terça-feira, 15 de agosto de 2023

NOSSA SENHORA DO AMPARO: a história da padroeira de Maricá


 Nos primeiros trezentos anos da História da Igreja, os cristãos se preocuparam com a própria existência, por força das perseguições romanas. Realizavam os cultos às escondidas, nas Catacumbas. Por isso, era impossível aprofundar as belezas contidas nas palavras dos evangelistas.

Constantino I, denominado, também, de “o Grande” nasceu em Naissus no ano 274. Na véspera da batalha, na luta de sucessão, ele teve um sonho, no qual lhe pareceu ver um escudo com uma cruz, e ouviu uma voz que dizia “com este sinal, vencerás”. Ele mandou, então, pintar nos escudos dos seus soldados o símbolo da salvação. Realmente, venceu. Tornou-se imperador no ano 306. Foi consagrado protetor da nova religião, com sua vitória sobre Maxêncio, junto às muralhas de Roma.

Em 313, decidiu, definitivamente que o Cristianismo seria a religião do Império. Pelo edito de Milão, os adeptos da nova fé, ficavam livres para praticar a sua religião livremente.

Essa liberdade trouxe a grande vantagem de poderem meditar mais sobre o conteúdo das palavras de Cristo. Entre elas, foi a doação de Sua Mãe Maria, como nossa mãe espiritual, quando, pregado na cruz, olhando para São João, que nos representava, lhe disse: “Eis tua mãe”.

Conforme narra a lenda, os cristãos quiseram representar essa incumbência, para sempre. A pedido de Nicodemos, São Lucas pintou e esculpiu Maria ao pé da cruz, recebendo o mandato de ser mãe de todos, representados por São João. Ao evangelizar a Península Ibérica, São Tiago levou consigo a pintura para homenagear a Mãe de Deus e nossa. Daí se explica a grande devoção popular à Mãe de Deus em toda aquela região. Muitos santuários foram construídos para veneração daquela que Jesus nos deixou por mãe.

A devoção do povo não demorou em perpetuar a grande bondade de Cristo em dar Maria como protetora. Referindo-se aos seus cuidados maternos, todos queriam colocar-se sob seu “amparo”. Assim é que pessoas, vilas, cidades foram postas sob o manto de Maria,    representando a proteção celestial da mãe do Salvador e nossa.      No Brasil, há três Municípios com nome de  Amparo, um, no Estado de São Paulo, outro no Estado de Sergipe: Amparo de São Francisco e no Estado do Minas Gerais: Amparo da Serra.

Um dos primeiros templos brasileiros dedicados à Nossa Senhora do Amparo foi o de Olinda, que já existia em 1617 e foi reconstruído trinta anos depois. A cidade de Januária, no estado de Minas Gerais, à beira do Rio São Francisco, a tem como padroeira. Em Maricá, o templo começou a ser erguido em 1814.

No decorrer dos séculos, esse amparo foi simbolizado de diferentes maneiras: Maria cobrindo com seu manto aos seus devotos; Maria sentada, segurando com sua mão esquerda o Menino Jesus de pé sobre os joelhos e com a mão direita em sinal de bênção aos que a invocam; Maria em pé com Jesus deitado no braço esquerdo e com a mão direita afagando o menino que, por sua vez, nu, quer significar nossa extrema pobreza necessitando da proteção materna. 

MATRIZ DE NOSSA SENHORA DO AMPARO EM MARICÁ

Nossa Senhora do Amparo é padroeira do município de Maricá e seu dia é comemorado em 15 de agosto.

1814 – A construção da nova Igreja deu origem a um novo núcleo de povoação que em 26 de maio recebeu do príncipe Regente Dom João o título de Vila de Santa Maria de Maricá (O nome da Vila foi dado em homenagem à Rainha D. Maria I).

1948 – Patrocinado por fazendeiros e empresários da cidade, o padre Joaquim Antônio de Carvalho Batalha, juntamente com o arquiteto, artista e professor Adail Bento Costa iniciaram uma grande obra de restauração e acréscimos na Igreja de Nossa Senhora do Amparo.

1952 – Reinauguração da Igreja Matriz, com a finalização das obras da torre que ganhou mais 14 metros de altura e a construção de anexos laterais à edificação.

Oração

Ó Maria, ó Mãe pia 
Salvadora do mortal
amparai-me e guiai-me
Para a pátria celestial
Quem por ti, fervente chama
Até na guerra, acha paz
Pois teu nome luz derrama
Gozo e bálsamo eficaz
Com os anjos de Maria,
As grandezas celebrai
Inundados de alegria
Seus louvores publicai.