Material apreendido em operação no ‘Minha Casa, Minha Vida’ de Inoã. |
Policiais civis da 82ª DP (Maricá) deflagram na manhã da terça-feira (22/03) a operação “Carga Pesada”. Os alvos são integrantes de uma organização criminosa especializada em sequestrar caminhoneiros e mantê-los em cativeiro para que os veículos sejam utilizados no transporte de drogas de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul para as cidades de Maricá e São Gonçalo. A ação conta com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), do Departamento-Geral de Polícia do Interior (DGPI), do 4º Departamento de Polícia de Área (4º DPA) e do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro.
Ao todo, são 11 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão, a serem cumpridos. A operação acontece no conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida, em Inoã, e na comunidade do Mutirão, em São José do Imbassaí, no município de Maricá, e visa desarticular a quadrilha que integra a maior facção de tráfico de drogas do Estado. Até o fechamento desta matéria (às 10:30 h), 10 pessoas haviam sido presas, sendo cinco mandados cumpridos no sistema prisional e cinco capturas, incluindo de um adolescente. Um dos presos é Lucas Costa, o Esquerdinha, filho do vereador Frank Costa (Avante).
Segundo os agentes, a empreitada criminosa está afetando o livre transporte de cargas que passam pela cidade. As investigações apontam que as vítimas chegaram a ficar cinco dias no cativeiro. Desta forma, os criminosos impediam a apresentação da ocorrência na delegacia e a consequente inclusão dos caminhões no cadastro de roubos e furtos de veículos, além de possibilitarem que o automóvel chegasse na divisa com o Paraguai sem ser interceptado por se tratar de produto de roubo. Os criminosos sequestravam os caminhoneiros para utilizar os caminhões para ir até Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, buscar cargas de drogas que eram levadas para comunidades do Rio de Janeiro, como o Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo.
A organização criminosa é dividida em núcleos. A chefia, que planeja os crimes e atrai as vítimas, é integrada pelo traficante Marcos Vinícius Dias Laurindo, vulgo “Lobo Mau”, chefe do tráfico na comunidade do Mutirão, e pelo seu braço-direito, Wesley Gomes Toledo, vulgo “Pitbull”. Além da chefia, a organização criminosa é formada pelo núcleo operacional, que atua na via pública, abordando e roubando as vítimas, e é responsável pela vigilância do cárcere das mesmas, e o núcleo dos caminhoneiros, responsável por dirigir os caminhões subtraídos até a fronteira com o Paraguai para a busca de entorpecentes.
com informações do MPRJ, G1, a A TRIBUNA e MaricáInfo