No MariCarnaval deste ano, a prefeitura quer remeter aos foliões a satisfação do Carnaval de Veneza, o mais tradicional do mundo. Por este motivo, foram instalados alegorias e adereços em vários pontos da cidade, como o portal na entrada da cidade (fica na RJ-106), no palco do Centro e nos postes da Rua Abreu Rangel. Todo material foi produzido num galpão, no Flamengo, pelo carnavalesco Jean Rodrigues, de 55 anos. Ele, que mora no bairro há 30 anos, é responsável pela criação das 180 peças feitas de fibra, madeira, resina e tinta, ou seja, materiais usados em cenografia, montados e manufaturados para obter o resultado desejado. Entre elas: colombina, arlequina, pierrot e as tradicionais máscaras brancas da nobreza europeia.
“Eu trabalho com Carnaval no Rio há 30 anos e fui buscar lá a inspiração que precisava para colocar em prática e realizar a minha criação”, contou. Segundo o carnavalesco, a ideia era fazer um grande baile clássico e teatralizado em Maricá. “Veneza é uma grande festa erudita com palco específico diferente do nosso carnaval a céu aberto e as pessoas na praia. Então eu peguei esse gancho de evento mais classudo e desenhei essa coisa mais lúdica com base em seus elementos literários com o objetivo de garantir que as pessoas comuns quando olharem para cada peça possam ter uma identidade do carnaval”, explicou.
Casado há 18 anos e pai de uma jovem de 20 anos, a trajetória profissional de Jean teve início na Unidos da Tijuca no Pavilhão de São Cristóvão, onde atuou inclusive, ao lado do renomado carnavalesco Paulo Barros. Também trabalhou 10 anos na Viradouro e atualmente se dedica à Vizinha Faladeira, uma das escolas mais antigas do Rio de Janeiro. Questionado sobre trabalhar no local que escolheu para morar, Jean Rodrigues resume: “É maravilhoso poder trabalhar na minha cidade. Mas isso só é possível porque os administradores do governo optaram por não buscar mão de obra de fora. Eles investem na valorização dos artistas que moram na cidade e isso é muito bom para nós. Temos vários artistas maravilhosos que não tiveram essa oportunidade”, concluiu