Com Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff abre mão do poder. A análise é da colunista política Dora Kramer, da BandNews FM.
"É uma tentativa de virar o jogo. Se ele [Lula] tiver êxito na operação de salvar o governo, vai se dar muito bem. Se não, é apenas o famoso abraço do afogado", afirma a especialista.
A colunista ressalta, porém, que ideia de torná-lo ministro da Casa Civil realmente surgiu de dar foro privilegiado ao ex-presidente e evitar que possíveis processos contra ele sejam analisados pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato - em tese, os processos contra o ex-presidente só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Dora Kramer, a essa primeira intenção "se acoplou, para dar uma roupagem melhor, a possibilidade dele reaglutinar as forças políticas".
A colunista diz achar "muito difícil" que Lula tenha sucesso na empreitada. "Se ele estivesse numa boa situação pessoal, tudo bem, o problema é que ele está sendo investigado também [na Lava Jato]", analisa, lembrando que o nome do petista apareceu 186 vezes na delação premiada do senador Delcídio do Amaral, homologada ontem pelo STF.