Em um segundo áudio divulgado pela Polícia Federal, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversa com Dilma Rousseff sobre sua condução coercitiva e critica o solicitante, o juiz federal Sérgio Moro.
“O que o Moro fez foi um espetáculo de pirotecnia”, diz. “As perguntas [que fizeram] foram as mesmas, dos meus filhos, levaram mesmo documento que tinham levado”, acrescentou, citando os mandados de busca e apreensão contra seus herdeiros.
Na gravação, Lula também critica os poderes judiciário e legislativo. “Temos uma Suprema Corte totalmente acovardada, um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado, um parlamento totalmente acovardado, um presidente da Câmara f...dido, [um presidente] do Senado f...dido, sei lá quantos parlamentares ameaçados e esperando um milagre para todo mundo se salvar”, afirma.
Medo
O ex-presidente cita o pedido que fez a Suprema Corte para afastar Moro das investigações. A solicitação está nas mãos da ministra Rosa Weber. “[Moro] ficou com medo que a Rosa fosse dar [o afastamento] e está tentando antecipar tudo isso (...) fez esse espetáculo para comprometer a Corte.”
Lula ainda se diz assustado que, em suas palavras, a partir de um juiz de primeira instância tudo pode acontecer; também afirmou que pegaria todo seu acervo de documentos reunidos enquanto presidente e que jogaria tudo na porta do Ministério Público. Dilma declarou que faria o mesmo.
O ex-presidente também criticou a delação premiada de Delcídio do Amaral e confessou a Dilma que estava pensando em se aposentar, mas que, após os recentes episódios, iria "antecipar a campanha [presidenciável] para 2018, viajar o país todo a partir da semana que vem e não ficar em casa parado.”