Sessão extraordinária é realizada nesta manhã para apreciar os vetos do governo estadual. Policial militar ficou ferido após ser atingido por uma pedrada.
Funcionários públicos estaduais voltaram a protestar em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), na manhã desta quinta-feira (9) durante uma sessão extraordinária que era realizada para apreciar os vetos do governo estadual a projetos de lei já aprovados pelos deputados - a presidência da casa esperava começar a discutir a privatização da Cedae ainda nesta quinta, depois da discussão sobre os vetos. Durante os trabalhos, houve confrontos com cenas de violência do lado de fora da Alerj - manifestantes e PMs arremessaram bombas e houve depredação de lojas e prédios por pessoas que participavam do ato.
Um policial militar ficou ferido após ser atingido por uma pedrada e pelo menos um dos manifestantes passou mal por causa das bombas de efeito moral. Algumas das principais ruas do Centro do Rio foram fechadas assim como o comércio e sistema de transportes.
O serviço do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) teve que ser paralisado por questão de segurança no Centro do Rio. A Rua Primeiro de Março foi totalmente interditada para a circulação de veículos de acordo com o Centro de Operações. O Metrô Rio informou que por volta das 16h o acesso A da Estação Carioca estava parcialmente interditado por causa da manifestação, mas as entradas B e C funcionavam normalmente.
Dentro da Alerj, algumas pessoas usavam mascara para suportar os efeitos das bombas de efeito moral.
Por causa do confronto, algumas lojas fecharam as portas e colocaram tapumes como proteção. No entanto, homens com o rosto coberto depredaram algumas lojas e agencias bancárias do Centro do Rio.
Ainda durante a manhã desta quinta-feira, um grupo de servidores caminhou pela Avenida Presidente Vargas, deixando quatro faixas interditadas ao tráfego. Eles caminhavam em direção à Alerj, onde chegaram por volta das 12h. Neste horário, a Rua Primeiro de Março ficou interditada. Familiares de policiais e bombeiros, além das próprias categorias, carregam cartazes pedindo o pagamento dos salários atrasados.
Para que a discussão do projeto de lei que autoriza a venda da Cedae e o do piso salarial dos servidores possam ir a plenário, os deputados precisavam destravar a pauta. Dos 27 vetos, somente 13 foram analisados durante a sessão desta quarta-feira (8). A segurança na Alerj e no entorno estava reforçada. Às 15h, a sessão da Alerj foi interrompida para um intervalo. Oito dos 14 vetos previstos para a quinta-feira haviam sido votados - totalizando 21 de 27, no total.
Por volta das 12h, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, determinou uma sessão extraordinária para as 19h para iniciar o processo de privatização da Cedae. A princípio, isso seria decido em uma sessão que teria início às 15h. No entanto, esta será dedicada à votação dos vetos ao Governo do Estado.
Durante a manhã, Picciani, afirmou que poderia começar a discutir a privatização na sessão extraordinária mesmo antes que todos os vetos fossem discutidos. A base aliada defende que pode, por conta de uma decisão de 2013 no STF, que permitiu que o congresso nacional votasse matérias sem respeitar ordem cronológica. A oposição, que tentava postergar a discussão dos vetos, contesta essa interpretação.
A sessão extraordinária começará às 19h e poderá se estender até as 22h. Segundo o governo do Estado, as ações da Cedae viabilizariam um empréstimo de R$ 3,5 bilhões com a União.
Venda da Cedae
O projeto de lei que que autoriza a venda da Cedae prevê, ainda, um prazo de seis meses para o estado contratar instituições financeiras responsáveis por avaliar a empresa e estruturar a operação de venda da companhia.
A oposição atuou nesta quarta-feira (8), para atrasar ao máximo esse processo. A autorização do uso das ações é a garantia que o Governo Federal exige “de forma irretratável e irrevogável” para viabilizar não apenas este empréstimo que permitirá o estado a colocar os salários do funcionalismo em dia, mas todo o Plano de Recuperação Fiscal proposto pela União, que representa um alívio de R$ 62 bilhões por três anos no caixa do estado.
O termo de compromisso para a ajuda federal ao Rio foi assinado dia 27 de janeiro pelo governador Luiz Fernando Pezão, pelo presidente Michel Temer e pelo ministro Henrique Meirelles. Para valer, no entanto, os deputados estaduais terão que aprovar contrapartidas.