sábado, 28 de fevereiro de 2015

A pedido do CCS Maricá, Prefeitura embarga obra da Petrobras


A Prefeitura embargou nesta sexta-feira (27/02) as obras de construção do emissário de efluentes químicos do Complexo Petroquímico da Petrobras (Comperj) em Maricá. Após denúncias do Conselho Comunitário de Segurança de Maricá, ao sub secretário do Meio Ambiente presente na reunião do dia 10 de fevereiro na 82 DP e de algumas denúcnias posteriores de moradores, equipes da Secretaria Municipal Adjunta de Ambiente descobriram na Estrada de Cassorotiba, em Inoã, uma perfuração para colocação de dutos – chamada tecnicamente de “furo direcional do emissário” por onde vinham sendo perdidos, há pelo menos quatro meses, 30 mil litros de água por hora.


A estimativa da Prefeitura é que 86,4 milhões de litros, um volume capaz de encher em torno de 1.500 caminhões pipa, tenham jorrado nos últimos quatro meses. Segundo a secretaria, a construtora Drilltec, encarregada da obra do emissário, está lançando o líquido, que apresenta uma coloração branca e sem a análise necessária e exigida por lei, dentro de uma propriedade particular, fora da faixa do Comperj.

A notificação nº 05/2015, baseada na Lei Municipal nº 2380/2011, foi entregue pelo secretário Guilherme Mota nesta manhã na base da estatal, em Itaboraí, e à tarde as atividades foram paralisadas por tempo indeterminado. “A empresa contratada pela Petrobras não soube informar a procedência da água. As máquinas usadas para perfuração podem ter atingindo um bolsão de água, mas somente uma análise técnica pode confirmar isso”, declarou Guilherme. 

O secretário foi informado também pelo Conselho Comunitário de Segurança de Maricá na mesma reunião do dia 10 de fevereiro na 82 DP, do intenso tráfego de caminhões de grande porte (incompatíveis com a estrada estreita do local e de grande quantidade de carros pipa nos últimos meses pela área. “Na vistoria realizada pela manhã encontramos esse volume de água jorrando pelo terreno e os operários usam uma mangueira de cerca de 100 metros para bombear esse recurso hídrico numa propriedade vizinha, fora da faixa do Comperj”, completou.
 


 No local também existem quatro enormes piscinas, que, segundo o secretário, são usadas para depositar lama de bentonita (argila) para sondagem geológica.


Baseado em matéria do MaricáInfo com correções do Barão de Inohan
Fotos: MaricáInfo