A caminho da igreja, personal trainer dá chutes e bate várias vezes a cabeça da namorada no chão. Espancamento covarde foi registrado em vídeo e homem só parou de bater na mulher quando policial apareceu
Um novo vídeo divulgado nesta terça-feira (17/9) reforçou a denúncia contra o personal trainer Murilo Morais, de 33 anos, que espancou a namorada no final do mês de agosto em Goiânia (GO).
Nas imagens, o homem é flagrado dando chutes na namorada e batendo a cabeça dela repetidas vezes no chão. A agressão covarde aconteceu quando o casal estava indo para a igreja.
No vídeo, a mulher aparece descendo de um carro. Logo depois, o agressor também sai do veículo e vai atrás dela. Após ser abordada, ela se vira e caminha junto com o namorado para voltar ao automóvel. No meio do caminho, a mulher leva um soco no rosto e cai no chão. A vítima é veterinária e também tem 33 anos.
A mulher tenta se proteger o tempo todo durante o espancamento, mas o homem a golpeia de maneira violenta. Murilo só para de bater na namorada quando um policial surge na cena do crime. As imagens revelam o momento em que o agente saca a arma contra o agressor.
O vídeo mostra ainda que o agressor saiu correndo e foi perseguido pelo policial, que o capturou até a chegada da Polícia Militar. Testemunhas disseram na delegacia que o agente teve de atirar para o alto para que o personal parasse.
Em depoimento na delegacia, a veterinária diz que Murilo “bateu muito em sua cabeça” e que “se não fosse a interferência de populares estaria morta”. Ela afirmou que eles namoram há 4 anos.
Murilo foi detido em flagrante por tentativa de feminicídio e levado para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam). No interrogatório, preferiu permanecer em silêncio. A veterinária foi socorrida com uma fratura no braço e vários ferimentos no rosto e no corpo.
O personal trainer passou por uma audiência de custódia, onde foi representado por uma defensora pública. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara decidiu, na ocasião, mantê-lo preso preventivamente.
Jesseir explicou que o homem já tem passagens por ameaça e injúria e que a gravidade dos atos “evidenciam a periculosidade social” do preso.
Feminicídio
O Código Penal estipula a pena de reclusão de 12 a 30 anos para o homicídio contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
Atualmente, já existe agravante no caso de crime cometido contra vítima menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência; durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; e na presença de descendente ou de ascendente da vítima, sem especificar que essa presença pode ser virtual ou física.