O Pólo de Atendimento para casos suspeitos do novo coronavírus do Centro de Maricá começou a receber a população nesta segunda-feira (06/04). A tenda montada na área externa do Esporte Clube Maricá ficará aberta diariamente até as 20 horas com setores distintos para pacientes com e sem febre, que vão passar por avaliação clínica - já na entrada, é medida a temperatura e feita uma assepsia em cada um que chega. O local tem capacidade para atender até 500 pessoas por dia.
Após essa separação, que segue o protocolo internacional, o paciente passa pela enfermagem onde é feita uma primeira consulta, sendo verificados os sinais vitais como frequência respiratória, saturação de oxigênio e aferição da pressão arterial. Em seguida, o médico avaliará o paciente, verá se ele será medicado no local ou se vai ser orientado e encaminhado para casa, ou ainda tratar alguma doença respiratória que o acometa.
Se o paciente necessitar de algum cuidado especial, ele será encaminhado para o hospital, onde será atendido também seguido o protocolo. Duas ambulâncias estão de prontidão para realizar transferências caso necessário.
No primeiro dia, a procura dos pacientes foi tranquila em ambas as partes do pólo de atendimento. Até as 17h30, 49 pessoas haviam procurado o espaço, das quais duas foram transferidas para o Hospital Conde Modesto Leal, também no Centro.
O gerente comercial Júnior Soares Campos, de 38 anos, contou ter ficado surpreso com o local. “Sinceramente não esperava que fosse tão bem organizado e com um atendimento tão rápido. Mostra que a cidade está bem assistida”, avaliou o morador de Itapeba, contando que foi à unidade sentindo falta de ar, tontura e tosse. “Os médicos me tranquilizaram dizendo que meu problema nada tem a ver com a pandemia”, acrescentou.
Do Flamengo veio Luciano Damião, que está com a mãe internada em um hospital de Cascadura (Zona Norte do Rio) após testar positivo para o vírus. “Tive bastante contato com ela e resolvi me precaver. Vejo que Maricá está na vanguarda do atendimento, se preparando adequadamente para enfrentar a doença, com carro de som nos dando as orientações”, observou o paciente de 46 anos.
Já a agente de saúde Leni da Silva, de 59 anos, contou que a filha ficou 14 dias em quarentena, mas já retornou ao trabalho. “Eu tive dor, febre e, além da minha filha, tive contato com muita gente no trabalho. O espaço aqui é ótimo, é bom para a cidade contar com isso”, disse ela, que mora no Boqueirão.
A secretária de Saúde de Maricá, Simone da Costa, explicou o funcionamento da nova unidade e garantiu que há segurança no atendimento de quem for ao local. “As áreas aqui dentro continuam segregadas e têm saídas independentes, além de equipes com médicos e enfermeiros. Com isso, os pacientes com e sem febre não se cruzam. Além disso, dentro de cada área distinta há um espaçamento das cadeiras de espera e também a farmácia é dividida de ambos os lados”, frisou ela, lembrando que o pólo pode ainda ampliar seu atendimento se for necessário.
"É sempre importante ter em mente que não se trata aqui de um hospital de campanha, mas pode se transformar em um desses caso haja um número grande de pacientes infectados e que as unidades atuais, como a UPA de Inoã, o Hospital Conde Modesto Leal e em breve o Hospital Che Guevara, eventualmente não suportem. Temos estrutura para isso", ressaltou Simone.
Dois novos pólos como este deverão entrar em funcionamento nos próximos dias. Em Ponta Negra, a estrutura montada na Rua Capitão José Caetano de Oliveira tem previsão de entrega para a próxima semana, enquanto o de Itaipuaçu foi erguido entre as ruas 8 e 9, na esquina de ambas com a Rua 34, e deve estar aberta já no feriado da Semana Santa.
“A intenção, além de ter mais atendimento, é exatamente evitar o deslocamento de pessoas que moram nestas áreas para o Centro ou as unidades maiores, utilizando o transporte público e, assim, evitando também as aglomerações”, explicou a secretária, lembrando que as equipes que vão atuar nesses locais já receberam capacitação.