segunda-feira, 17 de novembro de 2014

JUSTIÇA ENTRA NO AERÓDROMO DE MARICÁ

Materias foram retirados das escolas de pilotagem do aeródromo de Maricá

G1

Oficiais de justiça do estado do Rio de Janeiro chegam pela manhã
no aeródromo de Maricá para verificar estado das instalações da
escola de pilotagem e empresas que funcionavam no local

Na última sexta-feira, oficiais de justiça estiveram no Aeródromo de Maricá e acompanharam a retirada de materiais nos hangares e escritórios das escolas de pilotagem que ficam dentro do complexo. É mais um capítulo do impasse envolvendo o local que desde o dia 3 de outubro é administrado pelo Governo do Estado.
No fim do ano passado, os empresários entraram com uma ação contra a prefeitura que teria proibido a saída de equipamentos ferramentas e aeronaves do local. O advogado das empresas, Pedro Franco, acompanhou toda operação.
O advogado Pedro Franco briga para normalizar o funcionamento das
empresas e a volta dos empregos no aeródromo de Maricá

__ Fizemos um acordo ontem para que os proprietários pudessem entrar, vistoriar o que tem ainda nos seus hangares e ter acesso a ferramental, aeronaves, enfim, alguns deles tiveram que sair do aeródromo e ir para outro aeroporto para continuar a tocar a empresa, até mesmo sob risco de falência_, informou o advogado.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Lourival Casula, negou que a prefeitura tivesse proibido a retirada desses equipamentos.
__ Nós tinhamos mais de cem aeronaves lá. Hoje nós temos cerca de quinze. Todas foram autorizadas e com documentos. Era só provar a titularidade do bem e retirar. Eu forcei que fossem em juízo para que eles provem realmente que os bens são deles_, respondeu Casula.

O secretário Lourival Casula tenta justificar a incompetência da
prefeitura e diz que o município vai recorrer da decisão

O impasse em torno do aeroporto começou no ano passado, depois que a Prefeitura de Maricá cassou o alvará de funcionamento das quinze escolas de pilotagem e oficinas instaladas há anos no aeroporto. As empresas suspenderam as atividades e a pista foi interditada pela prefeitura através do decreto 171 (triste coincidência - comentário do Barão de Inohan), segundo a ANAC, ilegalmente.

Em março deste ano, a prefeitura solicitou um NOTAM (NOTICE TO AIRMEN) para continuar a interdição da pista do aeródromo para obras de reforma e melhorias. Porém, tais obras nunca foram sequer iniciadas e, por isso, no dia 30 de outubro o Governo Federal cassou o então convênio de gestão firmado com a prefeitura por 35 anos a pedido do Ministério Público que alegou irregularidades na administração do aeroporto e transferiu o convênio para o Governo do Estado, pelo mesmo período.

Uma das aeronaves depenadas nas dependências do aeródromo
A Prefeitura de Maricá contesta a decisão e anuncia que vai recorrer. Enquanto isso, o advogado Pedro Franco disse que vai trabalhar junto ao Governo do Estado no sentido de aprimorar as questões de segurança de pista e até mesmo a normalização das atividades das escolas e a volta dos empregos de seus funcionários.
Segundo o secretário Lourival Casula, a demora do início das obras é devido à falta da verba que entrou no orçamento do ano que vem.
Em nota, a ANAC informou que a interdição da pista será até o dia 3 de dezembro, mas, caso haja algum pedido, a interdição pode ser estendida. Também, segundo a nota, a secretaria estadual de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, atual responsável pela gestão do aeroporto, informou que só depois do fim da interdição será possível apresentar o planejamento operacional do aeródromo.