quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Maricá: Moradores do 'Minha Casa Minha Vida' de Inoã entram na justiça contra Prefeitura, Sertenge e Cedae


Apartamentos sem janelas, vazamentos, rachaduras, falta de água, trincos que não funcionam e por aí vai.
Vinte dias após a entrega de 1460 novas unidades habitacionais, algumas famílias afirmam ter recebido apartamentos do programa 'Minha Casa Minha Vida' do Residencial Carlos Alberto Soares de Freitas, no bairro de Inoã, em Maricá (RJ), incompletos e apresentando problemas de qualidade por causa de “vícios construtivos” que dificultam ou mesmo inviabilizam o uso pleno da moradia pelo beneficiário.
Segundo moradores, os imóveis estão sem água e a alternativa é carregar balde de água, contratar caminhão-pipa ou ir até a casa de parentes e amigos para tomar banho.


Moradores informam ainda que o representante da empresa Sertenge – responsável pelas obras – não dá nenhuma atenção às suas reclamações e reivindicações sobre os problemas detectados.
Com prestações que variam entre R$ 25 e R$ 80 reais, cada apartamento foi avaliado individualmente em R$ 62 mil reais. Os dois empreendimentos construídos no município (Itaipuaçu e Inoã) tiveram um investimento total de R$ 190 milhões.


Suposto desvio

Das 1460 unidades, cerca de 90% dos imóveis foram entregues sem as janelas da cozinha e área de serviço (apenas as unidades térreas possuem todas as janelas). Alguns moradores já se anteciparam e compraram as janelas no mercado ao custo aproximado de R$ 300 cada. A estimativa é de que, supostamente, houve um desvio de verba na ordem de R$ 1.800 milhões por parte dos "empreendedores".


Justiça

Em virtude dos descasos apresentados, várias ações tramitam na justiça. Cerca de 50 moradores deram entrada, individualmente, no Juizado Especial Cível contra a construtora Sertenge - responsável pela obra - por danos morais e materiais. De acordo com Robson Giorno, pré candidato a prefeito de Maricá, que disponibilizou seu escritório e advogados para tocar as ações, os beneficiários passaram por diversos constrangimentos devido aos atrasos e adiamentos da entrega. Com isso, vários outros problemas foram gerados, entre os quais o recebimento de duas contas de luz acumuladas, cortes de energia, etc.
Em outra vertente, na semana passada, devido à falta de água, os moradores deram entrada em uma Ação Popular (Processo nº 0048695-52.2015.8.19.0002) composta de 400 assinaturas, na 2ª Vara Cível, aos cuidados do juiz Fabio Porto, que já mandou intimar e citar os réus, Prefeitura e Cedae.





MARCELO BESSA :: ITAIPUAÇU SITE