Uma live com artistas de Maricá marcou a comemoração do Dia Nacional da Visibilidade Trans, na sexta-feira (29). Apoiado pela Coordenadoria Municipal LGBT de Maricá, o evento homenageou ainda a transexual Márcia Shokenna, vítima de violência em 2020.
A data tem como um dos seus objetivos promover reflexões sobre a cidadania de travestis, transexuais e não-binárias. Segundo o coordenador Carlos Alves , desde 2012 o dia 29 de janeiro, celebra a comunidade trans. “É importante dizer que o Brasil é o país que mais assassina a população trans. A transfobia tem crescido nos últimos anos” , diz o coordenador LGBT+ do município.
“A população trans tem conseguido nos últimos anos espaço de educação, empregabilidade, mas ainda 72% não tem ensino médio, menos de 1% está na universidade. É uma população vulnerável, principalmente as trans negras, muitas ainda obrigadas a viver na prostituição. Nós, aqui em Maricá, já realizamos várias iniciativas como educação , saúde, geração de emprego, além de cesta básica durante a pandemia da Covid-19, junto ao movimento LGBT. Temos dado dignidade e respeito e cidadania de fato, para essa população”, comentou.
Paulista de nascimento e moradora de Maricá há 30 anos, Kassandra Taylor, proprietária do Club Imperialle de Itaipuaçu, onde foram apresentados os shows com as artistas Sabryna DMonte, Katya Jones, Angelika Rawassi, Ingrid H, Loretta Yang e Luciano Rawassi, conta que nunca teve problemas com sua família, mas sabe das dificuldades enfrentadas pelos trans. “Infelizmente, existe tanta violência sobre nós. A diversidade causa bastante preconceito nas pessoas e na sociedade. Isso vem de longo tempo. A live é uma maneira de dizermos que existimos, estamos aqui”, afirma.
Em noite shows, a primeira artista a se apresentar foi Katya Jones, uma das mais antigas trans, que escolheu a música É, de Gonzaguinha, para celebrar a data. A escolha não poderia ser mais adequada: “A gente quer viver pleno direito. A gente quer viver todo respeito .A gente quer viver uma nação. A gente quer é ser um cidadão. A gente quer viver uma nação”.