Professor Adilson Pereira |
Algumas personalidades políticas, na defesa de suas bandeiras partidárias, chegaram a dizer que "a crise não é real". Durante algum tempo, eu ria demoradamente da cara do autor da pérola. Mas, diante das circunstâncias, sou obrigado a dar razão ao filósofo escarlate. A crise não é real, é surreal.
O que vemos agora é uma crise surreal jogar a no lixo o resto de dignidade que ainda restava à educação no estado do Rio de Janeiro:
1- Merenda escolar reduzida a refresco e biscoito;
2- Servidores e terceirizados da educação sem salários e sem décimo terceiro;
3- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) com aulas suspensas por falta de pagamento a fornecedores;
4- Bibliotecas públicas fechando as portas por falta dos repasses obrigatórios.
O mais interessante é saber que não falta dinheiro para os aspones e para os comissionados, elevados a tal patamar sem nenhum critério técnico, sem a menor análise curricular, sem meritocracia.
O Estado carrega um enorme peso de sua própria inoperância, como resultado da incompetência generalizada daqueles que deveriam servir de referência, mas que não passam de "zero à esquerda" no atendimento às demandas sociais.
No que diz respeito às eleições do ano que vem em Maricá, vejo uns e outros lutando desesperadamente por um espaço na execrável foto ao lado do maior culpado de toda desgraça da educação estadual: o governador Luiz Fernando Pezão.
Fica a pergunta:
- Prezados aspones, se algum dos senhores vencer as eleições, vai tratar a educação municipal do mesmo jeito que o "boss" trata a educação estadual?
Não precisam responder. Afinal, coragem não é para qualquer um.