Mesmo com uma arrecadação bilionária, Maricá apresentou um astronômico déficit de R$ 1,47 bilhão entre receitas e despesas no acumulado até o segundo bimestre (primeiros quatro meses) de 2025. O desequilíbrio fiscal aparece no relatório de execução orçamentária e liga o alerta sobre a sustentabilidade das contas públicas do município.
Mesmo com superávits financeiros de anos anteriores utilizados para cobrir parte das despesas, a diferença entre o que foi arrecadado e o que foi liquidado mostra que os gastos continuam em ritmo acelerado — principalmente com custeio da máquina pública e contratos, e o que mais preocupa, é que a grande maioria dos pagamentos não estão sendo devidamente executados desde o início do ano.
Especialistas alertam que déficits dessa magnitude, se recorrentes, podem comprometer investimentos futuros e afetar a credibilidade da gestão municipal perante instituições financeiras e órgãos de controle, além de PARAR a máquina pública.
Arrecadação de Maricá já atinge 33% do previsto para todo o ano
A Prefeitura de Maricá arrecadou pouco mais de R$ 2,3 bilhões até o segundo bimestre (primeiros quatro meses) de 2025, o que representa cerca de 33% da previsão orçamentária anual de R$ 7 bilhões, ou seja, 1/3 da arrecadação prevista. Os dados constam no Relatório Resumido da Execução Orçamentária publicado no Jornal Oficial do Município (confira clicando aqui).
Mas, com a torneira aparentemente aberta apesar dos constantes vídeos do prefeito em sua rede social dizendo que fará cortes e demissões (deixando os servidores públicos literalmente em pânico), o volume arrecadado até agora preocupa. Grande parte da receita vem de transferências da União e de receitas patrimoniais — sobretudo relacionadas a rendimentos de aplicações financeiras e uso de patrimônio imobiliário.
Esse cenário reforça a dependência do município em relação aos royalties do petróleo e de fontes externas, algo que já foi criticado pelo vereador Ricardinho Netuno na tribuna durante algumas sessões da Casa de Leis maricaense. Até o momento, as receitas de capital — geralmente utilizadas para obras e investimentos — ainda não foram realizadas, o que pode afetar vários projetos previstos para este ano.