domingo, 31 de março de 2019

VEREADOR DR. RICHARD ALTER SEAL AFIRMA QUE EM MARICÁ, O PT, ESTÁ DANDO UM BANHO


Fazendo uso da tribuna na sessão ordinária da Câmara de Maricá na quarta feira 27 de março, o vereador Dr. Richard Alter Seal, saldou a presença do seu pai no plenário, que veio do Canadá lhe visitar e passar alguns dias com ele em Maricá e após, fez uma defesa bastante detalhada das conquistas do seu partido em nível nacional e principalmente, em Maricá.

“Não posso me furtar de vir a esta tribuna por ouvir umas aberrações referente ao meu partido (PT). Bom, primeiramente para falar que o PT traz na sua essência a defesa do direito do povo, o que não está acontecendo hoje em dia neste ‘desgoverno’ nacional. Às vezes a gente tem que reavivar muito a memória. Nada melhor que os números para poder dizer isso. Em 2012, nos ocupamos (o Brasil) o ranking das maiores economias mundiais, na décima terceira posição. O índice de desenvolvimento humano, da ONU, chegamos a 0,7 (o maior índice é 1), isso mostra o combate a pobreza, o DIN que mede a desigualdade de renda, caiu de 58 para 52, o PISA que é o programa internacional de avaliação dos alunos nós chegamos a trigésima segunda posição (dentre pouco mais de 200 países). E os programas? Os programas acho que a gente esquece que estudou na universidade com o ProUni, que pagou a universidade particular com o FIES, tivemos o Médico Sem Fronteiras, muita gente morando no Minha Casa Minha Vida, o Fome Zero, que encheu a barriga de muita gente que não tinha condição ..., o Farmácia Popular, Agricultura Familiar, Mais Médicos, SISU, o SAMU que quando a gente precisa chama lá o 192, Bolsa Família, Luz para Todos, PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), PAC 2, Jovem Aprendiz, Brasil Sorridente, que é minha área, fui contemplado também, isso tudo em âmbito nacional. 

E vamos falar que aqui não tem problema? Sim tem problema, mas um problema pontual, e não quer dizer que não vai ser resolvido, sim será resolvido através de uma crítica construtiva, lógico!
Na educação, nós construímos o IFF (Instituto Federal Fluminense), o município pagou pelo aquele prédio lá, cedeu a área, nós fizemos o IFF, nós fizemos novas escolas, nós temos o curso do pré ENCEJA, do pré ENEM ...

Na saúde, nós estamos terminando de construir um hospital que será referência de cirurgia cardíaca, já estão trabalhando nisso, nós fizemos novos postos, a mini UPA, ortodontia de graça para quem não tinha condição de pagar um dentista, um tratamento dentário e um aparelho...

Nos transporte, nem se fala! Está ruim? Mas pode melhorar. Não vem empresa de fora para cobrar, para tirar do seu salário, não vem empresa de fora, por que você tira o pau e o leite da sua família pra pagar transporte público para poder ir trabalhar. ‘Aqui é gratuito!’”, falou overeador, e continuou: “Obra nem se fala. Se for falar e obra vou extrapolar o tempo.

No esporte, o Filipe Bittencourt que é do MDB, está dando um show naquela secretaria, Tem esporte em tudo quanto é lugar da cidade.  Temos agora uma rena com natação. Antes se quiséssemos nadar tínhamos que ir para o Esporte Clube, hoje tem Arena, tem esporte, tem dança...

Segurança, quem nunca ouviu falar do PROEIS. Se hoje o PROEIS tem carro para andar do município de Maricá, foi por que a prefeitura comprou (na verdade foram alugados). Vai ver os outros Proeis lá? Tem policial andando a pé. Nós temos câmeras de monitoramento, bandido vai pensar duas vezes antes de entrar em Maricá. 

Nós estamos investindo nesta cidade. Na economia, temos o Cartão Mumbuca. Antigamente os alunos tinham o ônibus do ex prefeito Ricardo Queiroz, a gente não sabia se o aluno ia ou voltava vivo por que o ônibus ia sambando daqui até Niteroi, tinha hora certa, mas hoje, temos o bilhete universitário, o aluno que estiver na aula, pode ir e voltar na hora que quiser. Tem uma prova a mais, tem que estudar um pouquinho a mais na universidade, ele sabe que ele vai voltar para casa, os pais sabem que eles irão retornar para casa.

Então, ouvir que o PT só faz coisa ruim, cada um faz o que tem na cabeça, cada responde pelo que fez. Nós do PT aqui de Maricá estamos dando um show e a presidente nacional do PT veio a Maricá para ver o que estamos fazendo pela cidade pra poder levar para o Brasil inteiro”, concluiu o vereador.


Justiça condena Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi


O Tribunal Regional Federal (TRF2), por meio da primeira Secão Especializada, condenou, na tarde da quinta-feira (28/3) o trio de deputados estaduais do MDB Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi por crimes investigados na Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato. Cinco desembargadores votaram pela condenação e nenhum contra.

Os ex-parlamentares foram denunciados por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Paulo Melo foi o único que não foi condenado por lavagem de dinheiro. Depois de ler o seu voto, Abel Gomes pediu 21 anos de prisão para Jorge Picciani; 12 anos e 10 meses para Paulo Melo; e 13 anos e 4 meses para Edson Albertassi. O voto também pede a manutenção da atual prisão preventiva. Até agora os presos já cumpriram 1 ano, 4 meses e 12 dias de pena.

O revisor do processo, o desembargador Messod Azulaye, e outros três desembargadores acompanharam o voto do relator. Com a decisão Jorge Picciani foi multado em R$ 11 milhões, Paulo Melo em R$ 7 milhões e Albertassi em R$ 6 milhões. Eles ainda podem recorrer, com embargos de declaração em relação a todos os pontos e embargos infringentes apenas em relação aos pontos divergentes, nos votos dos desembargadores. O Tribunal manteve as prisões cautelares.

Jorge Picciani é o único que fica em prisão domiciliar. A execução provisória da sentença só acontecerá a partir do julgamento em segunda instância, que, no caso, será o Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A decisão também deixa os três deputados inelegíveis por 8 anos. Em seus votos, os desembargadores ressaltaram as posições que os acusados ocupavam dentro da Alerj quando teriam cometido os crimes.
“Eu aceito grande parte das acusações. Não todas, mas grande parte delas. Esse é um crime de corrupção onde temos deputados, governadores, secretariados de várias pastas e parlamentares de projeção importante. Em 22 anos nós tivemos somente três pessoas ocupando o cargo de presidente da Alerj. É a cúpula do Rio de Janeiro há 22 anos recebendo pagamentos em dinheiro vivo e as vezes pagos no exterior”, disse o relator Abel Gomes.

“Picciani, Paulo Melo e Albertassi se aproveitaram de sua condição de deputados estaduais para obter benefícios pessoais. Todos os três tinham poder para frear os crimes cometidos pelo ex-governador Sérgio Cabral, mas nada fizeram, pelo contrário, blindaram o político de investigações na Alerj. Fica claro que a presente organização é muito maior do que o que vemos aqui”, acrescentou o revisor do processo, o desembargador Messod Azulay.

A decisão do TRF2 ocorre no mesmo dia em que o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, condenou o empresário Jacob Barata, o Rei dos Ônibus, e mais 10 pessoas por diversos crimes apurados pela força-tarefa da Lava Jato na Operação Cadeia Velha. O processo de Picciani, Melo e Albertassi foi julgado em segunda instância porque, como deputados, eles têm foro privilegiado.

PREFEITA DE ARARUAMA USA E ABUSA DE SEGURANÇA OFICIAL


A prefeita de Araruama, na Região dos Lagos do Rio, Lívia Bello, usou carro oficial para buscar a filha de 8 anos na escola, acompanhada de duas viaturas da Guarda Municipal e da Polícia Rodoviária, segundo ela mesma confirmou em vídeo publicado na página pessoal do Facebook na quinta-feira (28/3).

Após flagrante e divulgação nas redes sociais do uso do carro oficial na quarta (27/3), a prefeita afirmou que faria uso de viaturas por motivo de segurança, já que a filha estava sendo fotografada e filmada na porta da unidade de ensino.

"Agora minha filha vai com carro oficial, minha filha vai com segurança, minha filha vai com tudo que tem direito", disse.

No vídeo, Lívia afirmou ter testemunhas de que uma mulher em uma moto, ao lado do "vereador Oliveira", fazia imagens de sua filha. A prefeita relatou que a menina teve medo. O G1 tenta contato com o vereador Marcio Oliveira, mas, em seu perfil no Facebook, ele respondeu ao vídeo da prefeita.

"Eu não filmei sua minha filha não, prefeita! Respeito sua filha porque eu tenho filha. Filmei seu carro e seu motorista, que é pago pela Prefeitura com dinheiro público. A respeito da mulher da moto a que se refere, é minha esposa, pois nossa filha estuda na mesma escola que a sua. Diferente da senhora, ela vai em nosso carro particular ou na nossa moto", se manifestou no vídeo e no texto postado na quinta (28/3).

Ao G1, a presidente da Câmara de Araruama, Maria da Penha, disse que dará entrada com denúncia sobre o caso no Ministério Público.

"Com certeza daremos entrada com denúncia no Ministério Público para que a Justiça tome as providências cabíveis em relação a este crime, confessado por ela", disse.

O artigo 9 da Lei 8429/92 diz que usar veículos das instituições públicas para serviço particular é crime de improbidade administrativa. O artigo 312 do Código Penal ainda aponta a pena, que pode ser de reclusão de dois a 12 anos e multa.

Além da prefeita afirmar que continuará usando carro oficial para pegar a filha na escola, em outro momento do vídeo, ela pede respeito.

"Nós já chegamos ao extremo, no extremo, isso é um absurdo. Eu fui eleita pelo povo pra governar Araruama. Não adianta, eu sou a prefeita da cidade, vocês queiram ou não! Aceitem! Vamos ter respeito! Isso é um absurdo, eu não vou admitir isso! E pode ter certeza que nós vamos com investigação até o fim. Não vou admitir que usem uma criança para tentar me atingir", desabafa.

Por meio de nota enviada pela assessoria de comunicação às 9h06 de sábado (30/3), a Prefeitura afirma que "a segurança institucional é prerrogativa legal dos Chefes do Executivo e de seus familiares. O Decreto 9.287/2018, que regulamenta a Lei 1.081/1050 citada na reportagem, assegura o uso de carros oficiais com esta finalidade".

A nota diz também que a prefeita Lívia de Chiquinho e sua família vêm sofrendo ameaças cuja apuração encontra-se a cargo das autoridades policiais e correm em sigilo.

"A escolta policial é necessária para resguardar sua integridade física e, especial de sua filha menor que, nos últimos dias, foi alvo de atitudes suspeitas na porta de sua escola, sendo o fato registrado na 118ª Delegacia Policial de Araruama. Como se vê na reportagem, o veículo oficial não foi utilizado em atividades de lazer ou recreação da Prefeita ou de seus familiares, pelo contrário, foi utilizado em absoluta conformidade e dentro dos limites autorizados pela Lei, por motivo de segurança institucional", finaliza a nota.

O G1 e a Inter TV também entraram em contato com o Ministério Público, que ficou de enviar um posicionamento sobre a situação.

A reportagem ainda tenta informações da Polícia Rodoviária Estadual sobre o uso da viatura que aparece nas imagens.

Livia durante a campanha ao lado do seu vice, Dr. Amaral que ficou devendo à imprensa
de Maricá, durante as eleições de 2018, quando concorreu a Deputado Estadual

Família acusa namorado de matar jovem grávida na Zona Norte do Rio; suspeito foi executado

Após dizer no hospital que a namorada foi morta em uma tentativa de assalto, Orlando Farias, de 22 anos, foi encontrado morto com dois tiros dentro de uma igreja.



Familiares de um jovem de 16 anos grávida dizem que ela foi assassinada pelo namorado na madrugada da quinta-feira (28/3), na Zona Norte do Rio. Depois do crime, o suspeito disse no hospital que os dois foram vítimas de um assalto e, horas depois, foi encontrado morto com dois tiros dentro de uma igreja– teria sido executado por traficantes de uma comunidade da Pavuna.

Ana Cristina do Sacramento foi morta durante uma discussão com Orlando Farias, de 22 anos. Segundo familiares, eles tiveram um desentendimento dentro da casa dos pais dela, e o namorado atirou na cabeça de Ana.

As duas mortes serão investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital.

Após a jovem ser atingida, Orlando saiu e foi para a rua pedir por socorro. No hospital, o rapaz contou que eles foram vítimas de uma tentativa de assalto, que ela reagiu e foi baleada. Ele saiu do hospital Getúlio Vargas, na Penha, sem deixar telefone de contato.

A família de Ana afirma que ele mentiu e também que só descobriu o namoro depois da morte da estudante.

Parentes dizem que encontraram marcas de sangue na cozinha, mas que vizinhos limparam tudo para que evitar que a mãe não visse a cena. Eles também dizem que acharam uma mochila da estudante cheia de roupas.

Cerca de sete horas depois da morte de Ana Cristina, o homem apontado pela família como o assassino foi encontrado morto, com dois tiros dentro de uma igreja no Jardim América.


Feminicídio
Se confirmado o assassinato pelo namorado, Ana Cristina fará parte de uma triste estatística no Rio: a de vítimas de feminicídio. Segundo levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP), uma mulher é vítima de feminicídio a cada sete dias.

Apenas nos dois primeiros meses do ano, oito mulheres foram mortas vítimas de feminicídio (sendo 5 delas assassinadas por conhecidos e 3 por atuais companheiros) e 63 sofreram tentativa de feminicídio.

Os números, divulgados na quarta-feira (27), são baseados nos meses de janeiro e fevereiro de 2019, com casos registrados no Rio de Janeiro.


55 anos do golpe militar de 1964, toda a história, os personagens

Ato que depôs Jango ocorreu em 31 de março daquele ano; ditadura durou até 1985. Conheça os detalhes da situação do Brasil pré-1964, os 33 dias que marcaram o golpe e o 'quem é quem' do período.


O golpe de estado que instaurou a ditadura militar no Brasil em 1964 completa 55 anos neste domingo (31). Após o ato, iniciou-se um regime de exceção que durou até 1985. Nesse período, não houve eleição direta para presidente. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e houve censura à imprensa.

De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados. Em 2014, a comissão entregou à então presidente Dilma Rousseff um documento no qual responsabilizou 377 pessoas pelas mortes e pelos desaparecimentos durante a ditadura.

Nos 55 anos do golpe, o G1 recupera o conteúdo de uma reportagem originalmente publicada em 2014, meio século após aquele 31 de março.

Veja, abaixo, os principais momentos envolvidos no golpe de 1964:

O BRASIL ANTES DO GOLPE
19 de agosto de 1961
O presidente Jânio Quadros condecora Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, para indignação de setores civis e militares conversadores.

O então presidente Jânio Quadros condecora Che Guevara com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul,
em 19 de agosto de 1961; gesto provocou indignação em setores civis e militares conservadores — Foto: Divulgação

25 de agosto de 1961


Eleito 20º presidente do Brasil, Jânio renuncia após sete meses de governo. A renúncia era uma estratégia: Jânio pretendia retornar fortalecido pela aclamação popular. Deu errado. O vice-presidente, João Goulart, estava em viagem oficial à China e à União Soviética, o que foi usado pelos militares como argumento para tentar impedir sua posse. Inicialmente, quem assumiu a Presidência foi o deputado Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara.

A sucessão de Jânio provocou um racha entre a Campanha da Legalidade – movimento pró-Jango – e a convocação de novas eleições defendida por militares.

Nesse momento, o general Golbery do Couto e Silva começou a organizar o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipês), que se tornaria o principal difusor de propaganda contra Jango. A "solução" encontrada foi instalar o parlamentarismo, diminuindo os poderes de Jango, mas permitindo sua posse.

7 de setembro de 1961

João Goulart, o Jango; como condição para a posse, militares conseguiram implantar
o parlamentarismo no Brasil — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Como condição para a posse de Jango, os militares implantam o parlamentarismo, diminuindo os poderes do presidente, que assume apoiado por forças de esquerda, mas acenando com medidas aos conservadores.

Jango nomeia Tancredo Neves primeiro-ministro. No acordo que instalou o parlamentarismo, ficou acertado que ocorreria um referendo em 1963 para que os eleitores decidissem qual regime queriam.


A presença de Tancredo garantia um controle da oposição até o plebiscito previsto para o ano seguinte, que restabeleceria os plenos poderes de Jango com o presidencialismo. É nesse período que o Brasil se abstém de votar com os Estados Unidos pela expulsão de Cuba da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Novembro de 1961
Jango defende a reforma agrária sem indenização aos proprietários, provocando as elites, e restabelece laços do Brasil com a União Soviética, em meio à Guerra Fria.

Maio a julho de 1962

O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, que acusou Jango de planejar um golpe — Foto: Arquivo/O Globo
O governador da Guanabara, Carlos Lacerda, acusa Jango de planejar um golpe. O primeiro-ministro, Tancredo Neves, renuncia. Jango cria o 13º salário, mas uma greve geral deixa centenas de feridos e 42 mortos.

30 de dezembro de 1962
A menos de uma semana do plebiscito que decidiria sobre a volta do presidencialismo, é anunciado o Plano Trienal, proposto pelo ministro do Planejamento, Celso Furtado, para combater a disparada da inflação e administrado por San Tiago Dantas, na pasta da Fazenda.

6 de janeiro de 1963
Plebiscito aprova o retorno do presidencialismo. As divisões entre entre direita e esquerda se acirraram, e parte dos militares defendeu a tomada do poder pela força. Goulart tentava aprovar as reformas de base, como a reforma agrária, mas a alta da inflação fez com que o governo perdesse apoio popular.

O objetivo das reformas de base era implantar mudanças nas áreas bancária, fiscal, urbana, administrativa, agrária e universitária, além de propostas para estender o direito de voto aos analfabetos e às patentes subalternas das Forças Armadas, como marinheiros e sargentos. Parte das propostas, como a reforma agrária, sofria resistência de setores conservadores.

As medidas de Jango, como a mobilização sindical, redistribuição da renda, reforma agrária, a Lei de Remessa de Lucros e o congelamento de aluguéis, geraram uma forte oposição, deixando o governo frágil.

12 de setembro de 1963
Eclode a Revolta dos Sargentos, rebelião que apoiava as reformas de base e reivindicava que sargentos, suboficiais e cabos pudessem disputar eleições e exercer mandato parlamentar. No dia seguinte, Jango nomearia Castelo Branco para chefia do Estado Maior das Forças Armadas.

4 de outubro de 1963
Jango tenta decretar estado de sítio. Após uma entrevista concedida pelo governador da Guanabara, Carlos Lacerda, criticando Jango, o presidente é impelido por ministros militares a decretar estado de sítio no país e envia o pedido ao Congresso. O projeto é repudiado por líderes sindicais, que fazem pressão para que não seja aprovado. Diante da reprovação da maioria parlamentar, Jango retira a proposta, que também é vista como tentativa de "golpe", aumentando ainda mais as conspirações contra o presidente.

Janeiro a março de 1964
Jango regulamenta a Lei de Remessa de Lucros, limitando transferência de divisas ao exterior. Depois, assina a nacionalização de refinarias particulares de petróleo e desapropria terras.

Com o cenário político cada vez mais polarizado entre os que eram contra e a favor das reformas, especialmente a agrária, Jango dá início a uma campanha por mudanças, com o primeiro comício, na Central do Brasil. Era o estopim para a movimentação que, 33 dias depois, resultaria no Golpe Militar de 1964.

O GOLPE EM 33 DIAS
13 de março de 1964: Comício das Reformas

Ao lado da mulher, Maria Thereza, e de Darcy Ribeiro (chefe da Casa Civil), Jango
subiu ao palanque da Central do Brasil, no Rio — Foto: CPDOCJB/Folhapress
Ao lado da mulher, Maria Thereza, e de Darcy Ribeiro (chefe da Casa Civil), Jango subiu ao palanque da Central do Brasil, no Rio, para o Comício das Reformas. Ele discursou após falas do então presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), José Serra, do governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e do deputado Leonel Brizola.

No evento organizado por entidades sindicais, o presidente, que era fazendeiro, defendeu a necessidade das chamadas reformas de base (agrária, bancária, administrativa, universitária e eleitoral), paradas no Congresso. O evento, transmitido ao vivo por rádio e TV para todo o país, reuniu cerca de 200 mil pessoas.

"Reforma agrária com pagamento prévio do latifúndio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária. É negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário, radicalmente oposto aos interesses do povo brasileiro", disse Jango.
A Constituição previa desapropriações mediante indenização prévia de dinheiro. Mas, alegando falta de caixa, o governo propôs pagar com títulos da dívida pública.

Figuras-chave do Comício das Reformas:

João Goulart: Jango foi o 24º presidente brasileiro. Entrou no PTB a convite de Getúlio Vargas, do qual foi ministro do Trabalho. Foi vice-presidente nos governos de Juscelino Kubitscheck e Jânio Quadros, sucedendo a este último após sua renúncia. Foi deposto pelo regime militar em 1964.

Miguel Arraes: governador de Pernambuco, politicamente de esquerda, deu apoio às Ligas Camponesas e à criação de sindicatos. Para "não trair a vontade dos que o elegeram", se recusou a renunciar, como propuseram os militares, e foi preso em 1º de abril. Libertado em 1965, exilou-se na Argélia.

Leonel Brizola: governador do Rio Grande do Sul entre 1959 e 1963, lutou com Jango pelas reformas de base. Tornou-se um dos líderes da Frente de Mobilização Popular, formada por CGT (Comando Geral dos Trabalhadores), União Nacional dos Estudantes (UNE), Frente Parlamentar Nacionalista, oficiais militares, intelectuais e Miguel Arraes.

Darcy Ribeiro: ministro da Educação do governo do presidente Jânio Quadros e chefe da Casa Civil de João Goulart, foi um dos membros do governo a tentar organizar a resistência ao golpe. Na ditadura, teve os direitos políticos cassados e foi obrigado a se exilar no Uruguai.

José Serra: presidente da UNE na época, foi orador no Comício das Reformas. Às vésperas do movimento militar, a entidade emitiu um manifesto, denunciando o "golpe reacionário". Após a tomada do poder pelos militares, Serra deixou o País, em julho de 1964, exilando-se na França.

Dante Pellacani: iniciou sua militância sindical em 1948 e foi um dos principais articuladores do movimento Jan-Jan (Jânio e Jango para a Presidência). Tornou-se presidente do CGT, participando ativamente do Comício das Reformas. Foi exilado no Uruguai.


Quem apoiou o Comício das Reformas:

Comando Geral dos Trabalhadores (CGT)
Partido Comunista Brasileiro (PCB)
Frente de Mobilização Popular (FMP)
União Nacional dos Estudantes (UNE)
Militares pró-Jango
Diversos intelectuais

Leonor Barros (ao centro, com bandeirinha do Brasil), mulher de Adhemar de Barros,
o deputado federal Cunha Bueno (de paletó cinza) e o
deputado Herbert Levy (o último à direita) — Foto: Folhapress


Como resposta ao comício da Central do Brasil e à "ameaça comunista" atribuída à aproximação de Jango com a esquerda, cerca de 300 mil pessoas fizeram uma passeata no centro de São Paulo, no dia de São José. O objetivo era mostrar o descontentamento da sociedade conservadora e de setores ligados aos grandes empresários e latifundiários.

Imagem da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que aconteceu em 19 de março de 1964,
 em São Paulo — Foto: Folhapress


A marcha teve apoio do governador de São Paulo, Adhemar de Barros (representado pela esposa, Leonor), do governador do estado de Guanabara (Carlos Lacerda) e de Auro de Moura Andrade, presidente do Senado e do Congresso.

Figuras-chave da Marcha da Família com Deus pela Liberdade:

Adhemar de Barros: o governador de São Paulo, que derrotou Jânio nas eleições de 1962, participou ativamente das conspirações do golpe conta a "comunização do País", liderando ainda a Marcha da Família com Deus pela Liberdade contra Jango. Adhemar seria cassado em 1966, após se voltar contra o regime militar.

Carlos Lacerda: o governador da Guanabara, que liderava a ala radical da União Democrática Nacional (UDN) carioca, foi por anos defensor da intervenção militar no estado, opinião que publicava em seu jornal, "Tribuna da Imprensa". Foi um dos líderes civis do golpe, mas depois se voltou contra a extensão do mandato de Castelo Branco.

Auro de Moura Andrade: na presidência do Senado, fez oposição a Goulart e discursou na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, organizada por entidades contrárias ao governo. Em sessão do Congresso na madrugada de 2 de abril, declarou vaga a Presidência da República, embora Jango estivesse no país.

Dom Jaime de Barros Câmara: o cardeal da Arquidiocese do Rio de Janeiro foi um dos organizadores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade e pertencia ao grupo de bispos e arcebispos que se opunha ao “comunismo” e a Goulart, promovendo a “marcha da vitória” após o golpe.

"O povo veio à praça pública para demonstrar sua confiança na democracia. Veio para afirmar perante a nação que os democratas não permitirão que os comunistas sejam os donos da pátria. Democratas do Brasil, confiem, não desconfiem das gloriosas Forças Armadas de nossa pátria", afirmou Auro de Moura Andrade durante a marcha, segundo relato do jornal "Folha de S.Paulo" na edição de 20 de março de 1964"


Quem apoiou a Marcha da Família com Deus pela Liberdade:

Campanha da Mulher pela Democracia (Camde)
União Cívica Feminina
Fraterna Amizade Urbana e Rural
Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp)
Parte da Igreja

24 de março de 1964: Revolta dos Marinheiros

Durante festa no Sindicato dos Metalúrgicos do Rio para comemorar os dois anos da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais (considerada ilegal), 2 mil marinheiros e fuzileiros navais compareceram ao local liderados pelo cabo Anselmo, que fez um discurso inflamado a favor das reformas de base e da entidade, que tivera dirigentes punidos. O ministro da Marinha, Silvio Mota, mandou prender os organizadores, mas os fuzileiros enviados aderiram aos insubordinados. O episódio indicou que uma parte dos chefes militares estava descontente com Jango, que demitiu Silvio Mota logo depois.

"Será subversivo manter cursos para marinheiros e fuzileiros? Será subversivo dar assistência médica e jurídica? Será subversivo visitar a Petrobras? Será subversivo convidar o Presidente da República para dialogar com o povo fardado?", disse Cabo Anselmo durante discurso na AMFNB"

Figuras-chave da Revolta dos Marinheiros:

Cabo Anselmo: liderou a Revolta dos Marinheiros, que desencadeou o movimento contra o governo João Goulart. Depois do golpe, teria virado agente duplo, entregando parte dos companheiros de esquerda ao regime militar.

Almirante Cândido Aragão: Apoiou a Revolta dos Marinheiros, a favor das reformas de base do governo Goulart, com a adesão dos fuzileiros. Após o golpe, asilou-se no Uruguai.

Imagem da Revolta dos Marinheiros, que aconteceu em 24 de março de 1964 no Rio — Foto: Arquivo/O Globo
Quem apoiou a Revolta dos Marinheiros:

Associação dos Marinheiros e Fuzileiros (considerada ilegal)


30 de março de 1964: discurso no Automóvel Clube

Jango discursa no Automóvel Clube, em 30 de março de 1964 — Foto: Arquivo/O Globo
Em um lugar repleto de militares pró-governo, Jango defendeu novamente as reformas de base em discurso para sargentos no Automóvel Clube, no Rio. O objetivo do presidente era dar uma demonstração de força a quem o criticava pela postura assumida durante a Revolta dos Marinheiros.

"A crise que se manifesta no país foi provocada pela minoria de privilegiados que vive de olhos voltados para o passado e teme enfrentar o luminoso futuro que se abrirá à democracia pela integração de milhões de patrícios nossos na vida econômica, social e política da Nação, libertando-os da penúria e da ignorância", disse Jango no discurso no Automóvel Clube, segundo relato do "Jornal do Brasil" na edição de 31 de março de 1964"


31 de março de 1964: Mourão Filho dá início ao Golpe

Proximidades da residência de Jango em 31 de março de 1964, dia do golpe — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
Como reação ao discurso de Jango, o general Olympio Mourão Filho dá início ao golpe durante a madrugada ao encaminhar suas tropas (antes do esperado pelos próprios conspiradores) de Juiz de Fora (MG) até o Palácio das Laranjeiras, no Rio, onde estava o presidente. Pela manhã, Jango envia duas tropas do Exército do Rio até Minas e deixa o chefe do gabinete militar, Assis Brasil, de sobreaviso. Enquanto isso, Amaury Kruel (comandante do 2º Exército de SP e ligado a Jango) muda de lado: por telefone, pede para o presidente dissolver a CGT e demitir ministros de esquerda. O presidente recusa. No caminho até Minas Gerais, a tropa carioca adere aos militares golpistas.

"Ponha-se na Presidência qualquer medíocre, louco ou semianalfabeto e, 24 horas depois, a horda de aduladores estará à sua volta, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem [...] Em pouco tempo, transforma-se um ignorante em um sábio, um primário em um estadista", relata Olympio Mourão Filho, no livro "Memórias: A verdade de um revolucionário", de 1978"

Figuras-chave do início do Golpe de 1964:

Olympio Mourão Filho: deu início ao movimento de tropas que afastou Jango da Presidência com a Operação Popeye, em referência ao seu cachimbo, saindo de Juiz de Fora rumo ao Rio de Janeiro para barrar as forças legalistas. Depois se afastou do regime, fazendo críticas a Castelo Branco.

General Assis Brasil: chefe da Casa Militar, acompanhou Jango ao exílio e foi preso no Forte de Jurujuba (RJ). Tinha controle sobre o chamado "dispositivo militar", nome dado ao suposto esquema montado por militares ligados ao presidente e colocados no alto comando para defendê-lo em caso de golpe.

Amaury Kruel: comandante do 2ª Exército, em São Paulo, foi ministro de Guerra de Jango. Mobilizou suas tropas para apoiar o golpe, mas, antes, teria proposto que Goulart extinguisse o CGT e demitisse ministros de esquerda, com o que o presidente não concordou.

José Magalhães Pinto: eleito governador de Minas Gerais em uma coligação liderada pela UDN, envolveu-se nas articulações para a derrubada de Jango, tendo se encontrado com militares mineiros. Também participou das negociações para a escolha de Castelo Branco. Foi um dos subescritores do AI-5.
Movimentação de tropas militares dá largada ao Golpe em 31 de março de 1964 — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo

Quem apoiou:

Governo de São Paulo
Governo de Minas Gerais


1º de abril de 1964: o golpe avança

Palácio da Guanabara em 1º de abril de 1964 — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
O Forte de Copacabana é tomado pelos militares golpistas que defendem o Palácio da Guanabara (casa do governador oposicionista Carlos Lacerda). No Recife, o governador Miguel Arraes é preso e, no Rio, a sede da UNE é incendiada. Jango é aconselhado a ir para Porto Alegre, onde é recebido por Brizola.

Enquanto isso, os Estados Unidos, por meio do embaixador Lincoln Gordon, preparam a Operação Brother Sam: caso o golpe não vingasse, o Brasil seria invadido por uma poderosa frota da marinha americana vinda do Caribe em direção ao Rio. Depois do golpe, Gordon apressou-se para obter do presidente Lyndon Johnson o reconhecimento do novo regime antes mesmo de Jango partir para o exílio.

Em discurso na Rádio Nacional na madrugada de 1º de abril, o deputado Rubens Paiva (1929-1971) defendeu Jango: "Meus patrícios, me dirijo especialmente a todos os trabalhadores, a todos os estudantes e a todo o povo de São Paulo, tão infelicitado por esse governo fascista e golpista, que neste momento vem traindo o seu mandato e se pondo ao lado das forças de reação. [...] Para que todos, em greve geral, deem a sua solidariedade integral à legalidade que ora representa o presidente João Goulart".

Quem apoiou o avanço do golpe:

Estados Unidos


2 de abril de 1964: Presidência é declarada vaga

O presidente do Senado em 1964, Auro de Moura Andrade, convoca durante a madrugada sessão extraordinária no Congresso para oficializar o golpe — Foto: Arquivo/Estadão Conteúdo
O presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, convoca durante a madrugada uma sessão extraordinária no Congresso para oficializar o golpe. Ele ignora a informação passada por Darcy Ribeiro de que Jango está no Brasil e declara vaga a presidência da República. Ranieri Mazzilli, presidente da Câmara dos Deputados, vira presidente interino, e o general Costa e Silva envia um comunicado aos militares se autonomeando comandante-em-Chefe do Exército.

"O senhor presidente da República deixou a sede do governo, deixou a nação acéfala numa hora gravíssima da vida brasileira em que é mister que o chefe de Estado permaneça à frente do seu governo [...] Esta acefalia configura a necessidade do Congresso Nacional, como poder civil, imediatamente tomar a atitude que lhe cabe", disse Auro de Moura Andrade.

Figuras-chave da madrugada do golpe:

Ranieri Mazzilli: presidente da Câmara dos Deputados, assumiu a Presidência interina na ausência de Jango do País, após a renúncia de Jânio Quadros, quando foi aprovada a emenda do parlamentarismo. Também assumiu após o golpe, facilitando a fundamentação política e constitucional do golpe.

General Costa e Silva: liderava a linha dura das Forças Armadas e participou ativamente do golpe contra Goulart, assumindo o Ministério da Guerra após sua queda. Em 1966, foi eleito presidente pelo Congresso pela Arena. O AI-5 foi baixado durante seu governo.

4 de abril de 1964: Jango parte para o exílio

Ao lado da família e do chefe do gabinete militar Assis Brasil, João Goulart se esconde em São Borja (RS). No dia 4, todos partem para o Uruguai. Anos depois, Jango se mudaria para a Argentina, onde morreria em 1976, de ataque cardíaco. Em novembro de 2013, seu corpo foi exumado pela Comissão da Verdade para se determinar se sua morte foi ocasionada por envenenamento. Seus restos mortais, desta vez, foram enterrados com honras de chefe de Estado.

"O mais difícil foi para o Jango, que não podia voltar. Eu voltei para o casamento do meu irmão, da Ieda Maria Vargas, voltei para ver meu pai, que estava doente. Mas é claro que passei por vários constrangimentos. Fui presa. Até no casamento do meu irmão fiquei num canto sozinha", declarou Maria Thereza Cruz, viúva de Jango, em 2013 ao jornal "Zero Hora".

9 de abril de 1964: baixado o AI-1

Costa e Silva (sentado à mesa) edita o Ato Institucional nº 1 (AI-1) — Foto: Arquivo/O Globo

Costa e Silva edita o Ato Institucional nº 1 (AI-1). Ele permite a cassação de mandatos e a suspensão de direitos políticos. Também são marcadas eleições indiretas em dois dias para Presidência e vice-presidência da República.

Diz um trecho: "O Ato Institucional que é hoje editado pelos Comandantes-em-Chefe do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, em nome da revolução que se tornou vitoriosa com o apoio da nação na sua quase totalidade, se destina a assegurar ao novo governo a ser instituído, os meios indispensáveis à obra de reconstrução econômica, financeira, política e moral do Brasil".

15 de abril de 1964: Castelo Branco assume a Presidência

Castelo Branco (ao centro, diante dos microfones) assume a presidência; um pouco mais à direita, de mãos cruzadas, está Ranieri Mazzilli, e imediatamente atrás deste, olhando para frente, mas encoberto, está o General Ernesto Geisel — Foto: Arquivo/O Globo
Em um Congresso Nacional com diversas baixas devido a cassações e prisões, Costa e Silva anuncia o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco como o novo presidente. Com mandato definido até dezembro de 1966, o general criou em seu governo o SNI (Serviço Nacional de Informações) e outros três Atos Institucionais. Os militares só deixariam o poder em 1985 e o Brasil só teria uma outra eleição direta em 1989.

"Farei quanto em minhas mãos estiver para que se consolidem os ideais do movimento cívico da nação brasileira nestes dias memoráveis de abril, quando se levantou unida, esplêndida de coragem e decisão, para restaurar a democracia e libertá-la de quantas fraudes e distorções a tornavam irreconhecível. Não através de um golpe de Estado, mas por uma Revolução", disse Castelo Branco ao assumir o governo.

Castelo Branco (apontando o dedo) — Foto: Domício Pinheiro/Estadão Conteúdo
Figuras-chave da condução do novo presidente ao cargo:

Castelo Branco: na Escola Superior de Guerra, exerceu influência nas ideias que culminaram com o golpe de 64 e se encarregou da parte política do processo. Acabou sendo o nome de consenso para ocupar o lugar de primeiro presidente pós-golpe.

General Golbery do Couto e Silva: braço direito do presidente Castelo Branco, pregava o alinhamento do Brasil com as potências ocidentais. Assumiu a direção do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes), tendo papel de destaque no movimento golpista. Foi um dos professores da Escola Superior de Guerra e estudioso da geopolítica.

Ernesto Geisel: integrava o grupo militar conhecido como "Sorbonne", ligado à Escola Superior de Guerra. Após o golpe, foi nomeado chefe da Casa Militar, e eleito presidente em 1972, articulando a abertura política.

Castelo Branco em Brasília — Foto: Domício Pinheiro/Estadão Conteúdo
QUEM É QUEM NO GOLPE DE 1964
Membros das forças armadas, do governo, movimentos sociais, entidades e sindicatos, além de partidos e da igreja católica, se dividiram entre os que apoiaram Jango e os que foram pró-golpe em 1964.

O especial do G1 sobre os 50 anos do golpe de 1964 lista os personagens mais importantes do período. Ali, é mostrada a influência de cada envolvido.

Veja, no infográfico abaixo, como eles se dividiram:


sábado, 30 de março de 2019

Jovem de 15 anos que estava desaparecida é encontrada morta

Principal suspeito é o motorista que fazia o transporte escolar. Segundo a Polícia Civil, homem, de 52 anos, usou um carro particular para buscar a adolescente em casa, na manhã da sexta-feira (29/3) em Catuípe (RS). Ele está internado com um corte profundo na garganta e no peito.



Uma adolescente de 15 anos foi encontrada morta na manhã deste sábado (30), na localidade de Santa Terezinha, no interior do município de Catuípe, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Maria Eduarda Zambom estava desaparecida desde a tarde de sexta-feira (29).

De acordo com o delegado que investiga o caso, Gustavo Arais, o principal suspeito é um motorista, de 52 anos, terceirizado da prefeitura do município e que fazia o transporte escolar da vítima. Maria Eduarda teria sido morta por asfixia.

"Ela estava em um matagal. Perto dela, foi encontrado um cobertor que, provavelmente, ele usou para asfixiar ela. Tem marcas no pescoço dela. Ela correu dele, o tênis dela foi encontrado longe do local. Eu acredito que ele premeditou o crime. Ela ia todos os dias para a escola, às 6h, de ônibus ou kombi. Nesse dia, ele buscou ela com um carro particular", explica o delegado.

Os pais da jovem ainda dormiam quando ela saiu de casa para ir à escola. Por volta das 13h, como ela ainda não havia voltado para casa, a família procurou amigos e vizinhos em busca da adolescente. A polícia foi avisada às 16h do desaparecimento e começou as buscas na região.

O carro do suspeito foi localizado abandonado no interior do município, a cerca de 30 km do Centro da cidade. A mochila da adolescente estava próxima do veículo. Segundo o delegado, não havia marcas de sangue.

Durante a madrugada, a polícia encontrou ainda a blusa e um tênis da vítima em um ponto bem distante de onde foi encontrado o veículo. O corpo dela estava em outro local do município.

O suspeito foi localizado ferido e está internado no Hospital de Caridade de Ijuí. "Testemunhas viram ele pedindo ajuda. Ele tinha um corte profundo na garganta e um no peito. Teve que passar por cirurgia e não sabemos se vai sobreviver".
O delegado já pediu a prião temporária do suspeito. O carro do suspeito e o corpo da vítima vão passar por perícia.

"Não descartamos qualquer linha de investigação, mas pedimos para a perícia para analisar material genético nas unhas da vítima para entender se ela tentou se defender ou se ele próprio tentou tirar sua vida. Também precisamos saber se ela foi vítima de violência sexual".



Policial civil mata mulher a tiros dentro de casa e comete suicídio

Familiares foram até a residência do casal após o policial civil não ir ao trabalho. Bianca Barbosa Lopes e Caio Paziani Escobosa foram achados mortos dentro do imóvel; pistola usada foi apreendida.



Um policial civil matou a tiros a mulher Bianca Barbosa Lopes, de 25 anos, na casa onde moravam, no Residencial São Jorge, na sexta-feira (29/3), em Itajobi (SP). Segundo o boletim de ocorrência, depois do crime, Caio Paziani Escobosa cometeu suicídio.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, familiares foram até a casa de Caio, localizada na Avenida Pedra Preciosa, após ele não aparecer para trabalhar durante o período da manhã. No local, eles encontraram o casal morto e baleado no quarto.

“Como ele não veio trabalhar, achamos estranho e ligamos para os familiares, que foram até a casa deles e encontraram os dois sem vida”, afirma o delegado Marcos Júlio Cornacchia.

O policial civil foi achado com a arma, uma pistola, na mão. Já a mulher estava deitada ao lado com ferimentos pelo corpo.

Ainda segundo a polícia, foram encontradas pela perícia seis projéteis deflagrados no chão do quarto.

Um boletim de ocorrência foi registrado como feminicídio seguido de suicídio. A polícia investiga a motivação do crime. A arma foi apreendida.

O sepultamento de Bianca Barbosa Lopes foi realizado na tarde da sexta-feira (29) e o enterro do policial na manhã de sábado (30/3) no Cemitério Jardim Monsenhor Albino.

sexta-feira, 29 de março de 2019

PARA SE VINGAR DE TRAIÇÃO DO MARIDO, MULHER SE VESTE DE LINGERIE E ESPERA ELE SAIR DE PROSTÍBULO

"MULHER VESTE LINGERIE SOBE EM MOTO E VAI ESPERAR O MARIDO EM ESTACIONAMENTO DE PUTEIRO EM CAIMBÉ.



Vera Fontenelle (34), auxiliar administrativa, linda, corpo perfeito e muito gata (além de totalmente resolvida profissionalmente), ao saber que seu marido estava em um PUTEIRO na cidade de Caimbé (onde o casal mora), no Paraná, resolveu se vestir apenas com lingerie, subiu em sua moto e muito sexy e provocante e arrancando olhares curiosos de todos e comilões de homens, foi dar um flagrante no seu marido chamado César esperando ele sair do puteiro. 

Chegando ao local e chamando atenção de todos, principalmente dos homens, disse aos curiosos:

"Ele quer uma puta, vai ter uma agora".

Ao sair, César tomou o maior susto e sua bela mulher o enquadrou mandando como um cordeirinho para casa. Não foi registrado nenhuma violência de ambas as partes, apenas ficou o fato curioso e exótico, além de muito criativo por parte de Vera.


Desembargador que mandou soltar Temer já votou a favor de outro investigado e comparou propina a gorjeta

Ao analisar o caso do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro, alvo da operação de semana passada, Ivan Athié votou pela revogação de sua prisão


Um dos mais antigos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TFR-2), Ivan Athié mandou soltar o ex-presidente Michel Temer , o ex-ministro Moreira Franco e outros seis investigados pela Operação Lava-Jato no Rio . Temer é acusado de ser "líder de uma organização criminosa" e de usar propina em obra da casa da filha.

Antes da decisão desta segunda-feira, Athié já havia votado pela revogação da prisão de um dos alvos da operação "Descontaminação" , que prendeu Temer e aliados: Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente de Eletronuclear, estatal investigada no esquema que teria a participação de Temer e do ex-ministro Moreira Franco. A casa do almirante em Ipanema foi alvo de busca e apreensão.


Em fevereiro de 2017, o desembargador Athié provocou polêmica ao dizer que os pagamentos de propinas investigados na Operação Lava-Jato podem ser apenas “gorjeta”. A declaração do magistrado aconteceu durante julgamento de pedido de revogação da prisão do ex-presidente da Eletronuclear Othon Silva, que foi condenado a 43 anos de prisão pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

"Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol e significa gorjeta. Será que não passou de uma gratificação dada a um servidor que nos serviu bem, como se paga a um garçom que nos atendeu bem? Essas investigações estão criminalizando a vida”.


Athié é tido como "garantista", ou seja, leva em conta questões éticas e políticas e não apenas jurídicas para analisar os casos, portanto, pode questionar o pedido de prisão preventiva feito pela Justiça.

Em julho do ano passado, Athié declarou-se suspeito para atuar nos casos que envolvem Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, aceitando pedido feito pela procuradora regional da República Mônica de Ré.

Na época,  O GLOBO mostrou que o desembargador já havia sido defendido pelo mesmo escritório de advocacia que atuava em favor do empresário  . Na ocasião, Cavendish foi um dos cinco beneficiados por decisão do magistrado, que converteu a prisão preventiva dos detidos na Operação Saqueador em domiciliar.


Athié ficou afastado por quase sete anos após ser denunciado pelo Ministério Público Federal sob as acusações de formação de quadrilha e estelionato, quando era juiz no Espírito Santo. Ele retornou a exercer a magistratura por um habeas corpus  monocrático do Supremo Tribunal Federal (STF).

Temer é denunciado pela Lava-Jato do Rio por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato

Ex-presidente chegou a ser preso, mas foi solto após pedido de habeas corpus; Moreira Franco e coronel Lima também foram denunciados


O Ministério Público Federal (MPF) apresentou nesta sexta-feira duas denúncias contra o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco (MDB-SP), o coronel João Baptista Lima Filho e mais dez pessoas. As denúncias acontecem um dia após o ex-presidente virar réu no caso da mala com R$ 500 mil da J&F . Caberá ao juiz Marcelo Bretas , da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, decidir se eles viram ou não réus.

Na primeira denúncia, Temer foi acusado de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo suposto desvio de R$ 1 milhão de um contrato de prestação de serviços de mídia para o Aeroporto de Brasília. Na segunda, o crime é de peculato e está relacionado ao favorecimento de uma empresa ligada ao ex-presidente nas obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde. A força-tarefa do MPF, que tem pressa em formalizar as acusações, passou o último fim de semana analisando provas colhidas nas ações de busca e apreensão da última quinta-feira contra o grupo de Temer .


Temer foi preso por determinação de Bretas , mas foi solto quatro dias depois após decisão do desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Ele foi alvo de investigação por suspeita de recebimento de propina da construtora Engevix, em troca de contratos na execução de obras da usina nuclear de Angra 3, na Costa Verde fluminense.

Temer tentou falar com Moreira Franco na madrugada do dia em que foram presos
Ex-presidente ligou para ex-ministro faltando menos de cinco horas para a deflagração

O Ministério Público Federal ( MPF ) informou, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira, que o ex-presidente Michel Temer tentou falar com o ex-ministro Moreira Franco na madrugada do dia em que foram presos na Operação Descontaminação.  Os dois emedebistas foram denunciados hoje pela Lava-Jato do Rio .  O contato se deu faltando menos de cinco horas para a deflagração da ação, que ocorreu no dia 21 de março.

O procurador da República Almir Teubl afirmou que foi reconstituído o histórico de comunicação entre Moreira e Temer, por meio do celular do ex-ministro apreendido durante a ação. De acordo com ele, nos 86 dias que constam nesse histórico, as ligações ocorriam na parte da tarde ou, no máximo, até as 22h.

Às 1h24m do dia da operação, Temer manda mensagem no WhatsApp a Moreira Franco, perguntando se ele estava acordado. Às 1h40m do mesmo dia, o ex-ministro tenta ligar, por meio do aplicativo, para o ex-presidente. A chamada, no entanto, não se completa. O MPF chama atenção para o fato de que ligações por meio do WhatsApp são uma forma codificada de comunicação e não podem ser interceptadas. Logo em seguida, Moreira manda uma mensagem dizendo que estava acordado e tenta ligar para Temer. Os procuradores não descartam que os dois tenham se falado por outros aplicativos que autodestroem mensagens ou outros aparelhos.

Para o MPF, isso indica uma probabilidade de que eles tenham tido conhecimento da operação antes de sua deflagração.

- É possível que sim, vamos continuar investigando - afirmou o procurador.

Para o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Rio, procurador Eduardo El Hage, a tentativa de comunicação fora de um horário habitual em que Moreira e Temer costumavam falar causou estranheza nos investigadores:

- Nos causou espécie que os dois tenham tentado se falar no dia da prisão.

O histórico de chamadas do celular de Moreira Franco para Temer, analisado pelo MPF, começa no dia 26 de dezembro do ano passado e termina na data de deflagração da operação.  Nesse período, foram 27 comunicações ou tentativas de comunicações ocorridas entre os dois, nenhuma depois das 22h. A exceção foram as duas tentativas de comunicação na madrugada do dia da operação.

Outro lado
Em nota, a defesa de Moreira Franco diz  que a denúncia reproduz a versão do delator José Antunes Sobrinho, da Engevix.

"Além disso, a narrativa do Ministério Público não se atem aos fatos da delação, incluindo ilações sem qualquer respaldo probatório. As imputações apresentadas serão afastadas no curso do processo", afirmou a defesa.

As defesas do ex-presidente Michel Temer e do coronel Lima ainda não se manifestaram sobre a denúncia apresentada pelo MPF.