Vacinação começará 'no dia D, na hora H', diz ministro da Saúde
Valeu a intenção, mas as 440 mil doses da vacina Coronavac do Instituto Butantan que a prefeitura de Maricá emitiu intenção de compra não poderá mais acontecer, conforme estava previsto em memorando assinado pela prefeitura de Maricá com a instituição paulista e postado no Barão (https://obaraoj.blogspot.com/2021/01/nota-de-esclarecimento-sobre-vacina.html) além, de outras mídias, deu chabu, e a causa, foi o pronunciamento do Ministro da Saúde Eduardo Pazuello que já havia confirmado que o ministério irá controlar toda a logística de distribuição das vacinas (independente de marcas e laboratórios) assim que a Anvisa tiver liberado para uso e garantindo assim a oferta igualitária a todo território nacional. Com isso, a vacinação em São Paulo prevista para iniciar em 25 de janeiro, não tem mais data confirmada, assim como em Niterói e Maricá, que firmaram compromissos de compra com o Instituo paulista para garanti a vacinação dos seus munícipes. Niterói havia encomendado 1,1 milhão de doses e Maricá 440 mil.
A prefeitura de Maricá havia emitido nota de esclarecimento dizendo:
A Prefeitura de Maricá informa que em função da urgência de vacinação da população contra a Covid-19, o município manterá a intenção de compra imediata das 440 mil doses da vacina Coronavac junto ao Instituto Butantan a despeito da cláusula de exclusividade alegada pelo Ministério da Saúde para ter acesso e controle a toda a produção.
O enfrentamento ao vírus da Covid-19 é uma responsabilidade federativa do Estado brasileiro que deve contar com todos os esforços possíveis para preservar a vida.
Como o ritmo da pandemia não segue o compasso das ações federais, a Prefeitura, que está preparada e tem as condições de realização, espera que a exclusividade não a impeça de cumprir seu compromisso de imunizar, o quanto antes, a população da cidade.
Mas infelizmente de nada adiantou e Maricá, assim como todos os mais de 5300 municípios no país, seguiram cronograma do Ministério da Saúde. Ainda não houve nenhum pronunciamento tanto do prefeito quanto da secretária de saúde (Dra. Simone), ou nota da secretaria de comunicação sobre o fato.
Já em Niterói, o prefeito Axel Grael (PDT) anunciou no final da tarde da segunda-feira (11/01) que, em conversa por videoconferência com o governador de São Paulo, João Doria, informou que não poderia honrar o compromisso pelo fato de o Butantan haver assinado um contrato de exclusividade com o Ministério da Saúde para fornecimento da vacina contra a Covid-19.
“Vamos, portanto, integrar o plano de imunização do Governo Federal, que promete vacinação simultânea em todo o País”, afirmou Axel. “Já entrei em contato com o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde, Fiocruz e Butantan para comunicar que Niterói está preparada para iniciar a vacinação ainda este mês, com equipes e insumos necessários.”
Em uma das mensagens, o prefeito chegou a comemorar a compra integral das vacinas do Butantan pelo Ministério da Saúde como uma “vitória do SUS”, mas alertou sobre a urgência da vacinação. “No entanto, é urgente que o Governo Federal coloque em prática o Plano Nacional de Imunização, do qual Niterói fará parte”, afirmou”.
“Importante lembrar que, em dezembro, antes desta decisão do Governo Federal, o prefeito Rodrigo Neves assinou um memorando de intenções para a compra da Coronavac, que agora terá toda a sua produção vendida para o Governo Federal. Fomos a única cidade fluminense a participar do esforço mundial pela vacina, ao participar dos testes da fase 3 pela Coronavac, que alcançou excelente resultado imunizando 100% para casos graves e moderados e 78% para casos leves”, relembrou o prefeito.
Surpresa e desconfiança
O vereador Paulo Eduardo Gomes (PSOL), que preside a Comissão de Saúde da Câmara Municipal, estranhou a quebra de palavra e disse que fará um requerimento à prefeitura com um pedido de informações acerca do memorando que o ex-prefeito Rodrigo Neves anunciou ter sido assinado com o Butantã.
“Muito estranho esse não cumprimento de palavra, que teria sido assinada. Quero ver uma cópia desse documento”, disse, desconfiado, o vereador. Paulo Eduardo, porém, não considera imperativo que a vacinação seja feita com o imunizante do Butantan. “Não carimbamos a Coronavac”, afirmou. Mas a dependência de uma vacina fornecida pelo Ministério da Saúde torna, na sua opinião, o programa de vacinação em Niterói mais imprevisível.
“É tudo uma grande incógnita. Não temos uma data precisa para iniciar a vacinação pelo governo federal. O ministro da Saúde disse que vai começar ‘no dia D e na hora H’...”, disse o vereador.
Logística pronta em uma semana em Niterói
Em live do Facebook junto com Axel Grael e outros secretários municipais, o secretário de Saúde do município, Rodrigo Oliveira, disse que “Niterói estará pronta para fazer a vacinação em uma semana”, referindo-se à logística da operação, mas eles não puderam precisar quando a cidade irá receber as vacinas do governo federal.
“Fechamos a compra de seringas e agulhas, já nos precavendo, caso o Ministério da Saúde não tenha os insumos necessários”, informou o secretário. Segundo ele, serão 54 pontos de vacinação na cidade, entre as unidades básicas de saúde, as policlínicas e as unidades do programa Médico de Família, além do posto drive thru que já funciona em Piratininga, na saída do túnel Charitas-Cafubá, para testes de diagnóstico da covid-19.
A vacinação em Niterói seguirá o cronograma definido pelo Ministério da Saúde, começando pelo pessoal da área médica e pessoas acima de 60 anos, mas haverá agendamento através do programa Dados do Bem.
Já em Maricá, como afirmamos acima, ainda não houve nenhum pronunciamento tanto do prefeito Fabiano Horta, quanto da secretária de saúde (Dra. Simone), ou nota da secretaria de comunicação sobre o fato.