segunda-feira, 1 de junho de 2020

HOSPITAL DE CAMPANHA DE SG QUE RECEBERIA 90 MILHÕES DE MARICÁ E NITERÓI, JÁ CUSTA 120 MILHÕES

HOSPITAL DE CAMPANHA DE SG QUE SERIA BANCADO POR MARICÁ E NITERÓI JÁ CUSTA O TRIPLO DOS MONTADOS NO RIO

Hospital está pronto segundo a IABAS (investigada pela PF), mas não está funcionando por não tem
água e esgoto sanitário
O hospital de campanha para pacientes do Covid-19 que o Estado monta em São Gonçalo, onde R$ 45 milhões seriam doados por Niterói e outros R$ 45 milhões doados por Maricá, e que ainda não foi entregue por problemas estruturais de água e saneamento básico, já custa o triplo do investimento feito em unidades de emergência semelhantes que foram montadas no Rio de Janeiro com recursos da iniciativa privada, tendo cada uma 200 leitos e 100 respiradores. É bom salientar que o hospital de campanha de São Gonçalo terá também 200 leitos, mas apenas 80 respiradores e está sendo construído pela IABAS, investigada pela policia federal desde a operação da terça feira 26 de maio, onde documentos das OSs, do governador Wilson Witzel, da sua esposa e de outros "comparsas" foram apreendidos pela PF, a pedido do Ministério Público.

Na segunda-feira (13/04), o Ministério Público estadual instaurou inquérito civil para analisar se os Poderes Executivo e Legislativo vêm mantendo a transparência legal relativa às contratações emergenciais, com dispensa de licitação, efetuadas por seus representantes em razão da pandemia do novo coronavírus.

O inquérito foi motivado pelo fato de a Secretaria estadual de Saúde haver tornado sigilosos procedimentos administrativos que se referem às contatações emergenciais. O MP investiga a contratação da organização social IABAS, que teria sido feita pelo Estado por R$ 835 milhões para construir e administrar 1.400 leitos de hospitais de campanha.

CHEQUE EM BRANCO
As prefeituras de Niterói e de Maricá foram autorizadas no início do mês pelas respectivas Câmaras de Vereadores a repassar, cada uma, R$ 45 milhões para o Fundo Estadual de Saúde. Os legislativos municipais deram o que se pode chamar de cheques em branco para os prefeitos assinarem convênios fazendo o repasse da verba para governo estadual bancar a montagem de um hospital de campanha em São Gonçalo, porém, por enorme coincidência, um dia após a operação da Polícia Federal, as duas prefeituras informaram que ainda não tinham repassado os valores e que não iriam faze-lo devido a não apresentação do projeto para a averiguação adequada do projeto, o que nas entrelinhas pode dizer que ainda há chance deste dinheiro sair dos cofres das municipalidades desde que a IABAS ou o governo do estado apresentem o tal projeto, o que será na verdade um tiro no pé, visto que a população dos dois municípios fizeram inúmeros comentários a favor do não repasse, parabenizando os prefeitos, em especial Fabiano Horta pela atitude do não repasse.

Nenhuma das mensagens executivas que solicitaram autorização dos vereadores para o repasse descrevem ou justificam o gasto total de R$ 90 milhões com a montagem de um único hospital de campanha em São Gonçalo.

A instalação está sendo feita no campo de futebol do Mauá e a previsão é a de que começasse  a funcionar em maio, porém, a OS IABAS entregou o hospital de campanha segundo a OS pronto em 27 de maio, porém o mesmo não foi inaugurado e colocado em funcionamento em virtude de não haver rede de água e de esgoto para o funcionamento adequado. Segundo a OS, esta parte da obra é devida ao governo do estado. O impasse continua e não há previsão do início do funcionamento do hospital de campanha, que já chega R$ 120 milhões, 3 vezes mais caro que os hospitais de campanha do Rio de Janeiro construídos pela iniciativa privada e NOVE VEZES mais caro que o hospital de campanha de Goiás, construído pelo governo federal.

POR UM TERÇO DO CUSTO
Já os hospitais de campanha patrocinados pela iniciativa privada no Rio de Janeiro, custam um terço do previsto para montar o de São Gonçalo, apesar de terem o mesmo total de 200 leitos, cada qual, e já em funcionamento com 100 respiradores cada, enquanto o de São Gonçalo terá apenas 80 respiradores segundo a IABAS.

Uma dessas unidades de emergência que a Rede D’Or patrocina na Capital fica no Leblon, em terreno do estado vizinho do 23° Batalhão da PM. Terá 200 leitos (metade deles de UTI, enquanto o de São Gonçalo prevê apenas 40 para tratamento intensivo), e contará com tomografia digital, radiologia convencional, aparelhos de ultrassom e ecocardiograma e laboratório de patologia clínica.

O investimento total no Leblon é de R$ 45 milhões, sendo R$ 25 milhões da Rede D’Or e o restante custeado pela Bradesco Seguros, Lojas Americanas, Instituto Brasileiro de Petróleo e Banco Safra em partes iguais.

Além desses hospitais de campanha de São Gonçalo e do Leblon, estão sendo instalados outros seis no Maracanã (já em funcionamento), Jacarepaguá, Complexo de Gericinó, Casimiro de Abreu e Campos, todos com 200 leitos, cada.