quinta-feira, 24 de outubro de 2019

É SÓ NÃO TER DESVIOS: Petrobras registra lucro líquido de R$ 9, 087 bilhões no terceiro trimestre

Produção da estatal cresceu 16,9% no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2018


A Petrobras registrou no terceiro trimestre deste ano um lucro líquido de R$ 9, 087 bilhões.  Analistas esperavam um ganho entre R$ 7,4 bilhões e R$ 10 bilhões para o período.  O resultado, no entanto, é menor que os R$ 18,8 bilhões obtidos no segundo trimestre, alcançado devido à venda da TAG. Se descontar os recursos obtidos com o negócio envolvendo a rede de gasodutos, a estatal teria um ganho líquido de R$ 5,2 bilhões entre abril e junho.

Segundo a estatal, O menor resultado em relação ao trimestre anterior se deveu à venda da TAG no trimestre anterior e às despesas com imposto de renda e contribuição social neste terceiro trimestre  decorrente da baixa de ativos fiscais diferidos no exterior, parcialmente compensadas pelo ganho com a venda das ações da BR Distribuidora. Nos nove primeiros meses, o lucro líquido foi de R$ 32,0 bilhões, frente a R$ 23,7 bilhões no mesmo período do ano anterior.

Se levar em conta os itens especiais, como a venda da BR Distribuidora (que rendeu R$ 13,9 bilhões), o lucro líquido ficou em R$ 9,1 bilhões, explicou a companhia em comunicado ao mercado.


Com redução na venda de gasolina e diesel, a receita de vendas somou R$ 77,051 bilhões, queda de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A geração de caixa operacional, medida pelo Ebita, atingiu R$ 32,6 bilhões, estável em relação ao 2019, apesar da queda do Brent.   "A queda acentuada do Brent foi amenizada pela boa performance operacional e pelo aumento da participação do pré-sal na produção total (60,4% da produção de óleo no trimestre)", explicou a estatal.

A estatal informou ainda baixas contábeis de R$ 2,410 bilhões referente ao Navio Sonda Vitória 10.000, P-37 e o encerramento do Campo de Corvina. Na lista está ainda o Comperj, já que, segundo a estatal, "não há expectativa de fluxos de caixa futuros que retornem os respectivos investimentos".

Menos investimentos
A companhia também reduziu os investimentos. Nos primeiros nove meses deste ano, o total chegou a R$ 7,556 bilhões, queda de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A dívida bruta da Petrobras chegou a US$ 90 bilhões, menor que os US$ 101 bilhões no final de junho. "O custo médio de nossa dívida caiu abaixo de 6,0% ao ano, chegando a 5,9% ao ano, ao mesmo tempo em o prazo médio passou de 10,25 anos no segundo trimestre para 10,42 anos.", disse a estatal.

R$2,6 bi em dividendos
O Conselho de Administração aprovou a antecipação de distribuição de remuneração aos acionistas sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação ordinária e preferencial em circulação.

Semana passada, a estatal informou que a produção média de petróleo e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Brasil cresceu 16,9% no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2018, para 2,264 milhões de barris por dia (bpd), em meio ao desenvolvimento da extração em novas plataformas, especialmente no pré-sal, informou a companhia nesta quinta-feira.

Na comparação com o segundo trimestre, houve um avanço de 10,3% da produção de petróleo e LGN, segundo relatório de produção e vendas trimestral da companhia.

Somando a produção total de óleo, LGN e gás natural, no Brasil e no exterior, houve uma alta de 14,6% entre julho e setembro ante o mesmo período do ano passado, para 2,878 milhões de barris de óleo equivalente ao dia. Em relação ao segundo trimestre, a produção total cresceu 9,3%.

Nova fase nas vendas de refinarias
Nesta quinta-feira, a Petrobras iniciou a segunda fase de venda das refinarias. A estatal informa o início da fase não vinculante referente à venda da Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) no Amazonas, Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR) no Ceará, e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) no Paraná, assim como seus ativos logísticos correspondentes. 

Os  potenciais compradores terão até 6 de dezembro de 2019 para assinar e apresentar esses documentos à Petrobras, devendo manifestar seu interesse na forma prevista nos teasers até 22 de novembro de 2019. Em julho, a estatal iniciou o processo de venda de  das refinarias Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco; Landulpho Alves (RLAM), na Bahia; Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. 


No total, a empresa vai se desfazer de seus ativos de refino que respondem por metade da capacidade de refino de petróleo no país. As refinarias processam 1,1 milhão de barris por dia. Além das unidades, serão vendidas também as operações de logística integradas às refinarias. Fontes acreditam que a estatal pode arrecadar até US$ 15 bilhões.