Rodoviários de Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Tanguá definiram ontem, em assembleia, a pauta de reivindicações da categoria, que será encaminhada esta semana ao sindicato patronal. A proposta prevê reajuste salarial de 10% a partir de 1º de novembro; cesta básica de R$ 400, com desconto em folha de 5%; Adicional por Tempo de Serviço (ATS); fim da dupla função dos motoristas e adoção de sistema de bilhetagem, que iniba a circulação de dinheiro nos coletivos, com o uso do RioCard, além de cartões de débito e crédito; planos de saúde médico e odontológico por adesão para os trabalhadores e seus familiares.
A categoria também aprovou a manutenção da contribuição sindical e assistencial, que prevê um desconto de um salário por ano dos trabalhadores. Pelo menos 520 rodoviários participaram das assembleias, que também foram realizadas em São Gonçalo e Itaboraí durante a semana. Em Niterói, os rodoviários se reuniram em dois turnos ontem, pela manhã e à tarde, na sede social do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Passageiros de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), no Sapê.
“Não temos dúvidas que será uma negociação difícil. O setor de transportes foi especialmente afetado pela crise econômica e, agora, enfrenta a concorrência dos aplicativos individuais, como o Uber, e coletivos, como o Buser. As empresas estão quebrando, reduzindo frota e demitindo em massa. Mas os rodoviários não podem ser penalizados por isso e vamos lutar pela categoria”, afirma o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
O Sintronac lidera uma campanha, em parceria com a Federação Estadual dos Rodoviários e com outros sindicatos da categoria no Rio de Janeiro, contra a operação, no Estado, do serviço Buser de transporte coletivo por aplicativo, autorizada este mês pela Justiça Federal.
“O Buser é como o Uber. Não é exigida nenhuma qualificação dos motoristas, não há fiscalização dos veículos, não há normas técnicas que devem ser seguidas, não paga os impostos que o setor de transportes convencional paga, enfim, é um serviço de aplicativo que não faz bem a ninguém, a não ser aos seus donos. Os motoristas não têm férias, 13º salário, aviso prévio, FGTS ou qualquer outro benefício previsto na legislação trabalhista. Aí fica fácil dizer que é competitivo no mercado”, avalia Oliveira.
Fonte: A TRIBUNA
Fonte: A TRIBUNA