Genoino, que poderia estar na cadeia, está na Câmara defendendo a censura à imprensa! E o faz no dia em que os petistas inventam que Lula será colunista do New York Times!
TVC/Veja
Reinaldo Azevedo
Num país de "democracia consolidada, até mais avançada do que no Brasil", para usar palavras de José Genoino (PT-SP), ele, Genoino, não estaria na Câmara dos Deputados, mas na cadeia — ainda que no regime semiaberto, que, à diferença do que se diz por aí, ainda é fechado. Num país de "democracia consolidada, até mais avançada do que no Brasil", ele, Genoino, não estaria na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a mais importante da Casa; já teria sido banido da vida pública. Como a nossa democracia ainda deixa muito a desejar, Genoino é deputado; arbitra, mesmo condenado, sobre a justiça e a constitucionalidade de projetos de lei e ainda, vejam que formidável!, ocupa a tribuna dos representantes do povo para pedir censura à imprensa — embora jure de pés juntos que só quer democracia. E isso se dá no mesmo dia em que os petistas batem bumbo porque, dizem, Lula será "colunista do New York Times". É, como diria o Apedeuta até outro dia, "menas"verdade (ver post). De todo modo, o Babalorixá assinou um contrato de um artigo por mês para a agência que distribui notícias com a marca do jornal. Vale dizer: os petistas estão eufóricos porque Lula assinará um artigo mensal para o jornal que fica num país em que o Congresso é proibido de votar leis que limitem a liberdade de expressão. O ideal do petismo seria Lula a defender a liberdade no New York Times, mas com poder de censura na imprensa brasileira. Volto a Genoino, o herói que esqueceu de acontecer.
Reinaldo Azevedo
Num país de "democracia consolidada, até mais avançada do que no Brasil", para usar palavras de José Genoino (PT-SP), ele, Genoino, não estaria na Câmara dos Deputados, mas na cadeia — ainda que no regime semiaberto, que, à diferença do que se diz por aí, ainda é fechado. Num país de "democracia consolidada, até mais avançada do que no Brasil", ele, Genoino, não estaria na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a mais importante da Casa; já teria sido banido da vida pública. Como a nossa democracia ainda deixa muito a desejar, Genoino é deputado; arbitra, mesmo condenado, sobre a justiça e a constitucionalidade de projetos de lei e ainda, vejam que formidável!, ocupa a tribuna dos representantes do povo para pedir censura à imprensa — embora jure de pés juntos que só quer democracia. E isso se dá no mesmo dia em que os petistas batem bumbo porque, dizem, Lula será "colunista do New York Times". É, como diria o Apedeuta até outro dia, "menas"verdade (ver post). De todo modo, o Babalorixá assinou um contrato de um artigo por mês para a agência que distribui notícias com a marca do jornal. Vale dizer: os petistas estão eufóricos porque Lula assinará um artigo mensal para o jornal que fica num país em que o Congresso é proibido de votar leis que limitem a liberdade de expressão. O ideal do petismo seria Lula a defender a liberdade no New York Times, mas com poder de censura na imprensa brasileira. Volto a Genoino, o herói que esqueceu de acontecer.
Como ainda é deputado e ainda não está na cadeia, então discursa. Segundo informa o Estadão, ele cobrou um debate "radical e transparente" no Congresso para "democratizar a mídia". E conclamou seus pares a "rejeitar o constrangimento que os proprietários dos grandes veículos de comunicação tentam colocar nesta Casa, nos parlamentares e nos partidos, para que o assunto não seja debatido". Ulalá! Genoino é paladino da liberdade desde que decidiu se juntar o PC do B para tentar instituir uma ditadura comunista no Brasil.
A cara de pau dessa gente é mesmo espetacular. Na tribuna, o deputado condenado por corrupção ativa e formação de quadrilha falava como um verdadeiro Catão, um moralizador, um varão da República. Para deixar claro que não tinha em mente a Coreia do Norte, Cuba ou a China, citou o exemplo da França, dos EUA, onde, disse, a legislação impede que um grupo dono de televisão tenha rádio, jornal, revista e outros veículos. Certo! Então Genoino estaria querendo apenas regular essa questão? Não! O homem se traiu:
"Aqui, você tem um monopólio que sufoca inclusive a democratização da propriedade privada. Sufoca a informação. Conduz valores hegemônicos do pensamento único. E é isso que nós queremos discutir".
Entenderam "o que nós (eles) queremos discutir?" É CONTEÚDO MESMO!!! Genoino está se lixando para a questão da concentração de propriedade — e não estou sugerindo que essa seja uma boa preocupação dos petistas. Ele não gosta é dos ditos "valores hegemônicos — que, de resto, são uma falácia. Há mais esquerdistas na imprensa brasileira do que em toda a China! Citem uma só pauta — UMA MISERÁVEL QUE SEJA! — dita "progressista" que não seja tomada como uma cartilha ou um catecismo em boa parte da imprensa brasileira. De certo modo, existe, sim, quase um "pensamento único" na imprensa brasileira: afinado com a esquerda.
Vejam a pauleira que se deu na França por causa do aprovação do casamento gay. Os protestos chegaram a ficar violentos em várias cidades. É claro que não é um bom caminho. Não obstante, a imprensa francesa não tachou ninguém de "fascista" ou "reacionário" nem demonizou os que se opõem à lei. E, com efeito, em boa parte das democracias existem veículos mais à esquerda, mais à direita etc. O Brasil tem várias candidatas a CNN (refiro-me aos valores ideológicos), mas cadê a Fox News?
Mestre em misturar alhos com bugalhos, Genoino continuou: "O nosso governo aprovou a lei mais avançada nesse terreno: a Lei de Acesso à Informação. E nós temos tomado posições favoráveis ao conceito de que a informação é um bem público e, como tal, nem pode ser controlada pelo Estado e nem pela propriedade privada, principalmente monopolista."
Controlada pelo Estado, não pode mesmo! Mas o que seria "informação controlada pela propriedade privada"? Ora, à medida que você tem várias "propriedades privadas" veiculando informações, elas já não são, por óbvio, privadas de mais ninguém, especialmente nos tempos de Internet. Quem controla a informação no Brasil? A Globo? A VEJA? A Folha? O Estadão? Os milhares de blogs? As telefônicas, que também veiculam notícias? Onde estão os famigerados controladores? Em lugar nenhum! Trata-se de uma mentira estúpida!
O que Genoino não suporta é a liberdade mesmo! Ao dizer que a informação não pode ser controlada nem pelo estado nem por entes privados, o deputado petista, que deveria estar em uniforme de presidiário, está defendendo justamente o tal "controle social". E que "sociedade" seria essa? Ora, a dos sindicatos, a dos movimentos sociais, a dos "coletivos" disso e daquilo... Em suma, Genoino não quer a informação nas mãos nem do estado (impessoal demais para o seu gosto) nem dos privados: ele a quer controlada pelo partido — pelo seu partido!
O PT já quis censurar a imprensa por meio do Conselho Federal de Jornalismo. Tentou de novo com o Plano Nacional de Direitos Humanos. Voltou ao tema na tal Conferência de Comunicação. Até a de Cultura fez seu pacto com a censura. Genoino anuncia: a luta continua!
O deputado decidiu fazer seu discurso em favor da censura no dia em que os petistas batiam bumbo na rede porque, diziam, "Lula será colunista no New York Times", o jornal que fica num país em que um político não teria a ousadia nem de pensar algo parecido.
No dia 1º de março, o PT divulgou uma resolução "em favor de um novo marco regulatório das comunicações, tal como proposto pela CUT, pelo Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) e outras entidades." Está claro? E o que quer o tal Fórum? Leiam um pequeno trecho de sua proposta:
"O FNDC propõe inclusão, na estrutura das empresas de Rádio e TV, de mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a programação, como conselhos com participação da sociedade, conselhos editorais e serviços de ouvidoria."
"O FNDC propõe inclusão, na estrutura das empresas de Rádio e TV, de mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a programação, como conselhos com participação da sociedade, conselhos editorais e serviços de ouvidoria."
Vale dizer: as emissoras ficariam à mercê das milícias petistas, assim como as chavistas comandam os meios de comunicação na Venezuela.
Na conclusão, noto: toda essa gritaria petista é, então, irrelevante? Nunca é! Sempre encontra eco na própria imprensa. Não custa lembrar que até a corte suprema do país começou a piscar e se mostra disposta a abraçar a própria desmoralização.