quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Maricá vacina todo grupo prioritário de indígenas da aldeia Mata Verde Bonita


A Prefeitura de Maricá vacinou todo o grupo prioritário de indígenas da aldeia Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’aguy Ovy Porã, na língua guarani), sendo a primeira cidade no país a imunizar todo um grupo indígena, num total de 41 pessoas.

Antes do início da aplicação das vacinas, eles se pintaram e usaram seus adereços para mostrar um ritual de agradecimento pela chegada da vacina, que incluiu cânticos e dança. A celebração emocionou a pajé Lídia Nunes, a primeira a ser vacinada. Também comovida, a enfermeira Rosane das Neves traduziu o sentimento da anciã.

“O canto emocionou a nós duas porque era uma gratidão pela proteção. Eles gostam de receber pessoas e mostrar sua cultura, o que tornou a pandemia ainda mais difícil para eles”, disse ela, acrescentando que outra aldeia  da cidade, a Sítio do Céu (Pevaé Porã Tekoa Ará Hovy Py), em Itaipuaçu, deverá ser atendida na segunda etapa da imunização.

A filha da Pajé, cacique Jurema Pará Nunes, também recebeu sua dose e mandou um recado à população e à comunidade indígena: “Digo a todos que recebem a vacina sem medo. Agora que estamos vacinados, ficamos mais tranquilos”, garantiu ela.

Outro líder da comunidade que se vacinou foi Darcy Tupã. “Foi emocionante para mim e fico grato a todos do governo que trabalharam pra vacina chegar até nós. Essa doença não escolhe cor nem raça e, por isso, peço a todos do nosso povo que se vacinem e se protejam”, reforçou.

Mesmo quem não integra a população indígena, mas vive na comunidade, também recebeu sua dose da vacina. Foi o caso de José Lopes de Oliveira, de 67 anos, cuja filha é casada com um membro da aldeia. Ele considerou a importância da imunização como um exemplo para os mais novos. “Com a vacina estamos prevenindo e aconselhando os jovens e a todos no geral. Se a pessoa toma a vacina, ela fica mais livre de pegar o vírus do quem não se vacinou, e a doença está matando mesmo sem piedade. Por isso ela é tão importante”, frisou o morador.