sábado, 12 de agosto de 2023

Governo reconhece ‘casas espíritas’ como locais de ‘cura complementares do SUS’

 Conselho Nacional de Saúde (CNS) traz, entre suas 59 propostas, um ponto que reconhece religiões afro como “complementares ao SUS”.


Dentro das 59 propostas da Resolução 715 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), há um ponto que destaca a importância das religiões afro como uma forma de complementar o Sistema Único de Saúde (SUS).

O item 46 aborda a ideia de que locais como casas espíritas, terreiros, barracões e casas de religião (e aí subentendem-se todas as religiões de matrizes africanas sem distinção) são vistos como uma porta de entrada para aqueles que mais precisam e como “a primeira porta de entrada para os que mais precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental, psíquico, social e alimentar”.

O conteúdo integral foi elaborado com a seguinte escrita: “(Re)conhecer as manifestações da cultura popular dos povos tradicionais de matriz africana e as Unidades Territoriais Tradicionais de Matriz Africana (terreiros, terreiras, barracões, casas de religião, etc.) como equipamentos promotores de saúde e cura complementares do SUS, no processo de promoção da saúde e primeira porta de entrada para os que mais precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental, psíquico, social, alimentar e com isso respeitar as complexidades inerentes às culturas e povos tradicionais de matriz africana, na busca da preservação, instrumentos estes previstos na política de saúde pública, combate ao racismo, à violação de direitos, à discriminação religiosa, dentre outras”.

POLÊMICA E ALGUNS ABSURDOS PROPOSTOS

O relatório contém muitas sugestões para as políticas de saúde, tais como a possibilidade de legalização do aborto, da maconha e até mesmo da cirurgia de redesignação sexual para jovens a partir dos 14 anos (um verdadeiro absurdo).

Na página 12, há um tópico referente ao aborto e à maconha, identificado como ponto 49. “Garantir a intersetorialidade nas ações de saúde para o combate às desigualdades estruturais e históricas, com a ampliação de políticas sociais e de transferência de renda, com a legalização do aborto e a legalização da maconha no Brasil”.

Na página mencionada, o ponto 44 aborda a temática do tratamento hormonal para a transição de gênero, com o intuito de atualizar a Política Nacional de Saúde Integral LGBTIA+ e estabelecer diretrizes de atendimento para essa população.