O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) autorizou a captação de R$ 1,3 milhões através da Lei Rouanet para produzir um espetáculo que faz homenagem ao famoso prostíbulo chamado “Tabaris Dancing - Cabaré Máximo". O estabelecimento, que funcionou em São Paulo, é considerado como parte da “memória paulistana”.
De acordo com os organizadores da produção “Tabaris Dancing ou Cabaré Máximo, toda gerência é feminina”, os recursos serão usados para “ “montar e apresentar o espetáculo que propõe reimaginar, a partir de fragmentos históricos e da ficção, a trajetória das mulheres que administraram o espaço no centro de São Paulo”.
As apresentações do espetáculo vão ocorrer em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Frequentado por membros da elite de São Paulo, o cabaré funcionava em um prédio construído em 1911 e ficava próximo de locais como o Theatro Municipal. No início do século XX, o prostíbulo foi considerado um dos espaços mais importantes do alto meretrício na capital paulista.
TABARIS DANCING
O Tabaris Dancing – ou Cabaré Máximo – foi um dos espaços mais importantes do alto meretrício na cidade de São Paulo no início do século 20. Abrigado no edifício construído em 1911, o cabaré funcionou ao lado de locais icônicos da cidade, como o Theatro Municipal, e era frequentado por membros da elite paulistana, como a família Campos Salles.
Pouco se sabe sobre as mulheres que administraram o espaço, sendo conhecidos apenas os seus nomes. Nos documentos, constam como responsáveis pelo local Salvadora Rojas, Clara Ravello e Anita Montenegro. Sabemos ainda menos sobre as mulheres que trabalharam no local — o pouco que é conhecido vem de algumas notas de jornal e processos-crime, em que são tratadas apenas pelo primeiro nome, sem fazer qualquer outra referência às suas vidas.
Nos anos 2000, o imóvel que abrigou o cabaré foi unido ao edifício vizinho, o Alexander Mackenzie — batizado em homenagem ao advogado canadense e vice-presidente na época da Light & Power Company, antiga fornecedora de energia da cidade sediada no local — promovendo assim um novo apagamento.
Desta vez, a aniquilação foi visual (foto acima): o espaço se tornou praticamente invisível aos olhos dos passantes ao ser incorporado como parte do Shopping Light. A placa da memória ali instalada em 2020 direciona nosso olhar para que paremos para refletir sobre a história por trás do que está diante dos passantes, para revelar as mulheres que antecederam o shopping.