil.
O auxiliar de Bolsonaro destacou que Santos Cruz não tem perfil para fazer negociação pública e que o debate interno sobre o nome tratava mais de ações de coordenação de ações de governo.
A secretaria continuará com status de ministério. Carlos Alberto Santos Cruz era cotado para comandar a Secretaria de Segurança Pública , na equipe de Sergio Moro. Ele é o quarto militar confirmado para ocupar uma pasta no futuro governo.
O general atuou como consultor da ONU e comandou as forças de paz no Congo pelas Força Armadas. Foi a primeira missão internacional a ter autorização do Conselho das Nações Unidas para tomar a iniciativa de desarmar e desmobilizar grupos rebeldes e milícias que atacavam civis no país africano. Ou seja, com autorização para atacar antes de qualquer ataque.
Quando foi convidado a comandar a missão no Congo, o general já estava na reserva, mas aceitou a missão. Antes do Congo, ele já havia atuado na missão de paz no Haiti, de 2006 a 2009.
Cruz foi o personagem central do documentário "O Congo e o general", feito pela TV Al Jazeera, que mostrou a atuação do brasileiro no Congo, então varrido por armas e violência.
Neste domingo, Bolsonaro ainda projetou anunciar todo o ministério do futuro governo nos próximos dias . Nomes para pastas importantes, como as da área de infraestrutura, ainda não foram anunciados.
— Os nomes que aparecem têm que estudar. Espero até o final do mês estar resolvida essa questão dos ministérios — disse.