sexta-feira, 30 de maio de 2025

AEROPORTO DE MARICÁ CRESCE JUNTO COM PROBLEMAS DE SAÚDE DOS VIZINHOS


A boa e velha disputa entre vizinhança e planejamento urbano continua em Maricá e mesmo com uma solicitação do Ministério Público para que a CODEMAR (Companhia de Desenvolvimento de Maricá) dê um jeito em definitivo no estrondoso barulho proporcionado pelos grandes helicópteros que fazem voos para as plataformas off-shore, continua e a solução aparentemente está longe, se é que a CODEMAR esteja realmente preocupada com isso. 

Uma ação popular movida por moradores próximos ao Aeroporto de Maricá levantou questões sobre a modernização da estrutura, que, apesar de trazer benefícios econômicos, vem provocando um aumento considerável no barulho e no trânsito da região.

A transformação proposta pela prefeitura é considerada ambiciosa e o cenário no Centro da cidade está prestes a mudar drasticamente, mas será que para melhor?

AEROPORTO SÓ PARA HELICÓPTEROS?

O aeroporto de Maricá, na verdade está virando um grande heliporto, e até a celebrada conexão da AZUL (através do Azul Conecta) com as aeronaves Cessna Grand Caravan, que de início tiveram bilhetes vendidos até pelo Cartão Mumbuca, foram paralisados (aqui em Maricá tudo que começa a funcionar é paralisado, porque será???).

Segundo informações, além da paralisação dos voos da Azul Conecta, o aeroporto não está mais recebendo pousos e decolagens de aviões de qualquer porte e isso retira diretamente uma boa fatia de receita para o aeroporto, inclusive no aluguel dos hangares. Para se ter uma ideia, o aeroporto de Jacarepaguá e o Santo Dumont estão sobrecarregados e não tem mais espaço em seus hangares para aeronaves monomotor e bimotor. Segundo informações, um aluguel de hangar para monomotor em Jacarepaguá (quando surge alguma vaga), está em torno de R$ 25 mil por mês, e aqui em Maricá, os hangares foram fechados para essas aeronaves, cerceando mais um tipo de receita para o aeroporto (???????).

VIAJANTES EM CRESCIMENTO E PROBLEMAS DE SAÚDE PARA MORADORES

Em 2024, as estatísticas apontaram um aumento impressionante de 376% no número de viajantes, com quase 110 mil pessoas utilizando a infraestrutura, comparado a apenas 23 mil em 2023, sem contar aqueles que utilizaram os voos da Azul Conecta, onde Maricá esteve entre os 10 destinos mais procurados pelos voos da companhia (com cerca de 1.962 passageiros (sétimo destino dentre os 10).

O professor Filipe Ungaro, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), reforça a importância do aeroporto fora da capital fluminense.

Ele explica que, enquanto a cidade do Rio abriga a maioria dos aeroportos comerciais, Maricá se destaca por ser o único a oferecer suporte às atividades de óleo e gás da região. “Esse aeroporto pode se capacitar como hub aéreo comercial para, além do apoio das atividades de óleo e gás, ter uma viabilidade comercial e técnica”, afirmou Ungaro, ressaltando o potencial estratégico de Maricá.

Entretanto, a realidade para os moradores é bem diferente. O aumento nas operações aéreas e os planos de expansão do aeroporto causam preocupação, já que a qualidade de vida na área poderá ser comprometida.

O clamor da população por garantias de mitigação dos impactos negativos mostra que a modernização do aeroporto, embora benéfica para o desenvolvimento econômico, também exige uma análise cuidadosa sobre as consequências para aqueles que vivem nas proximidades.

Mas (e ai vem a pergunta que não quer calar), por que então ao invés de ampliar o pátio para manobras, construir novos hangares (para gerar receita), ampliar a pista e construir outra para poder receber novamente aviões de pequeno e médio porte, estão construindo um hotel ao lado do aeroporto? Em termos logísticos, ter um, dois, três hotéis PRÓXIMOS ao aeroporto é fundamental (e espaço pro Araçatiba existem muitos, inclusive com aproveitamento de construções existentes), mas construir justamente em terreno que poderia ser usado para ampliação do aeroporto, foi um TIRAMBAÇO NO PÉ, dos nossos 'planejadores e "engenheiros"'.

A expectativa agora é como a Justiça se posicionará diante da ação popular e quais medidas serão adotadas pelo município para equilibrar o crescimento do Aeroporto de Maricá e o bem-estar dos moradores da região. Enquanto as tensões aumentam, o diálogo entre a administração municipal e a vizinhança se faz mais necessário do que nunca.

VAI PIORAR PARA OS MORADORES: Petrobras reafirma voos offshore do aeroporto de Cabo Frio para Maricá

A Petrobras anunciou a transferência de seu centro de operações aéreas do Aeroporto Internacional de Cabo Frio para o Aeroporto Laélio Baptista, em Maricá, a 60 km do Rio de Janeiro. Segundo a estatal, a mudança busca reduzir o tempo de viagem dos funcionários e diminuir os custos operacionais das atividades ligadas à exploração de petróleo.

O campo de Búzios, uma das áreas mais promissoras da exploração do pré-sal, será diretamente beneficiado com a alteração. Com isso, o terminal de Maricá passa a ser o terceiro mais movimentado da Petrobras, atrás apenas dos heliportos de Farol de São Tomé, em Campos, e do Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com a empresa, a nova base já resultou em uma redução de até duas horas no tempo de deslocamento dos trabalhadores. 


Enquanto isso, se avolumam as reclamações e problemas de saúde dos moradores do entorno, principalmente para famílias com crianças com autismo. Nas proximidades do aeroporto existem seis grandes escolas (duas particulares e quatro públicas), além de um grande ambulatório e duas unidades do CAPS (centro de atendimento psicossocial).