Duda, de 17 anos, é uma das dezenas de vítimas que estavam no Morro da Oficina. Madrinha dela e a neta, de 1 ano, também foram achadas mortas, todas juntas no sofá. Até o fechamento desta matéria (às 11 horas do dia 17/2), os Bombeiros de Petrópolis já registravam 110 mortes.
Uma das cenas marcantes da tragédia em Petrópolis foi a de Gizelia de Oliveira Carminate (36), usando uma enxada para cavar a lama e tentar encontrar parentes soterrados (veja no vídeo abaixo). No início da tarde, a agonia se transformou em dor: a moradora de Juiz de Fora (MG) recebeu a confirmação de que a filha, Maria Eduarda Carminate de Carvalho, de apenas 17 anos, tinha tido o corpo encontrado e reconhecido.
"Minha filha era a coisa mais linda que tem no mundo. Te juro por deus. Uma princesa, 17 anos", disse Gizelia, muito emocionada.
A mãe saiu ainda de madrugada, de Juiz de Fora, a cerca de 120 quilômetros de Petrópolis, para buscar pela filha. Usou as mãos e outros objetos para tentar escavar. Chegou a perder a unha de tanto tentar cavar.
Gizelia contou que Duda foi encontrada no sofá abraçada à madrinha, Tânia, e à neta dela, a bebezinha Helena, de 1 ano.
"Te amarei eternamente. Você levou metade de mim. Luto eterno, minha princesa", postou Gizelia.
Duda era uma das dezenas de soterradas no Morro da Oficina, um dos locais mais devastados pela chuva em Petrópolis. Em seis horas, choveu o previsto para todo o mês de fevereiro. Segundo os moradores, uma estamparia e um bar estavam em pleno funcionamento no começo do temporal.
Estudante e digital influencer
Além de cursar o ensino médio, Duda trabalhava em um salão de cabeleireiro e estava investindo na carreira de digital influencer. Tinha o sonho de ser modelo. Estava em Petrópolis havia quatro dias.
No Instagram, tinha mais de 16 mil seguidores, que deixaram mensagens nesta quarta.
"Deus conforte os familiares e amigos", escreveu um usuário.