sábado, 26 de julho de 2025

MONSTRO MATA, VIOLENTA A PRÓPRIA MÃE POR CAUSA DE DÍVIDAS DE JOGOS

 Matteos França Campos (32), foi preso na sexta-feira (25) e confessou crime à polícia. Dívida com casa de aposta e empréstimos motivou briga em que filho matou mãe, diz polícia.


Uma dívida com casa de aposta motivou a briga em que Matteos França Campos, matou a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bomfim França. Ele foi preso na sexta-feira (25) e confessou o crime. O corpo dela foi encontrado no último domingo perto de um viaduto em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte.

O corpo de Soraya foi achado coberto por um lençol, seminu e com marcas de violência sexual e queimaduras. De acordo com a polícia, no entanto, o filho fez uma simulação de crime sexual para não ser associado ao crime, ou seja, antes ou após a morte, ele violentou a própria mãe. O próprio Matteos havia registrado boletim de ocorrência depois de, segundo ele, a mãe não visualizar suas mensagens.

A polícia informou, em entrevista coletiva no fim da tarde da sexta-feira (25), que o suspeito agiu sozinho. Ele contou que matou a mãe enforcada durante uma discussão por "questões financeiras" dentro do apartamento onde moravam. No mesmo dia, colocou o corpo no porta-malas do carro dela e deixou perto do viaduto.

As investigações apontam que Matteos estava com muitas dívidas causadas por jogos de casa de aposta e tinha feito empréstimo consignado. O homem disse que "entrou em colapso" em meio a uma discussão  iniciada após a mãe reclamar que ele sempre dizia estar sem dinheiro.

Matteos (foto abaixo) tinha registrado um boletim de ocorrência na sexta-feira (18) sobre suposto desaparecimento de Soraya. Ele disse inicialmente que na noite anterior viajou para a Serra do Cipó e que a mãe ficou em casa de camisola.

Ele contou no registro policial ter enviado mensagens, mas não teria tido respostas. Ele chegou a pedir para uma tia que mora no prédio ir até o apartamento. Um chaveiro foi mandado para abrir a porta, mas Soraya não foi encontrada.

"Todos os elementos de investigação que colhemos esta semana apontavam de forma cronológica diversos indícios que cercavam e apontava que não poderia ter havido outra pessoa na residência antes de ele ter viajado", disse a delegada Ana Paula Oliveira.

Cargo comissionado

O suspeito ocupava cargo comissionado na Sedese (Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais). Após a divulgação da prisão, a pasta informou que ele foi exonerado.

Em post nas redes sociais, o governador Romeu Zema parabenizou a polícia pela prisão do suspeito e disse que "em Minas, criminoso não tem vez".

Quem era a professora

A professora de história Soraya Tatiana Bonfim França (56), uma mulher linda, feliz, cheia de vida e sonhos, foi encontrada morta no domingo (20). Era licenciada em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e dava aulas do Colégio Santa Marcelina, em Belo Horizonte, desde 2017.

Segundo a direção do Colégio Santa Marcelina, Soraya dava aulas para as turmas do 7° e 9° anos. Só lá, ela deu aula para mais de 2.000 alunos.

"Era uma professora muito dedicada e competente, muito responsável com tudo que fazia, uma apaixonada pela educação. Sempre tinha uma mensagem de acolhimento e carinho para os alunos, sempre motivando pra continuarem estudando. A marca dela era o sorriso e a gentileza com todos que ela encontrava", disse a diretora pedagógica, irmã Roseli Hart.

Nos últimos anos, a professora Soraya assumiu a coordenação do Projeto Cidadania, iniciativa que existe há mais de 20 anos no colégio. Alunos do 9° ano da instituição participam de pesquisas que envolvem situações em que a cidadania precisa ser exercida e pesquisam informações sobre justiça social e paz.

"Ela sempre estava à frente deste projeto, com muita empolgação. Era um projeto que ajudava os alunos a ser bons cidadãos. Receber uma notícia de alguém tão próximo a nós ter a vida encerrada de forma tão brutal é muito doloroso", lamentou irmã Roseli.

Entenda o que aconteceu

A professora Soraya Franca foi dada como desaparecida na sexta-feira (18). Foi o filho, Matteos França Campos, agora considerado pela polícia o principal suspeito pelo crime, que chamou a polícia dizendo que não estava conseguindo fazer contato com a mãe.

Matteos disse à polícia que estava na Serra do Cipó e que tinha visto a mãe pela última vez na noite de quinta-feira (17). Ele também chegou a pedir para uma tia para ir até o apartamento onde ele morava com a mãe. Um chaveiro foi chamado para entrar no local.

Na casa não havia sinais de arrombamento ou violência. O carro da professora estava na garagem, mas óculos, celular e chaves, não foram encontrados. O filho disse que tentou rastrear o celular da mãe, mas que não conseguiu achar a localização.

A Polícia Militar recebeu informações, na tarde de domingo (19), de que havia um corpo no Conjunto Caieiras, em Vespasiano, região Metropolitana de Belo Horizonte. Soraya estava seminua, com sinais de possível violência sexual. A identificação do corpo foi feita pelo filho no mesmo dia.

Após a prisão do filho, a Polícia Civil revelou que o filho confessou que foi ele quem levou o corpo de Soraya no porta-malas do carro dela e o deixou embaixo do viaduto já na sexta-feira (18).

De acordo com a polícia, Matteos tirou as roupas da mãe e fez marcas no corpo dela para simular um crime sexual e não ser associado ao crime.

Matteos França Campos foi preso, na sexta-feira (25), na casa do pai, em Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, o pai não teve participação do crime. 

A investigação ainda não foi concluída.