A República da Alopradice – Maricá Sob o Comando dos Devaneios
Não é ficção, tampouco sátira política. É Maricá, 2025. Uma cidade refém das promessas não cumpridas, dos projetos faraônicos sem estudo técnico, e de um prefeito que parece viver em permanente delírio de grandeza.
O nome dele? Washington Quaquá — o aloprado-mor da República de Maricá.
Enquanto os bairros enfrentam abandono, buracos, transporte precário e serviços básicos ineficientes, o prefeito se gaba nas redes sociais, direto de Brasília, onde diz estar "avançando com projetos estratégicos", disse para justificar sua ausência da cidade (quando não está em viagem internacional), Quaquá solta pérolas como:
"Prefeito que fica com o traseiro sentado quer cidade pobre."
Mas... e quem está com o traseiro voando o tempo todo e não cuida do básico, quer o quê? Uma cidade no caos com maquiagem de futuro?
Me baseando em magnífica matéria do jornal Barão de Inohan (https://obaraoj.blogspot.com/2025/07/tentando-justificar-mais-uma-viagem.html), agora, mais uma vez, anuncia o que já prometeu há mais de 10 anos: um VLT de Inoã ao Centro — projeto apresentado ainda em 2014, em feira de turismo na França(!), que nunca saiu do papel.
Junto com isso, um mergulhão de R$ 750 milhões em Inoã, sem cronograma, sem estudo de impacto e sem resposta para perguntas básicas:
Vai ter sistema contra alagamentos?
Vai parar o comércio local?
Onde vai passar o trânsito da RJ-106?
Como ficam os ônibus, os moradores, o caos do cotidiano?
Ah, e não esqueçamos da ZPE (Zona de Processamento de Exportações), ligada ao tal porto de Jaconé — outro projeto fantasma que só aparece em discursos, mas que nem mesmo a construtora responsável garante geração significativa de empregos. É o “progresso” de PowerPoint, vendido como solução milagrosa, mas sem um tijolo fincado no chão.
Pior do que a propaganda oficial é o silêncio cúmplice de quem finge que tudo isso é normal. Não é.
- Não é normal um prefeito governar por vídeos em rede social.
- Não é normal uma cidade ser laboratório de delírios sem estudo técnico.
- Não é normal tanto dinheiro prometido sem transparência.
E não é normal continuarmos reféns de uma gestão que parece mais preocupada em alimentar o ego de seu chefe do que em resolver os problemas reais da população.
Maricá precisa acordar. O Ministério Público, a Câmara Municipal e a sociedade civil precisam romper esse ciclo de ilusão e cobrar responsabilidade — inclusive, se necessário, com avaliação clínica e jurídica de quem ocupa o cargo mais importante do município. Porque a cidade não pode continuar sendo governada por devaneios.
A pergunta é: quantos anos ainda vamos aguentar?
Até quando durará esse teatro da “nova economia” que nunca chega?
Maricá clama por seriedade. Clama por chão firme. Clama por voltar à realidade....
Amaro Barros é radialista, jornalista e amante de Maricá