Deltan Dallagnol criticou a decisão do Supremo de manter casos na Justiça Eleitoral
O coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, procurador Deltan Dallagnol, criticou na noite desta quinta-feira a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter na Justiça Eleitoral os julgamentos de casos de corrupção relacionadas à caixa dois de campanha .
"Hoje, começou a se fechar a janela de combate à corrupção política que se abriu há 5 anos, no início da Lava Jato", escreveu Deltan no Twitter.
O coordenador da Lava-Jato também publicou em sua conta na rede social trechos do voto do ministro Luís Roberto Barroso, que foi contra a manutenção dos casos na Justiça Eleitoral.
"Não será bom, após anos de combate à corrupção, mexer em uma estrutura que está dando certo, funcionando, e passar para uma estrutura que absolutamente não está preparada para isso", foi um dos trechos do voto do ministro publicado pelo procurador.
Deltan ainda postou um segundo trecho do voto de Barroso: "Faz pouca diferença distinguir se o dinheiro vai para o bolso ou para a campanha. O problema não é para onde o dinheiro vai, é de onde o dinheiro vem. E o dinheiro vem da cultura de achaque e corrupção que se disseminou pelo país."
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que também era integrante da força-tarefa da Lava-Jato até o ano passado, recorreu a uma frase de Santo Agostinho para comentar a decisão: "A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá-las".